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Frigorífico Atlético Clube

O clube foi fundado em 7 de setembro de 1917 por funcionários da Brazilian Meat Company. A origem do nome está ligada ao surgimento do Frigorífico Anglo que, por sua vez, tem ligação com o ciclo do gado e com a Companhia Paulista de Estradas-de-Ferro. Em 1909 teve início a sua construção, sendo inaugurado em 1913, com a denominação de Cia. Frigorífica e Pastoril. A companhia inglesa West Smithfeld, empresa de sucesso no ramo de carnes, comprou uma antiga cervejaria situada na cidade, transformando-se em Matadouro Frigorífico, constituindo-se a mencionada Brazilian Meat Company.

O primeiro jogo da história do Frigorífico foi realizado a 7 de setembro de 1919 entre os dois quadros do clube, com a finalidade de inaugurar o campo de futebol da Vila Vestey e apresentar a banda de música recém-organizada. Embora a prática do futebol fosse uma atividade sazonal, limitada na época à chamada estação esportiva, o clube desenvolveu uma intensa atuação, chegando mesmo a ser considerado o melhor time do Estado, em virtude de uma série de 27 partidas invictas, só interrompida pelo Fluminense FC, em 1921, com a sua equipe integrada pela maioria dos jogadores que haviam levantado o tricampeonato carioca em 1919.

A realização deste encontro histórico foi uma iniciativa de Henry Welfare, da “Brazilian Meat Co. ” (a razão social °S. A. Frigorífico Anglo (só seria adotada no ano de 1941), e grande jogador do tricolor carioca, do qual foi um dos grandes goleadores. Welfare, que depois se transferiu para o Vasco da Gama, também atuou várias vezes pelo Frigorífico. O Fluminense foi calorosamente recebido com a realização de um banquete na plataforma de embarques do matadouro-frigorífico e o oferecimento de um cartão de prata alusivo à visita, momentos antes do jogo.
O jogo terminou com a vitória do Fluminense por 2x1, e se constituiu num grande evento social e esportivo. Infelizmente, as fotografias que registravam este acontecimento encontravam-se afixadas no vestiário do estádio da Vila Vestey e foram destruídas pela grande enchente de 1945, que danificou enormemente as dependências do clube.


Vista da arquibancada do estádio da vila Vestey no dia do jogo com o Fluminense FC, do
Rio de Janeiro, em 1921.

No dia 18 de abril de 1940, por iniciativa do Prefeito Paulo Fernandes, que já no dia 10 de março havia promovido a realização do “Torneio do Cinqüentenário”, reunindo todos os clubes do municipio, e que foi vencido pelo Central, era fundada a Liga Atlética de Barra do Piraí, que mais tarde passou a se denominar Liga Desportiva de Barra do Piraí, tendo como fundadores os clubes América, Brasil, Central, Fábrica, Frigorífico, Itacolomy (atual Cipec EC), Royal, Santana, Sublime e 1º de Maio.

A fantástica Máquina de fazer gols

78 gols em 18 partidas do campeonato –média de 4,3 por jogo–, 17 vitórias e um empate. Na foto, na festa do título, uma formação que participou da grande conquista. Considerado por muitos o melhor time Frigorífico de todos os tempos e até mesmo do próprio futebol fluminense da época, na semifinal do Campeonato Estadual de Clubes Campeões de 1943, organizado pela Federação Fluminense de Desportos, empatou em Mendes por 3x3 com o Icaraí FC, de Niterói, atuando quase todo o segundo tempo com apenas 10 jogadores. No jogo de volta, no estádio Caio Martins, o Frigorífico vencia o Icaraí por 3x2 na prorrogação (2x2 no tempo normal) quando o jogo foi suspenso por causa de um conflito provocado por dirigentes e torcedores do clube local, que invadiram o gramado inconformados com o terceiro gol alvinegro. Numa decisão arbitária, claramente facciosa, o Tribunal de Justiça Desportiva da FFD deu os pontos da partida para o clube niteroiense.
Após uma jornada exuberante, que compensou todos os esforços e sacrifícios desenvolvidos, o Frigorífico conquistou o ambicionado título de campeão barrense de futebol, com a circunstância honrosa de ter sido o primeiro a conquistá-lo de forma invicta.

O Profissionalismo

Em 1952, a Federação Fluminense de Desportos deu início à implantação do profissionalismo no futebol do Estado do Rio de Janeiro. A decisão foi muito discutida, pois enquanto uns entendiam que o objetivo era fortalecer o futebol fluminense, outros a denunciavam como manobra centralizadora de poder, destinada a liquidar com as ligas municipais. De qualquer maneira, como se veria pouco depois, a iniciativa - na verdade um semiprofissionalismo – foi altamente nefasta aos clubes, arrastados todos a uma falência irremediável. Além disso, a transmissão de jogos do campeonato carioca pela TV foi altamente prejudicial, pelo processo de evasão de público que provocou nas pequenas cidades. O fato é que foi criado naquele ano o Departamento Estadual de Profissionais, ao qual logo aderiram os principais clubes de Barra Mansa, Nova Iguaçu, Paracambi, Paraíba do Sul, Resende, Três Rios e Volta Redonda. De Barra do Piraí, aderiram inicialmente o Adrianino e o Central. Só em 1953, Frigorífico, Royal e 1º de Maio ingressaram no profissionalismo, juntamente com o Fluminense, de Vassouras, e os clubes de Valença.

No Estadual de 1954 a equipe ficou no grupo da 2ª Zona junto com 1° de Maio de Piraí, Adrianino de Eng° Paulo de Frontin, Brasil Industrial e Tupy de Paracambi e Central e Royal de Barra do Piraí. O alvi-negro não se classificou, passaram de fase apenas Brasil Industrial, Central e Royal
As tradições e glórias do passado do Frigorífico A. C. chegaram ao seu ponto máximo no ano de 1955, quando a equipe conquistou o título da 2ª Zona do Campeonato Fluminense (não foi título estadual, como costuma ser divulgado). O campeonato estadual foi organizado entre os campeões de Niterói, Campos e Vale do Paraíba, sendo esta última região aquela da qual fazia parte o Frigorífico. Veja abaixo a campanha vitoriosa do clube naquele ano, quando enfrentou as seguintes equipes: Coroados (Valença), Royal (Barra do Piraí), 1º de Maio (Piraí), Benfica (Valença), Valenciano (Valença), Barra Mansa (Barra Mansa), Guarani (Volta Redonda) e Comercial (Volta Redonda)

Até chegar ao título máximo, o Frigorífico jogou 19 partidas, venceu 11 (uma por Wx0), empatou 5, e perdeu apenas 4. Marcou 45 gols e sofreu 27. No jogo contra o Royal, em Barra do Piraí, Nenzinho foi autor de 3 gols que deram a vitória ao Frigorífico por 4x3, assegurando a conquista do título. Cirineu, com certeza, se inscreve na história do clube como um dos seus maiores goleadores em todos os tempos.
Mas a difícil luta pelo título de campeão não terminava aí. A apenas duas rodadas do seu encerramento o Superior Tribunal de Justiça da então CBD, determinou a inclusão do A. A. Volta Redonda e 1º. de Maio SC na competição. Essa decisão, inoportuna, com o campeonato praticamente encerrado, provocou uma crise na FFD, apoiada por todos os filiados, que se recusaram a jogar com aquele clube. Esse fato levaria a FFD a proclamar a Volta Redonda campeã, sem disputar uma única partida. Chegou a ser marcado um primeiro jogo entre Volta Redonda x 1º. de Maio, que também não se realizou em face do desinteresse do clube de Santanésia de participar da polêmica questão. O “Jornal dos Sports”, de 18/12/55, noticiava:

“O OUTRO CAMPEÃO – O Frigorífico, primeiro colocado no certame de 1955, já havia garantido o título de campeão quando surgiu o caso da inclusão da A. A. Volta Redonda no certame. Tendo se unido aos demais seis clubes que não concordavam com o ingresso do novo concorrente, o Frigorífico, campeão de direito sacrificará a conquista gloriosa mas não arreda do seu ponto de vista.

Esta solução, entretanto, não chegou a ser adotada. Reuniões foram realizadas em Barra do Piraí e Volta Redonda, além de contatos pessoais do presidente da FFD, em busca de uma fórmula de conciliação. Uma sugestão propunha que Frigorífico e Volta Redonda, que desistiria de sua reclamação, formassem um combinado para representar o Sul do Estado nas eliminatórias que apontariam o representante fluminense na Taça Brasil. Finalmente, decidiu-se pela inclusão da própria Volta Redonda no torneio que apontaria aquele representante, solucionando assim o impasse que ameaçou a própria sobrevivência do Departamento Estadual de Profissionais da FFD.
Dessa forma, os dirigentes do Frigorífico também tiveram que desenvolver um grande esforço para ratificar nos bastidores da entidade um feito glorioso que seus valorosos atletas haviam conquistado galhardamente nos campos onde se legitima os grandes e verdadeiros campeões.
A festa de entrega das faixas aos campeões foi realizada no dia 13 de dezembro, por ocasião de um amistoso contra a Seleção Carioca de Amadores (Departamento Autônomo), que se preparava para excursionar à Europa. O jogo contou com a participação de todos os jogadores que atuaram no campeonato. O resultado final foi um empate de 4x4. Os gols do Frigorífico foram marcados por Ceoca, Nenzinho, Tarrachinha e Cunha.
Na oportunidade, foi prestada uma significativa homenagem ao extraordinário craque Zé Magro, que havia encerrado sua carreira um ano antes, depois de quase 15 anos de participação decisiva na conquista de tantas vitórias e títulos que engrandeceram o clube.

Reconhecimento

O título de 1955 do Frigorífico é sim Estadual, conforme reconhecido pela FFD em 1962.
A confusão aconteceu por causa da recusa de niteroienses e campistas de disputar o campeonato fluminense organizado pelo DEP (Departamento Estadual de Profissionais) a partir de 1953, levando a FFD a reclassificar o DEP em 1954 como campeonato do Vale do Paraíba e instituir o cruzamento entre os campeões do DEP/Campos/Niterói para apontar o “verdadeiro” campeão fluminense.
Esse ato contrariou os clubes sul-fluminenses que continuaram se considerando (com apoio de parte da mídia) disputantes do verdadeiro estadual.
Apenas em 1956 a FFD instituiu de fato o campeonato de zonas, extinguindo o DEP e criando a Divisão Departamental de Profissionais (DDP), mas por vezes chamada também de Divisão Estadual de Profissionais (DEP) criando confusão pela sigla IDÊNTICA à anterior.
Após vários recursos dos clubes sul-fluminenses em 1962 a FFD voltou atrás declarando todos os campeões do DEP de 53 até o seu final (Barra Mansa, Coroados e Frigorífico) campeões fluminenses, chamando os vencedores do cruzamento DEP/Campos/Niterói de supercampeões fluminenses, ou campeões extras em algumas fontes.
Após 56, são as zonas como as conhecemos, e assim fopi até 1977 (o último campeonato da FFD - o campeonato fluminense de 78 foi organizado pela FERJ, sem zonas)…
Campeonato fluminense é essa zona mesmo… No Campeonato Estadual de 1956, o Frigorífico ficou na Zona Sul Fluminense, junto com Adrianino, Barra Mansa, Central, AA Volta Redonda, e Comercial e Guarani também de Volta Redonda. Novamente a equipe de Mendes não passou de fase. Apenas o Central se classificou.
Em 1957, denovo na Zona Sul Fluminense, o Frigorífico não conseguiu ir além jogando contra as esquipes do Adrianino, Guarani, Resende e Riachuelo de Paraíba do Sul.
Em 1959, com outra fraca campanha, a equipe ficou na 1ª, 2ª e 3ª Zonas (Zona da Baixada/Sul Fluminense) junto com Adrianino, Barbará de Barra Mansa, Nacional de Duque de Caxias, Riachuelo e São Pedro de São João de Meriti, novamente a equipe mendense não seguiu adiante.
Em 1991 a equipe conseguiu chegar a Segunda Divisão do Estadual do Rio de Janeiro, junto de equipes conhecidas com Central, Barra Mansa, Entrerriense, Serrano de Petrópolis, Flamengo de Volta Redonta, Tupy de Paracambi. Também não conseguiu grandes resultados e deixou o torneio sem brilho.
Foi a última participação da Equipe mendende em competições estaduais. Depois disso o clube literalmente afundou.

Estádio


Zé Magro

Nome Oficial: Estádio Zé Magro
Capacidade: 1.000
Endereço: Travessa Vila Wesley - Mendes-RJ
Dimensões: 103 x 55 m
Proprietário: Frigorífico Atlético Clube

Homenagem: O nome do estádio é uma homenagem a um dos maiores jogadoresdo Vale do Paraíba e que vestiu a camisa alvinegra do Frigorífico no passado.

*Infelizmente o estádio apresenta-se atualmente em estado de abandono, embora o gramado e as balizas ainda sejam mantidos com algum cuidado, assim como parte das pinturas. As arquibancadas estão em estado muito precário, bem como os bancos de reservas.



Mascote
Inspirado no argentino Lorenzo Mola, que já havia anos fazia grande sucesso no “Jornal dos Sports” com suas caricaturas dos clubes que disputavam o campeonato carioca, Creso Pereira criou em 1946 figuras que simbolizavam os principais clubes da LDBP. A figura do “Marreta”, que a torcida e o clube adotaram carinhosamente, foi sugerida ao desenhista por Elmar Rocha, valendo-se da expressão “marreta”, grito de guerra da torcida do Frigorífico, muito usado principalmente como incentivo à uma jogada mais vigorosa. Coincidência ou não, a figura do “Marreta” tinha uma enorme semelhança com um torcedor muito valente do clube, de nome José Januário, conhecido popularmente como “Zé Macaco” – sobretudo no detalhe da camiseta –, que era quem abatia os bois a golpes de marreta no matadouro-frigorífico. Das figuras criadas por Creso Pereira, apenas o “Marreta”, simbolo do Frigorífico, caiu no gosto das torcidas, incorporando-se à história do clube.

Fonte :http://www.timesdobrasil.hd1.com.br/Rio%20de%20Janeiro/frigorifico.htm

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