O Gonçalense fará sua estreia no futebol profissional neste domingo (4), jogando contra o União Hermes pela Série C do Campeonato Carioca. O time fundado em 2013 tem metas ambiciosas, buscando o acesso já em seu primeiro ano no torneio.
OK, o roteiro é comum. Você já cansou de ver clube jovem mirando o acesso em seu primeiro ano. Mas quando nós falamos de “metas ambiciosas” no Gonçalense, estamos falando em acesso à Série A do Campeonato Carioca em 2016, participação no Campeonato Brasileiro e a construção de um estádio particular para 43 mil torcedores.
O nome por trás do novo clube de São Gonçalo é Joacir Thomaz, dono da construtora Macroaction. Ex-presidente do São Gonçalo Futebol Clube, o empresário adquiriu o Tanguá Esporte e Cultura e o transformou na nova equipe de São Gonçalo, com nome, uniforme e símbolo novos.
Neste primeiro ano, o passo a ser dado é o acesso à Série B do Carioca. Ainda sem contar com o estádio, o Gonçalense mandará seus jogos no Estádio José Alves Ventura, em Rio Bonito, com portões fechados. Enquanto o time atua pela terceira divisão do Rio de Janeiro, a Macroaction levanta uma primeira fase do estádio em São Gonçalo – inicialmente para 5 mil torcedores.
Até o fim de 2015, o Gonçalense quer mandar seu jogos no “Catarinão” (referência ao Jardim Catarina, bairro da arena) para 20 mil torcedores. No ano seguinte, já na elite estadual, o plano é ter 43 mil lugares à disposição do público, em um estádio com shopping, cinema, lojas e quatro praças de alimentação. O custo da obra: R$ 350 milhões, custeados pela própria construtora de Joacir Thomaz. Para ele, a grande população de São Gonçalo (mais de 1 milhão de habitantes) e o fanatismo do público local justificam e garantem sucesso na empreitada.
“Eu moro no bairro (Jardim Catarina) e no município. Tenho 59 anos, moro aqui há 56. Do lado de onde a gente está fazendo o estádio, sempre houve campos de várzea. Para você ter uma ideia, esse nosso bairro é o maior da América Latina, e a cidade é a terceira maior do interior do Brasil, perdendo para Guarulhos (1,2 milhão) e Campinas (1,1 milhão). A gente consegue chegar a ser maiores que varias capitais brasileiras. Temos uma responsabilidade grande em relação a isso: representamos um cidade que está ao lado do Rio de Janeiro, temos 1 milhão de pessoas. É muita gente. A gente quer fazer um trabalho bom e sério, porque não podemos decepcionar esse povo em São Gonçalo”, contou o dirigente por telefone.
Para ele, o apoio do público ao novo time da cidade – que já conta com duas equipes de futebol – virá de forma natural, sem concorrência com o São Gonçalo FC e com o São Gonçalo EC. “Vai ser um trabalho, uma sequência no bom planejamento. Nesses campos (de várzea), quando eles fazem torneios nestes lugares, a gente vê 5 mil pessoas do lado para ver uma final de pelada. As pessoas hoje sabem do nosso projeto. Eles estão me cobrando. Já há uma procura muito grande das pessoas do bairro e da cidade em geral”, afirmou, empolgado.
A construção do Estádio Catarinão será a cereja do bolo no projeto do Gonçalense. E o dono da Macroaction, principal patrocinadora do clube, não tem medo de dar o pontapé inicial na obra por conta própria.
“Por enquanto, sou o único patrocinador deste equipamento. Por enquanto não tem ninguém, mas eu não estou fechado para esse tipo de patrocínio. Tenho inclusive algumas empresas interessadas em fazer parceria”, disse, abrindo as portas para o apoio financeiro de patrocinadores de boas intenções. “A gente precisa de uma coisa concreta, segura, controlada, porque sabe que tem, nesse meio, pessoas que talvez queiram se aproveitar da situação. Não é o que a gente quer, a gente quer uma coisa segura.”
Por enquanto, o Gonçalense vai empolgando Joacir. Nos cinco amistosos da pré-temporada, contra Duque de Caxias, São Cristóvão, Universo, Artsul e Tigres do Brasil, levou a melhor em todos. O lateral direito Thiaguinho (ex-São Gonçalo FC), os zagueiros Rodrigão (ex-Madureira) e Alemão (ex-Miguel Couto) e atacante Vitor Borges (ex-Madureira) estão entre os nomes mais conhecidos sob comando do técnico Emanoel Sacramento, ex-Boavista.
“A gente contratou o Emanoel Sacramento, que foi o melhor técnico da Copa Rio, foi vice-campeão pelo Boavista. Ele trouxe jogadores de confiança dele”, contou Thiago Thomaz, vice-presidente do clube (e filho do presidente Joacir), que aposta na mescla entre jogadores jovens com atletas experientes para subir já na temporada de estreia. “É uma terceira divisão, mas gente tem que passar por ela”, completou.
Nos discursos, Joacir e Thiago reforçam a meta de buscar acessos consecutivos. Além de subir dois degraus no Campeonato Carioca até 2016, o Gonçalense quer conquistar o título da Copa Rio de 2014, já para poder disputar a Série D do Campeonato Brasileiro em 2015. A partir daí, o caminho é lógico: Série C em 2016, Série B em 2017…
“Se a gente chegar no ano que vem à Série B do Carioca, a gente também vai poder disputar a Série D do Brasileiro. Isso é um passo a passo hoje para a gente conquistar (o acesso para) a Série A do Rio em 2016 e jogar, de repente, a Série C do Brasileiro na sequência. Esse é o nosso objetivo final”, afirmou Joacir.