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América Football Club

Após uma cisão no Clube Atlético da Tijuca seus dissidentes passaram a se encontrar na casa de um deles, Alfredo Mohrstedt, para fundar uma nova agremiação.

A reunião aconteceu no dia 18 de setembro; estavam presentes, afora seu proprietário, Henrique Mohrstedt, Oswaldo Mohrstedt, Gustavo Bruno Mohrstedt, Alfredo Guilherme Koehler, Alberto Koltzbucher e Jayme Pereira Machado.

Surgiram três propostas para o nome do clube: Oswaldo Mohrstedt propôs Rio Football Club , em homenagem à Cidade, Henrique Mohrstedt sugeriu Praia Formosa Football Club, por ser o nome da rua em que o clube estava sendo criado, mas a proposta aceita por todos foi a de Alfredo Koehler: America Football Club, em homenagem ao continente como um todo.

A primeira partida oficial aconteceria no dia 6 de agosto de 1905, num amistoso com o já estabelecido Bangu Atlético Clube (apesar de oficialmente em 17 de abril de 1904, os operários brasileiros e dirigentes ingleses já praticavam esportes nos terrenos e nas dependências da fábrica de tecidos que lhe deu origem desde o final do século XIX).

A primeira partida oficial aconteceria no dia 6 de agosto de 1905, num amistoso contra o Bangu Atlético Clube, os inexperientes americanos foram derrotados por 6x1. Nesse jogo, o jovem estudante de medicina paulista Amilcar Teixeira Pinto se tornou o primeiro jogador a marcar um gol defendendo o America. A escalação do time foi Oswaldo Mohrstedt; Francisco Pinto e Gustavo Bruno; Romeu Maina, Amilcar Teixeira Pinto (capitão) e Nabuco Prado; Alfredo Koehler, Jaime Pina, Durval Medeiros, J.Bermuder e Gustavo Garnett.

O America atuou com seu primeiro uniforme, que perduraria até 1908: camisas e meias pretas, calções e gravata brancos. Uma curiosidade: se observar com cuidado, pode-se constatar que a camisa americana apresentava sete botões: dois no colarinho e cinco na camisa; eles simbolizavam cada um daqueles sete idealistas que, em 1904, fundaram um clube que se tornaria, brevemente, uma das glórias do esporte brasileiro. Posteriormente, o jogador, técnico e dirigente Belfort Duarte adotou o uniforme rubro.

O primeiro jogo oficial foi travado contra o Bangu, perdendo por 6 a 1. O inexperiente time foi facilmente derrotado, mas ali o jovem estudante de medicina paulista Amilcar Teixeira de Castro marcou o primeiro gol da história americana.

O primeiro campo do América foi num terreno baldio, pertencente a Estrada de Ferro Rio D'Ouro, à Rua Pedro Alves. Em 12 de agosto de 1906, houve a transferência para a Rua São Francisco Xavier, 78. Como este campo não tinha as medidas para a disputa de partidas da primeira categoria, precisou-se indicar, em 1908, o campo do Bangu, na Rua Ferrer e em 1910, o do Fluminense, na Rua Guanabara (atual avenida Pinheiro Machado).

Em 1911 o América finalmente conseguiu um bom campo de futebol, na Rua Campos Sales na Tijuca, após a fusão com o Haddock Lobo Football Club, dono do campo. A fusão e a manutenção do nome e das cores do América após a mesma foi conseguida graças à habilidade dos dirigentes do América. Com o Haddock Lobo passando por uma crise financeira, a diretoria americana sugeriu a fusão entre os dois clubes tijucanos. O novo clube, de acordo com a proposta inicial, se chamaria Haddock Lobo-América Football Club.

Aceita a fusão, aos poucos os dirigentes rubros convenceriam os do Haddock Lobo a manter o vermelho e branco americanos nas cores do novo clube (o Haddock Lobo era alvi-marrom), e depois a manter o nome da agremiação como América Football Club. A fusão entre os dois clubes, na prática, acabou sendo apenas uma aquisição dos terrenos do Haddock Lobo e integração dos atletas do Haddock Lobo (entre eles Marcos Carneiro de Mendonça), já que a identidade do América permaneceu inalterada.

Já reforçado pelos atletas do Haddock Lobo, o América ganhou mais jogadores com a extinção do Riachuelo Football Club, em 1911. Além dos atletas, ex-sócios dessa agremiação se integraram ao clube rubro. Assim, o América fortalecia suas bases para em breve figurar entre os maiores clubes do Rio de Janeiro.

No dia 18 de Setembro de 1912 o América realizou a primeira partida internacional de sua história, tendo sido derrotado pela Seleção Chilena de Futebol pelo apertado placar de 3 a 2.

O América começou a se firmar entre os grandes do Rio de Janeiro em 1913, quando conquistou o Campeonato Carioca com 12 vitórias e apenas 3 derrotas, ao derrotar o São Cristóvão em 30 de Novembro por 1 a 0 com gol de Gabriel de Carvalho aos 8 minutos de jogo. Numa partida deste campeonato, o americano Belfort Duarte colocou a mão na bola dentro da área e como o árbitro não viu, ele se acusou e o pênalti foi marcado. Jogador que nunca foi expulso em sua carreira, Belfort Duarte virou nome de prêmio oferecido aos jogadores mais disciplinados, aqueles que nunca fossem expulsos em sua carreira.

Nesta campanha, o América somou mais pontos nos dois turnos e foi o campeão. Uma curiosidade marcou este título: a força dos cartolas americanos.

No segundo turno, o time se recusou a enfrentar o São Cristóvão em terreno público, em um campo sem cercas, na Praça General Deodoro, atual estádio do adversário. A liga aceitou os argumentos e jogo foi transferido para o dia 23 de novembro.

Um simples empate consagraria o Alvirubro, mas o time perdeu por 1 a 0. Os dirigentes americanos conseguiram comprovar que o oponente atuou com um atleta que não estava inscrito, anulando a partida. Finalmente, no dia 30 do mesmo mês, outra disputa é marcada para as Laranjeiras e, finalmente, o América consegue seu primeiro título.

O segundo título americano ocorreu em 1916, quando o clube novamente conseguiu somar mais pontos que seus adversários. O vencedor de 1922 teria o charme de ser conhecido como "o campeão do centenário da independência do Brasil". Neste ano, o América conseguiu o feito, liderado por Osvaldinho, um meio-campo de estilo clássico, cuja elegância dentro e fora de campo lhe renderam o apelido de “Divina Dama”. Até hoje ele é considerado o melhor jogador da história do alvirrubro.

O Divina Dama, ao lado de Pennaforte e Floriano, conquistou em 1928 outro título estadual para o clube. O quinto Campeonato Carioca do América, em 1931, ocorreu em uma competição muito confusa, na qual o Botafogo ameaçou sair. Na rodada final, o Vasco possuía um ponto a mais que os americanos. A vitória só foi confirmada quando a equipe rubra bateu o Bonsucesso e o os cruzmaltinos perderam para o Botafogo por 3 a 0.

Em 1935, houve dois campeões cariocas, o Botafogo e América. O alvinegro pela recém-criada Federação Metropolitana de Desportos, a FMD, e o América pela Liga Carioca de Football,a LCF. Sem Botafogo, Vasco, São Cristóvão e Bangu, o time americano conseguiu seu título batendo Fluminense e Flamengo, mas isso aconteceu de forma surpreendente, pois se encontrava em uma grande crise financeira. A equipe deste ano ficou conhecida como “Tico-Tico no Fubá”.

Um dos feitos lembrados pelos torcedores do América foi o jogo contra o Peñarol, time base da seleção uruguaia campeã da Copa do Mundo de 1950, em 1951. No dia 18 de julho, o estádio Centenário recebeu o alvirrubro em um jogo festivo para comemorar o feito. Os torcedores e jogadores do Peñarol acreditavam em uma vitória fácil, o que não ocorreu. Os cariocas lutaram bravamente e conseguiram vencer por 3 a 1.

Após 15 anos, o América ergueu sua última taça do Campeonato Carioca. A competição desta vez reunia os principais clubes do estado. Após muitos vices, os americanos, liderados pelo jovem técnico Jorge Vieira, 24 anos, puseram fim no longo período de jejum em 1960.

A equipe chegou perto novamente em 1971, quando conseguiu a Taça Guanabara, o título do primeiro turno, e em 1982, quando, liderados por Edu, conquistou a Taça Rio, o segundo turno da competição. Porém, não teve sucesso na final.

Em 12 de junho de 1982, o América conquistou o Torneio dos Campeões, competição organizada pela C.B.F. nos moldes do Campeonato Brasileiro, contando com a presença dos maiores clubes do Brasil, derrotando na final o Guarani(SP), por 2 a 1 [12]. Neste ano, o América conquistou também a Taça Rio, segundo turno do Campeonato Estadual do RJ ao vencer o Fluminense na última rodada por 4 a 2.

Em 1986, o América conquistou a melhor colocação em Campeonatos Brasileiros da 1° Divisão, chegando em quarto lugar.

Até 1986 disputou todas as edições do Campeonato Brasileiro na Série A e era então, segundo o Ranking da CBF daquela época, a 13ª equipe mais bem classificada na história do torneio. Naquele ano, inclusive terminou o Campeonato Brasileiro em 3° lugar, levando 50.502 espectadores pagantes ao Maracanã na semifinal em que empatou de 1 a 1 contra o São Paulo FC.

No ano seguinte foi criado o Clube dos 13 que organizou, com o aval da CBF a Copa União. O América foi excluído da disputa pelos organizadores desta copa e recusou-se a disputar a 2ª Divisão. Manteve-se afastado de competições oficiais por um ano e ao retornar manteve-se longe da tradição histórica, caindo agora no campo para a segunda divisão. Problemas institucionais com a CBF e com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro impediram o América de continuar a sua trajetória como anteriormente.

O processo de recuperação do clube começou em 2000 com a inauguração do Estádio Giulite Coutinho e uma grande reestruturação financeira, fiscal e patrimonial. Este processo refletiu-se no departamento de Futebol, com a classificação para a Copa do Brasil em 2004 e 2005.

Em 2006 o clube voltou a seus tempos de glória, sendo a grande sensação do Campeonato Carioca: teve a melhor campanha nas fases classsificatórias, foi finalista da Taça Guanabara e também semifinalista da Taça Rio. Na final da Taça Guanabara, contra o Botafogo, quando a não marcação de um pênalti a favor do América poderia ter mudado a história desta taça e do próprio campeonato, estiveram presentes cerca de 45 mil espectadores, o maior público do torneio. Além disso teve 4 jogadores e seu treinador eleitos para a seleção deste campeonato, em que terminou na terceira colocação, posição repetida por 14 vezes pelo América na história do Campeonato Carioca. Com esta campanha, garantiu presença na Copa do Brasil de 2007.

Sua boa fase foi confirmada na Taça Guanabara de 2007, sendo semifinalista novamente, vencendo os clássicos contra Vasco (2 a 1), Fluminense (2 a 0) e Botafogo (2 a 1). Agora o América prepara-se para, no Século XXI, retornar a sua trajetória de sucesso.

2008: O pior ano da história do América

Para o ano de 2008 o América apostou no inexperiente técnico Ademir Fonseca, mas após derrota sofrida na estréia para o Duque de Caxias, este técnico foi demitido, sendo substituido interinamente por Jorge Vieira, responsável pelo futebol do clube e que foi o técnico campeão carioca pelo clube rubro em 1960 e posteriormente por Amarildo Tavares da Silveira, ex-jogador da Seleção Brasileira, apelidado de "O Possesso". Ainda na Taça Guanabara foi contratado Gaúcho, para enfim tentar tirar o time da incômoda situação de ter de lutar contra o rebaixamento no Campeonato Carioca, o que apesar da reação da equipe rubra na Taça Rio não adiantou, pois o América foi rebaixado em 5 de abril, o que ocorreu pela primeira vez em sua história, tendo disputado até então, 100 campeonatos cariocas da primeira divisão, atrás apenas de Fluminense e Botafogo em número de presenças nesta competição.

Títulos

Campeonato Carioca: 7 vezes (1913, 1916, 1922, 1928, 1931, 1935 e 1960).

Torneio dos Campeões: 1982.

Estádio

Foi inaugurado em 23 de janeiro de 2000 no jogo America 3 x 1 Seleção Carioca. Tendo o atacante Sorato, do America, feito o primeiro gol no estádio. O campo de jogo mede 105m x 70m.

Com capacidade para 16.000 espectadores, com ampliação já prevista para 32.000; campo de jogo nas dimensões do Maracanã, localizado no município de Mesquita, na região da Baixada Fluminense, entre importantes municípios em PIB do Estado do RJ (Duque de Caxias – R$6 bilhões e Nova Iguaçu- R$3 bilhões). Seu recorde de público foi no jogo América 2 a 2 Flamengo, com 9.009 pagantes, em 5 de março de 2006.

No estado do Rio de Janeiro somente o America e o Vasco têm estádios próprios.

Hino

De autoria de Lamartine Babo

Hei de torcer, torcer, torcer...
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer...
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim
A cor do pavilhão é a cor do nosso coração
Em nossos dias de emoção
Toda torcida cantará esta canção
Tra-la-la-la-la-la
Tra-la-la-la-la-la
Tra-la-la-la-la
Campeões de 13, 16 e 22
Tra-la-la
Temos muitas glórias
E surgirão outras depois
Tra-la-la
Campeões com a pelota nos pés
Fabricamos aos montes, aos dez
Nós ainda queremos muito mais

América unido vencerás!

Mascote

A mascote do América é um diabo por causa da cor vermelha adotada pelo clube em 1908.


Site
http://www.america-rj.com.br

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