Em 1897, um grupo de rapazes amantes do remo, tendo à frente João Victor da Cruz Alfarra, costumava alugar embarcações na antiga Lingüeta, de onde partiam em direção à Casa de Banhos, Ilha do Pina e algumas vezes rio acima, até o Poço da Panela, Apipucos etc.
Uma regata havia sido marcada para o dia 21 de novembro daquele ano. Fazia parte dos festejos para recepcionar as tropas legalistas que acabavam de voltar vitoriosas ao Recife, após o término do movimento de Canudos, com a derrota do Conselheiro e seus seguidores.
A prova náutica foi um sucesso, o que serviu de estímulo para que fosse criada uma associação que recebeu o nome de CLUBE DOS PIMPÕES e que contava com a participação dos empregados das ruas Direita e Rangel. Algumas competições foram, a partir de então, disputadas com muito entusiasmo pelos dois grupos, os da antiga Lingüeta e os da nova agremiação, o pessoal do CLUBE DOS PIMPÕES.
Logo a seguir, em data não bem precisada - em fins de 1898 ou no princípio do ano seguinte, não se sabe bem - houve uma reunião em um pequeno escritório da Companhia de Serviços Marítimos, no Cais da Companhia Pernambucana, tendo na ocasião ficado acordado a fundação de uma outra sociedade que congregaria a todos, inclusive os do pioneiro CLUBE DOS PIMPÕES, e que, por proposta de João Alfarra, foi denominada de CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE.
A primeira diretoria do novo clube ficou composta por Alfredo de Araújo Santos, Piragibe Haghissé, A. Omundsen, Hermann Ledebour, João Alfarra e outros. De imediato, foram adquiridos dois barcos que receberam o nome de CAPIBARIBE e AUDAZ.
Em fins de 1899, por decisão dos seus dirigentes, o clube passou por um processo de reorganização, mantendo, contudo, a fidelidade aos esportes náuticos. Nessa ocasião, seu nome foi mudado para RECREIO FLUVIAL. Mas a nova denominação não foi do agrado de todos, resultando que no início de 1901, foi novamente restaurado o nome anterior - CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE.
7 de abril de 1901 - O grande dia. Nasce um campeão E, em 7 de abril de 1901 o Sr. João Alfarra convocou todo o pessoal ligado ao remo para uma solenidade na qual seria lavrada e convenientemente registrada a primeira ata da agremiação, data que ficou reconhecida oficialmente como a fundação do clube. O documento histórico recebeu a assinatura de todos os presentes - do senhor Antônio Dias Ferreira, presidente da reunião, e do senhor Piragibe Haghissé, secretário. E, como não poderia deixar de ser, a assinatura do senhor João Victor da Cruz Alfarra, líder do grupo e pai da idéia. Todos eles, históricos fundadores do CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE.
O primeiro time do Náutico, integrado quase que exclusivamente por ingleses, foi organizado em 1906. Suas atividades, entretanto, limitavam-se aos domingos, quando no campo de Santana ou na campina do Derby. Antes, não havia por parte do pessoal do Náutico, o menor interesse pelo jogo de bola, divertimento, como o remo, igualmente importado da Inglaterra. E, somente por temor ao risco da desagregação, é que os dirigentes do clube vermelho-e-branco - as cores escolhidas como símbolo - consentiram em aderir ao futebol. Pretendiam, e felizmente conseguiram que os rapazes do remo, demasiadamente empolgados com as animadas e fortuitas peladas, terminassem um dia de se afastarem dos ideais que os congregavam em torno da bandeira alvirrubra. O jeito era oficializar o futebol. Adotá-lo. Assumi-lo, como tantos outros o fizeram. Foi o que finalmente decidiram, não sem antes terem de atravessar noites em discussão, os homens que naquela ocasião comandavam a nau vermelha-e-branca.
Em 1914, foi criada a Liga Recifense de Futebol, mas o Náutico não fez parte da mesma. Os seus jogadores procuraram ingressar nos outros clubes, nos que haviam se filiado. O João de Barros, o atual América, foi o que mais ganhou com a evasão dos jogadores do Náutico. Em 1915, porém, sentiu-se a necessidade de se criar uma nova entidade para orientar o futebol da cidade. Fundada dessa maneira a Liga Sportiva Pernambucana, o Náutico a ela se filiou. Com seu ingresso, os jogadores voltaram. Mas o time só conseguiu ser campeão muito tempo depois, em 1934, já na fase do profissionalismo.
O tempo e a história encarregar-se-iam de provar que aquela havia sido uma decisão sábia: o Náutico, um clube laureado nas regatas desde os primeiros tempos, seria com o passar dos anos, igualmente forte e vitorioso também no futebol - pioneiro em Pernambuco em jogos pelo exterior, primeiro TETRA, primeiro PENTA, primeiro e exclusivo HEXACAMPEÃO ! E mais: Vice-campeão brasileiro em 1967.
Títulos
21 vezes campeão pernambucano:1934, 1939, 1945, 1950, 1951, 1952, 1954, 1960, 1963, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1974, 1984, 1985, 1989, 2001, 2002 e 2004
Tricampeão do Norte:1965, 1966 e 1967
Estádio
Nome do Estádio: Eládio de Barros Carvalho.
Propietário: Clube Náutico Capibaribe.
Inauguração: 25/06/1939
Reinauguração: 07/04/2002
Endereço: Av. Rosa e Silva , 1030 , Aflitos , Recife- PE , Brasil.
Capacidade atual: 30 mil expectadores
O estádio Eládio de Barros Carvalho foi construído na década de 50, período de profissionalização do futebol no Brasil e de grandes conquistas do Clube Náutico Capibaribe, dentre as quais destaca-se o tri-campeonato pernambucano (1950, 1951 e 1952) e o torneio Norte-Nordeste de 1952.
Na década de 70, no entanto, o estádio já demonstrava sinais da obsolescência, principalmente se comparado a outros exemplares construídos ou reformados nas grandes cidades brasileiras ao longo dos anos 60 e 70.
Inicialmente, e com o objetivo de deixar o clube com um patrimônio compatível com a sua grandeza, foi planejada a construção de um estádio para 80 mil espectadores onde hoje está sendo erguido o Centro de Treinamentos do clube, no bairro da Guabiraba. Por uma série de motivos, a construção deste estádio não se viabilizou.
Por volta de 1980 surge o primeiro projeto de ampliação do estádio dos aflitos, de autoria do arquiteto Hélvio Polito. A proposta incluía a construção de um novo lance de arquibancadas no lado da geral, elevando a capacidade para cerca de 25 mil espectadores. Este projeto também não foi realizado.
Na década de 90, precisamente em Maio de 1995, numa reunião do grupo UniNáutico, grupo jovem de apoio e suporte a gestão do clube, cujo coordenador era o então diretor de patrimônio do clube Marcio Borba, realizada na sede social do Náutico, o arquiteto Múcio Jucá, levantou a questão da ampliação do estádio, a aquela época muito defasado, em capacidade e infra-estrutura disponível para o torcedor.
Mascote
TIMBU - Marsupial muito encontrado na zona da mata de PE, primo distante do Canguru.
O Náutico teve a escolha do Timbu como seu mascote em um jogo contra o América no dia 19 de agosto de 1934, este jogo aconteceu no campo da Jaqueira e interessava muito o resultado do jogo ao Sport porque com um empate ou uma derrota do Náutico o Sport assumiria a liderança.
Então só se via torcedores do Sport juntos com os torcedores do América contra o Náutico. Quando acabou o 1° tempo o placar estava 1x1. Estava chovendo muito e na vestiária não tinha a minima condições dos jogadores ficarem, então o técnico alvirrubro preferiu conversar com os jogadores no centro do gramado. Preocupado com a forte chuva e o frio, um dirigente do Náutico levou para os jogadores uma garrafa de conhaque e pediu que eles bebessem um gole. Com isso a torcida adversária ficava gritando "timbu" para provocar os jogadores alvirrubros pois os animal aprecia a cachaça.
Isso não adiantou muito pois o Náutico venceu o América por 3x1. Quando os jogadores do Clube Náutico sairam de campo foram pertubar a torcida do Sport gritando "Timbu 3x1, Timbu 3x1, Timbu 3x1..." Após este jogo o Timbu ficou sendo o mascote escolhido pelo Clube Náutico Capibaribe, que então organizou um maracatu criado pelo pessoal do remo em 1934 - o TIMBU COROADO, , que virou bloco e sai aos Domingos de carnaval, da sede alvirrubra e percorre o bairro dos Aflitos.
Site
http://www.timbunet.com.br
http://www.nautico.info/