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Rio Branco Sport Club

Na tarde ensolarada, a brisa que soprava do Rio Itiberê amenizava o típico calor parnanguara. Era 12 de outubro de 1913. Dia comemorativo do descobrimento da América. Manuel Victor da Costa, Aníbal José de Lima, Euclides de Oliveira, José de Oliveira, Jarbas Nery Chichorro e Antônio Gomes de Miranda, amigos, apreciadores do futebol, encontravam-se na calçada da rua Marechal Deodoro num alegre bate-papo a respeito do desporto. Durante a conversa, aproximou-se do grupo o Sr. Raul da Costa Pinto, funcionário da Alfândega, que foi colocado a par do que se discutia e solicitaram sua opinião a respeito da criação de um clube desportivo. Combinaram, então, promover uma outra reunião no dia seguinte, 13, na residência da Família Lima, na mesma rua, casa n°12. Nesta reunião muitas discussões foram encenadas, pois alguns desejavam a fundação de uma sociedade recreativa/esportiva, enquanto outros defendiam a tese de um clube de futebol. Foi Jarbas Nery Chichorro, que através de argumentos seguros e coerentes, manifestando o desejo da maioria ali presente disse ser um clube de futebol a razão maior. Estava criado um clube de futebol! Jarbas Nery Chichorro propôs o nome de RIO BRANCO para o novo clube – uma homenagem ao ilustre brasileiro José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco, hábil e culto diplomata que resolveu inúmeras questões com países da América do Sul e Europa. A proposta foi aceita por unanimidade.

A primeira partida

A primeira partida do Rio Branco aconteceu no dia 23 de novembro de 1913, e foi realizada no ground do Campo Grande (Praça Pires Pardinho), contra a equipe do Brasil FC, de Paranaguá. A partida terminou com a vitória do Brasil FC por 1 x 0. A equipe titular do Rio Braço atuou com Colombino, Mathias e Nagib; Eugênio, Itaborahi e Raul; Rocha, Romeu, Cezário, Braga e Flota.

1915 – Liga Desportiva Paranaense – Primeiro campeonato oficial

Quando os desportistas paranaenses, notadamente os da capital do estado, resolveram fundar uma Liga Esportiva, para comandar os destinos do futebol e realizar um Campeonato Oficial, convidaram as equipes de Ponta Grossa e do Litoral. O Rio Branco Sport Club se fez presente na reunião realizada no dia 12 de fevereiro de 1915, na sede do Jockey Club, em Curitiba, e foi incluído entre aqueles que faziam parte da divisão de honra do esporte bretão, participando junto com Coritiba, Internacional, América, Paraná SC e Paranaguá SC, do primeiro Campeonato Oficial realizado no Estado do Paraná.

O novo estádio

Eleito Presidente do Rio Branco SC, (desde 1922), Nelson Medrado Dias, que desempenhava altas funções no Lloyd Brasileiro, em Paranaguá, resolveu encetar uma luta para construir um novo estádio para o seu clube, utilizando para tanto o seu prestígio no comércio e na política. Logo os trabalhos estavam em andamento. Medrado Dias mandou aparelhar o terreno para o campo de futebol. Transcorria o ano de 1925 e a construção das arquibancadas também teve início. Quando as obras foram concluídas, os diretores da agremiação, numa atitude digna, resolveram dar o nome ao novo estádio de NELSON MEDRADO DIAS. Fizeram justiça àquele que tanto lutou para que o empreendimento fosse realizado. No dia 04 de junho de 1927, a Prefeitura Municipal, através de seu órgão responsável pelas edificações fez a vistoria e aprovou as instalações do Estádio do Rio Branco SC. A partida de inauguração foi entre Rio Branco SC e Clube Atlético Paranaense. O Atlético venceu a partida por 5x1.

1948: Rio Branco - campeão do interior

No ano de 1948 ,o Rio Branco Sport Club, então campeão da Liga de Futebol do Litoral do Paraná, também tornou-se Campeão do Interior. As disputas foram contra o Operário Ferroviário, de Ponta Grossa.

Após dois empates, o Rio Branco venceu a terceira partida por 3X2, conquistando o título.

Equipe Campeã: Duia, Chiquinho e Jaci Maciel; Odemar, Tião e Chico Preto;Julinho, Antoninho, Guito, Chico Porco e Jaci.

1954: Rio Branco – campeão do interior novamente

Como campeão da Liga Regional de Futebol de Paranaguá, em 1954, o Rio Branco SC adquiriu o direito de disputar o II TORNEIO DO INTERIOR – competição entre os campeões das ligas interioranas. Após vencer o Internacional, de Campo Largo e o Ferroviário, de União da Vitória, o Rio Branco SC qualificou-se para a disputa da finalíssima contra o Guarani, de Arapoti. No primeiro jogo, lá em Arapoti, o Rio Branco fez uma ótima partida e sagrou-se vencedor por 3x1. Os gols foram marcados por Celso, Nico e Zangado. A segunda partida foi realizada em Paranaguá. Foi uma tarde de glória essa do dia 1° de maio. Está gravada com letras maiúsculas na História do Leão do Litoral. Jogando um futebol de alta qualidade, o alvirrubro impôs uma sonora goleada no Guarani de Arapoti. 8x0 foi o placar. Celso Marques e Zangado foram os grandes heróis da jornada. Cada um marcou 4 gols. A torcida do Rio Branco compareceu em massa lotando asa dependências do alvirrubro. Durante os 90 minutos de jogo fez a maior festa no Estádio Nelson Medrado Dias. Com o termino da partida, tomou as ruas de Paranaguá numa grande carreata, com buzinaço e foguetório pintou a cidade de vermelho e branco, comemorando até altas horas a conquista do título de CAMPEÃO DO INTERIOR.

1956 – O Rio Branco SC no futebol profissional do Paraná

Depois de muito, o Rio Branco Sport Club, uma das mais tradicionais agremiações esportivas do futebol paranaense, voltou a fazer parte da DIVISÃO ESPECIAL DO FUTEBOL DO PARANÁ. Algumas complicações, a principio, pareciam tolher o desejo da gente riobranquista em disputar o Campeonato da Divisão Principal do Paraná. Primeiro foi a Federação Paranaense de Futebol, depois foi o CND que demorou em dar uma resposta ao pedido do Rio Branco SC. Muitas ações administrativas e políticas foram empreendidas pelos dirigentes leoninos. Por fim, o CND respondeu que só o Conselho Arbitral da Federação é que poderia decidir sobre o ingresso do Rio Branco no futebol profissional do Paraná.

No dia 16 de maio de 1956, por unanimidade, os clubes profissionais do Estado do Paraná, reunidos na sede da FPF, concordaram com a participação do Rio Branco SC no Campeonato Paranaense de Futebol. A torcida leonina e a cidade de Paranaguá festejaram com muita intensidade a conquista.

A partida de estréia do Rio Branco SC no profissionalismo aconteceu no dia 23 de junho de 1956 contra o Água Verde e terminou com a vitória do Leão por 3x2.

1970 – Voltando para a Primeira Divisão

O Rio Branco SC fez uma ótima campanha no ano de 1970, na 2° Divisão. Dos 10 jogos disputados no turno de classificação obteve 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.. Com esses resultados o Rio Branco SC ficou classificado em 1° lugar juntamente com o Cascavel e o Guarani de Ponta Grossa.Foi necessária uma decisão entre os três. Em turno e returno houve um quadrangular. O Leão do Litoral conseguiu 1 vitória, 2 empates e 1 derrota. Acabou em 2° lugar, conquistando o direito de voltar para a 1° Divisão do Futebol Paranaense.

1977 – O Apito não deixou o Rio Branco Disputar as Finais

O Rio Branco SC fez uma ótima campanha na REPESCAGEM. Chegou até as finais, sendo CAMPEÃO da Zona Sul ao abater o Pinheiros, em Paranaguá por 1x0 e depois consolidar o título no empate em 1x1, na Vila Capanema. Nesse jogo final, em 06 de agosto, a torcida do Rio Branco mais uma vez fez a diferença. Mais de 1.500 torcedores lotaram automóveis e ônibus e foram para Curitiba levar o seu incentivo à equipe alvirrubra. A crônica esportiva da capital ficou boquiaberta quando presenciou a enorme massa litorânea que se instalou nas arquibancadas do Durival Brito e Silva.

Quando o árbitro trilou o apito encerrando a partida, os leoninos invadiram o gramado para comemorar, junto com jogadores e diretores o extraordinário feito.

Com essa conquista, qualificou-se para decidir a vaga para as disputas da finalíssima (que seria contra o Coritiba) enfrentando o Grêmio Maringá, campeão da chave norte.

No jogo do dia 21 de agosto, aos 41 minutos da etapa final, Ivan fez o 2° gol do Rio Branco seria o da vitória – e conseqüentemente faria com que houvesse uma prorrogação. Durante os noventa minutos de jogo o Rio Branco foi superior. O Grêmio agüentava-se numa retranca e torcia para que o tempo corresse o mais rápido possível. O árbitro Rubens Maranho, que andou prejudicando o Rio Branco com a marcação de faltas não existentes e cartões amarelos dados sem critério, não se sabe o porque, anulou o gol alvirrubro – que foi legítimo. Todos os jogadores partiram para tiram satisfações com o apitador. Este rodeado por policiais, ao ser questionado porquê fizera tamanha safadeza, disse: Vocês são timinho do interior, como é que querem disputar título?

Na classificação geral o Rio Branco ficou em 11° lugar.

A partir do descenso acontecido no início dos anos 80, o Rio Branco SC lutou contra todas as dificuldades inerentes aos clubes que disputam a segunda divisão.

Os dirigentes ficam sozinhos. A torcida, chateada, deixa de comparecer ao estádio e, o incentivo, que é tão importante, deixa de existir. Os jogadores sentem-se até desmotivados. Tudo isso contribuiu para que, durante tanto tempo, o Leão da Estradinha sentisse o gosto amargo do fracasso.

Mesmo diante de tantos problemas, a gente riobranquista trabalhava sonhando com o dia do retorno à elite do futebol paranaense. Os dirigentes – Mário Marcondes Lobo Filho, José Carlos Possas, José Manoel Chaves, Rui Câmara (Piro), Alceu Silva, Nivaldo Domanski, Mauro Portilho Marques, Francisco Lopes de Araújo, Erwin Aal Jr, o Vivi – assumiram o clube e montaram uma equipe com condições de disputar a vaga do acesso.Já estavam fora a tantos anos. Estava na hora de voltar!

O Campeonato de 1993, da 2° divisão foi muito difícil. Renhidamente disputado. Viagens longas e cansativas para o Oeste, Sudoeste e Norte do Estado. Tudo era superado tendo em vista o ferrenho desejo de voltar a Primeira Divisão. Ao final, o Leão conseguiu o seu intento. Os desportistas de Paranaguá teriam condição de ver, novamente, as grandes equipes se apresentando no estádio Nelson Medrado Dias e, estas, sentiriam, mais uma vez, que na Estradinha o Leão é uma equipe difícil de ser batida. Méritos à diretoria comandada por Mário Marcondes Lobo Filho.

Na classificação final o Rio Branco ficou em 5° lugar, obtendo o direito de voltar para a 1° divisão.

1995 – Rio Branco Campeão

Na fase de classificação, o Rio Branco ficou em 1° lugar na sua chave. Foi uma bela campanha.Finalmente as pretensões estavam concretizadas. Como campeão do Grupo B e, por conseguinte, CAMPEÃO DA 2° DIVISÃO, o Leão adquiriu o direito de disputar a Primeira Divisão no ano de 1996, bem como o Octogonal da Divisão de Elite ainda no ano de 1995.

Rio Branco SC – Campeão do Interior em 2000.

Foi com muita dedicação que a coletividade alvirrubra se preparou para o Campeonato Paranaense de 2000. Os jogadores se desdobraram em campo para honrar as cores do Leão. Tal esforço foi recompensado com a bela campanha, que culminou com a conquista de CAMPEÃO DO INTERIOR. Graças a essa condição o Rio Branco SC foi disputar o quadrangular final, tendo como adversário o Coritiba FC. Os dirigentes do time coxa fizeram de tudo para que o Rio Branco disputasse a partida no seu estádio. Alegavam a falta de capacidade para o público, conforme o regulamento. Os dirigentes riobranquistas agiram com firmeza e, montando uma arquibancada de estrutura metálica, conseguiram ampliar a capacidade para o público – que superlotou asa dependências do Estádio Nelson Medrado Dias. No campo as ações não foram favoráveis e o Rio Branco perdeu o jogo. Porém, depois de muito tempo, as cores vermelha e Branca do Leão da Estradinha tremularam no alto do mastro da vitória.

Estádio

Estádio Fernando Charbub Farah – “Gigante do Itiberê”
Capacidade 20000
Inauguração 29/09/2004 - Paraná 2 x 1 Vasco da Gama
Primeiro gol: Petkovic(Vasco)
Já foi apelidado pelos parnanguaras como "Caranguejão", fruto do mar cuja origem é do mangue e onde aquela obra foi realizada, onde no passado a beira do Rio Itiberê era um grande manguezal.

Estádio: Nelson Medrado Dias - “Estradinha”
Capacidade: 11000
Propriedade: SC Rio Branco

Hino Rio Branco Sport Club. Leão da Estradinha
Meu querido esquadrão
Leão da Estradinha
Serás eterno em meu coração

Torcer por suas cores é sensacional
Rio Branco querido não existe outro igual
A bandeira alvi-rubra, a mais linda que há
Orgulho maior de Paranaguá

Mascote

A mascote do clube é o Leão. Tal alcunha foi dada pelo fato de o Rio Branco ser um time bastante guerreiro e vindo do interior do estado e pela região da estradinha. O clube é, então, chamado carinhosamente pela torcida de ‘Leão da estradinha’.


site: http://www.leaodaestradinha.com.br

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