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DPR Korea Football Association

Chollima, também conhecido como "Chonma", é o nome dado a um cavalo mítico, originário da Ásia Central - algo parecido com um pégaso. Tanto que ele é retratado, na maioria das vezes, como um cavalo alado. Várias estátuas de um Chollima são encontradas em Pyongyang, capital da Coreia do Norte. Talvez por essa ligação estreita entre mito e nação, a seleção de futebol do país tenha o apelido de "Chollima".
Todavia, quando se fala em Coreia do Norte, no futebol, o que vem à cabeça é, inevitavelmente, a participação tão fugaz quanto impressionante da seleção na Copa de 1966, chegando às quartas-de-final do Mundial. Era o único feito para se apresentar. Até que, 44 anos depois, o país conseguiu, de novo.
A Coreia do Norte assegurou o segundo lugar em seu grupo, na fase final das Eliminatórias Asiáticas para a Copa de 2010. O que significa dizer: em 2010, os Chollima reaparecerão num Mundial. Mas, afinal, quem são os tais Chollima? O que fizeram, em sua história marcada por aparições fugazes?
Primeiras Eliminatórias, primeira Copa - e o único sucesso
A história complicada da Coreia do Norte, o país, também fez com que o surgimento de uma seleção nacional fosse retardado. Basta dizer que, como o país ainda estava anexado ao Japão (até 1945, quando os nipônicos foram derrotados na Segunda Guerra Mundial), não havia representação em Eliminatórias para Copas do Mundo. Porque também não existia nação.
No quesito geográfico, as coisas mudaram em 1948, com a criação da República Democrática Popular da Coreia - sim, a Coreia do Norte. Já no tocante a futebol, demorou um bocado para o time aparecer. Pelo fato do nascimento da nação dar-se em meio a um cenário dos mais belicosos (leia-se Guerra da Coreia), o primeiro jogo aconteceria somente em 1956, três anos após o cessar-fogo: no dia 07 de outubro, a seleção foi derrotada por 1 a 0 pela China, em Pequim.
Mesmo assim, prosseguia a ausência em escala mundial: a seleção sequer participava das Eliminatórias de Copa do Mundo. Fora assim para 1950, 1954, 1958, 1962... E a coisa não melhorava dentro do próprio continente: mesmo com o início da Copa da Ásia, em 1956, nada dos norte-coreanos entrarem na disputa. Contudo, a história mudou para sempre no ano de 1965.
Nas Eliminatórias Asiáticas para a Copa de 1966, os Chollima jogariam um play-off contra a Austrália - a princípio, seria um triangular, envolvendo também os sul-coreanos, mas estes protestaram contra o fato dos jogos serem sediados no Camboja, desistindo da disputa. Sorte dos nortistas, que não deram a menor chance à Austrália. Nos dois jogos em Phnom Penh, capital cambojana, 6 a 1 (em 21 de novembro) e 3 a 1 (em 24 de novembro). Vencida a fase asiática, restava esperar pela decisão por um lugar na Copa, contra o ganhador das Eliminatórias Africanas.
E a sorte bafejou a Coreia do Norte, mais uma vez. O protesto africano por vaga direta para suas seleções, na Copa do Mundo, terminou em... boicote. E assim, sem precisar jogar mais do que duas partidas, aquela nação que atuava em suas primeiras Eliminatórias iria para o Mundial da Inglaterra. Claro que, quando se soube o grupo em que o time estreante ficaria, pensar em classificação beirava a insanidade: a tradicional União Soviética, o Chile, 3º lugar na Copa que sediara quatro anos antes, e a Itália.
A partida de estreia na Copa de 1966 pareceu confirmar a (falta de) expectativa, com uma derrota por 3 a 0 para a União Soviética. Porém, na segunda rodada, o confronto direto com o Chile manteria as chances na Copa, dependendo do resultado. Ruben Marcos, de pênalti, ainda abriu o placar para os chilenos, no Ayresome Park de Middlesbrough. Mas seria contra a Roja que nasceria o primeiro herói da história da seleção norte-coreana: o meio-campista Pak-Seung Zin. Seria dele o gol de empate, aos 43 minutos do 2º tempo, que manteve o time na briga pela classificação.
E então, o momento que deixou a Coreia do Norte eternamente conhecida, no mundo do futebol. Tanto se falou, jamais se esquecerá do ocorrido no jogo de 19 de julho de 1966, no mesmo Ayresome Park. A lesão do meia Giacomo Bulgarelli atrapalhou a Itália, é verdade. Mas, desde cedo, foi histórico o assombro visto quando, aos 42 minutos do primeiro tempo, Pak Doo-Ik, sargento do exército norte-coreano feito atacante do time, caminhou com a bola alguns metros e arrematou, de média distância, rasteira. No canto das redes de Enrico Albertosi. 1 a 0. A Azzurra, duas vezes campeã mundial, não reagiria. A Coreia do Norte, azarona, estava nas quartas-de-final.
Pak Doo-Ik transformava-se em nome certo de histórias pitorescas das Copas do Mundo. Depois do Mundial, deixaria o Exército, para virar treinador de ginástica, mas permaneceria o herói maior do futebol sul-coreano, fazendo o gol da classificação às quartas, onde a seleção comandada por Myung Rae-Hyun enfrentaria Portugal, outra das sensações da Copa.
E, novamente, os norte-coreanos fariam história. A princípio, do mesmo modo que haviam feito na primeira fase: nem bem passara-se um minuto do jogo contra os Tugas, no Goodison Park, em Liverpool, e Pak Seung-Zin fez 1 a 0. Aos 22, a vez do atacante Lee Dong-Woon ampliar o placar. Mais três minutos, e outro atacante, Yang Seung-Kook, fez 3 a 0. Nova surpresa à vista?
Não, porque, como se veria ainda naquela etapa inicial, a velocidade excessiva e estonteante minou o físico dos asiáticos. Sorte de Portugal, que teve Eusébio em tarde inspirada, e conseguiu virar a partida para 5 a 3. No entanto, o nome da Coreia do Norte já marcara aquela Copa. Mais do que a Copa, marcou a vida dos 22 jogadores que viajaram a Inglaterra - cujos sobreviventes, em 2002, protagonizaram o filme "The Game of Their Lives".
De volta ao anonimato
Após o relâmpago de incredulidade provocado em 1966, os Chollima voltaram ao anonimato no futebol. Copa da Ásia? O time somente disputaria uma eliminatória para o torneio em 1976 - para depois desistir, mesmo classificado, de disputar a edição jogada no Irã.
Em Copas do Mundo, a seleção, cada vez mais, passou a viver das memórias de 1966: houve desistência nas Eliminatórias para 1970 e 1978, e, para 1974, a seleção não passou da primeira fase do torneio de qualificação.
Pior, muito pior: a década de 1970 testemunhou as duas maiores goleadas sofridas pela seleção. Em 25 de maio de 1974, a Bulgária aplicou 6 a 1, num amistoso realizado em Sofia. E, dali a dois anos, em 25 de julho, foi a vez da Polônia, que fez 5 a 0.
A bem da verdade, houve apenas um lampejo que indicasse tempos melhores. Ele veio em 1980, quando o time classificou-se para a Copa da Ásia. No grupo A, uma ótima campanha, e a vaga nas semifinais, quando o time terminou com a mesma pontuação do líder, o Irã. Na fase seguinte, nova decepção, que chegou a lembrar 1966: o time vencia a semifinal por 1 a 0 contra a vizinha (e-rival-quase inimiga) Coreia do Sul, com gol de Park Jong-Hon. Porém, nos últimos dez minutos de jogo, Jung Hae-Won marcou duas vezes (35 e 44 minutos), mandando os norte-coreanos para a decisão do terceiro lugar - que também perderia, para o Irã.
E continuariam os fracassos nas Eliminatórias para as Copas do Mundo, uma outra participação opaca numa Copa da Ásia (em 1992, na edição realizada no Japão, o time não saiu da primeira fase), até mesmo a volta das desistências - o time não participou das qualificações para as Copas de 1998 e 2002, como não entrou para a decisão das vagas nas Copas da Ásia de 1996 e 2007.
De novo, o sucesso. O que esperar?
No século 21, a Coreia do Norte tivera desempenho até satisfatório em competições secundárias, como o 3º lugar na AFC Challenge Cup, em 2008, e na Copa do Leste Asiático, em 2005. Mas nada previa o que se viu nas Eliminatórias Asiáticas para a Copa de 2010.
Na primeira fase, vitória na ida e na volta do confronto contra a Mongólia (4 a 1 em Ulan-Bator, 5 a 1 em Pyongyang). Na fase de grupos, começou a prova de que a seleção chegaria para brigar, novamente, pela vaga tão sonhada na Copa. Na abertura da participação, 1 a 0 contra a Jordânia, fora de casa. Depois, vitórias em casa, contra o Turcomenistão e a mesma Jordânia, além de dois empates contra os eternos rivais sul-coreanos, colocaram o time de Kim Jong-Hun na fase final das Eliminatórias.
E um dos empates colocou de volta a relação tênue e difícil que a questão política da Coreia do Norte colocou para a seleção. No dia 26 de março de 2008, a Coreia do Sul era o adversário, para o jogo que seria realizado em Pyongyang. Seria, porque o governo de Kim Jong-Il anunciou que, antes da partida, nem o hino nacional sul-coreano seria executado, e a bandeira do país oponente não seria içada, também. Evidentemente, os adversários sentiram-se ultrajados, e tentaram negociar com a Fifa.
Após três reuniões frustradas, finalmente veio a mudança de planos. A Fifa interveio na questão e anunciou que o jogo seria realizado em Xangai, na China. A partida terminou com empate em 0 a 0, mas estava provado: a Coreia do Norte voltava a trazer "dores-de-cabeça" aos seus adversários.
Mas, então, veio a fase final. E o time fez dos estádios em que jogou, na capital, caldeirões, superando Emirados Árabes Unidos e dois países mais tradicionais do continente em Copas, Irã e Arábia Saudita.
Houve o aperto do empate sem gols contra os iranianos, que forçava o time a depender de outro resultado, na última rodada, contra a Arábia Saudita. Caso vencesse em Riad, estaria na Copa. Caso empatasse, deveria esperar que o Irã empatasse contra a Coreia do Sul. E aconteceram exatamente essas duas coisas: em 17 de junho de 2009, houve o 1 a 1 entre sul-coreanos e iranianos, e os norte-coreanos seguraram o 0 a 0 contra os sauditas, realizando o sonho da volta a um Mundial.
Mas o mistério dos Chollima continua. A base do time atua na Coreia do Norte, mas alguns atletas já tinham espaços em outros centros: o atacante e capitão Hong Yong-Jo atua no Rostov, da Rússia, enquanto o meia Kim Yong-Jun defende o Chengdu Blades, da China. E a classificação começou a render espaços em outros lugares: mais um meio-campista, Kim Kuk-Jin, foi-se para o Wil, da Suíça.

Fonte
http://www.trivela.com/Conteudo.aspx?secao=54&id=21802

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