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Centro Sportivo Alagoano

O Centro Sportivo Alagoano foi fundado no dia 7 de setembro de 1913. Naquele dia, na Sociedade Perseverança e Auxiliar dos Empregados do Comercio, Jonas Oliveira reuniu um grupo de jovens e fundaram o Centro Sportivo 7 de Setembro. Lá estavam presentes: Osório Gatto, Entiquio Gomes Filho, Antenor Barbosa Reis, Arestides Ataide de Oliveira, Francisco Rocha Filho, Antonio Miguel de Oliveira, Vicente Grossi, Avenor e Agerson Dantas, Pedro Soares, Waldomiro e Djalma Machado, Pedro Lobão, Alfeu Cavalcanti, João Rosas, João Alfredo Rêgo, Jeferson Araujo, Arlindo Costa, Antonio Valente, Eduardo Goulart, Artuir Tavares da Costa, José e Luiz Farias, Davino Ataide, José Fontan, Odilon Cabral, Pedro Rocha e Rubem Fidias, assinando a ata de fundação.

O novo clube começou a funcionar num velho terreno situado na rua João Pessoa, onde foram guardados seus primeiros barcos. Mais tarde, no mesmo terreno foi edificado o então sintuoso prédio da antiga Sociedade Perseverança e Auxilio dos Empregados no Comércio de Maceió, que ainda hoje existente e é ocupado por uma Escola Técnica de Comércio. Não demorou muito e o clube mudou sua sede para uma das dependências do antigo Palacio do Governo. Em 1915, nova mudança, a sede azulina se transferiu para a Praça da Independência, ocupando o prédio que pertencia ao Tiro de Guerra. A mudança foi benéfica ao clube que passou a ocupar um enorme terreno na antiga Praça da Cadeia afim de movimentar seu time de futebol. Ali, o clube treinava e jogava. Posteriormente, até adquirir o terreno onde hoje é o estádio do mutange, o clube azulino ocupou outras sedes. Na Praça Deodoro, na rua Boa Vista e, na rua da Alegria, esta sublocando uma parte do terreno, cujo prédio foi devolvido para que se construísse o saudoso Colégio Diocesano.

O clube azulino, que começou com o nome de Centro Sportivo 7 de Setembro passou para Centro Sportivo Floriano Peixoto em 1915. No mês de junho do mesmo ano chegou a Maceió José Floriano Peixoto, grande atleta nacional. Os azulinos fizeram uma grande manifestação ao atleta alagoano que logo se integrou ao clube. Para uma disputa de futebol entre Alagoas e Brasil, Floriano Peixoto ofereceu uma rica taça. Os mesmos rapazes que o homenagearam, propuseram, em Assembléia Geral, trocar o nome do clube para Centro Sportivo Floriano Peixoto. A proposta foi aceita. Somente no dia 13 de abril de 1918, por ato da Assembléia Geral, foi que o clube passou a se chamar Centro Sportivo Alagoano, agremiação que começou a se identificar com o povo. Logo passou a ser conhecido como o clube das multidões.

Uma semana depois de sua fundação, o novo clube começava seus exercicios de atletismo no terreno onde hoje fica a Escola Técnica de Comércio, na rua João Pessoa. Ali se formou uma verdadeira academia de atletas. O Centro Sportivo 7 de Setembro tinha um excelente corpo de lutadores de boxe, luta romana, além de levantamento de peso, lançamento de dardo, disco e esgrima. O esporte náutico somente entrou na história do clube em 1917. Os dirigentes azulinos começaram com uma baleeira de seis remos. Durante muitos anos, os associados do clube usaram a Lagoa do Mundaú para passeios e competições náuticas.

O futebol começou com a própria fundação do clube. Os treinos eram realizados na Praça da Cadeia, local onde o Centro realizou seu primeiro jogo no dia 7 de setembro de 1914. O adversário foi um time formado por estudantes alagoanos que faziam faculdade no Recife. Os azulinos venceram por 3x0. Segundo o cronista esportivo Renato Sampaio, em seu livro - A margem do futebol - o primeiro jogo entre Centro e Regatas foi realizado no dia 7 de setembro de 1916, na Praça Jonas Montenegro, hoje Praça do Centenário. O azulão ganhou por 1x0, gol de Aristides. O Centro formou com Hermes, Viana, Grossi, Alipio, L. Farias e Closias, Apolinario, J.Maria, Fontan, Arestides e Grossi. O Regatas jogou com Gondim, Custódio, J.Ramalho, Quintela, Abelardo e Homero, Moisés, Oscar, Aroldo e Peter Jurisch. O clube seguiu sua trilha vitoriosa pelos caminhos do esporte. Clube que tem como lema - União e Força - O Centro Sportivo Alagoano continua sendo o mais querido de Alagoas.

A rivalidade entre CSA e CRB já vinha de alguns anos atrás. Em 1931 aconteceu um fato que foi muito comentado. Para participar da festa de seu aniversário, os azulinos convidaram o time do América de Recife para um jogo amistoso. Tininho, um habilidoso jogador do CSA, era também um verdadeiro líder dentro do clube. Muitas vezes, se transformava em treinador do time. Por todas essas qualidades, Tininho era respeitado pelos dirigentes e querido pela torcida.

Com a intenção de reforçar a equipe, Tininho convidou dois jogadores do CRB para integrar o CSA no jogo contra o América. Zequito Porto e Fonseca eram os convidados. Eles aceitaram e se sentiram honrados em vestir a camisa azulina. No dia 7 de setembro, no mutange, antes do jogo, compareceram aos vestiários do CSA, os jogadores Zequito e Fonseca que foram recebidos por Tininho. A diretoria azulina já se encontrava nas cadeiras que ficavam nas arquibancadas do Mutange. Ao saber da novidade, os dirigentes mandaram chamar Tininho para informar que não concordavam com a presença dos jogadores do CRB. Afirmavam, inclusive, que temiam a reação da torcida. Pressionado por todos os lados, Tininho mostrou porque era líder, e decidiu – “Ou aceitam Zequito e Fonseca ou eu também não jogarei”. Esta decisão aumentou a confusão. Mas, pela personalidade do capitão azulino que assumiu toda responsabilidade, os dois atletas do CRB jogaram e ajudaram o CSA a vencer o América por 4x2. Dois dos gols foram assinalados por Fonseca. Zequito Porto nunca negou que se sentiu orgulhoso ao vestir a camisa do tradicional rival. A rivalidade na época não permitia que fatos como esse pudesse acontecer. Mas, ele conseguiu quebrar esse tabu.

Uma das maiores goleadas do futebol brasileiro e, certamente, a maior do futebol alagoano, teve a participação do Centro Sportivo Alagoano. Aconteceu no campeonato alagoano de 1944 - CSA 22 x Esporte 0.

O CSA tentou transferir o jogo para aceitar um convite e jogar em Garanhuns. O Esporte não aceitou. O mando de campo era o time de Zé Rodrigues que levou o jogo para o campo da Pajuçara. O CSA tentou levar a partida para o Mutange, chegando a oferecer toda a renda para o Esporte. O clube rubro também não aceitou. Comentou-se, na época, que dirigentes e jogadores do clube azulino fizeram um pacto para fazer o maior numero de gols possíveis dentro da partida. Na semana do jogo, o Tribunal de Penas da Federação suspendeu quatro jogadores do Esporte. Eles haviam se envolvidos no jogo violento da partida contra o Olavo Bilac no domingo anterior. Dirigentes do clube de Zé Rodrigues chegaram a pensar em entregar os pontos. Terminaram desistindo.

No dia 28 de janeiro de 1945, no Estádio Severiano Gomes Filho, e arbitragem de Waldomiro Breda, jogaram Esporte Clube Maceió e Centro Sportivo Alagoano. Zé Rodrigues que tinha problemas na escalação do seu time, foi obrigado a colocar em campo quatro atletas que haviam jogado na partida preliminar: Orlando, Pé de Samba, Mudico e Laurinho. Mesmo assim, os jogadores do CSA não perdoaram. Fizeram 7 gols no primeiro tempo e 15 no segundo. Os artilheiros foram Caio Mario (9), Dengoso (5), Sales (3), Montoni (3), Valdir (1) e Ariston (1).

O jogo do Xaxado

O jogo do Xaxado foi um dos que mais emocionou a torcida azulina. Não somente pelo resultado de 4 x 0, mas pelo passeio que o clube deu no seu tradicional adversário, o CRB. Xaxado é música, ritmo. Na época, 10 de setembro de 1952, era a musica do momento das paradas de sucesso. Todo o Brasil dançava o xaxado com Luiz Gonzaga. E naquela tarde, no campo da Pajuçara, os jogadores do CRB dançaram o xaxado no ritmo azulino.

Foi um baile, um olé. Jamais se pensou em desrespeitar o adversário, mas era gostoso observar a bola de pé em pé com os alvirrubros na roda. Como ninguém se lembrava do jogo da Sofia (CRB 6 x 0 CSA), o marcador ficou mesmo nos 4 x 0. Havia condições para superar os 6 x 0, entretanto, os jogadores do CSA preferiram os dribles espetaculares, as jogadas de alto efeito técnico, com a torcida azulina batendo palmas e gritando, ritmicamente, a palavra xaxado. Muitos gols foram perdidos. Dida depois de driblar toda a defesa do CRB, inclusive o goleiro Levino, quase na linha de gol, preferiu voltar e passar a bola para um companheiro. Oscarzinho também esteve para marcar e terminou sentando na bola. Neste lance, o juiz parou o jogo e advertiu o jogador azulino por desrespeitar o adversário. Mas, louve-se a disciplina dos atletas do CRB. Aceitaram o show dos azulinos sem apelar para a violência. Naquela tarde, a torcida assistiu a uma memorável exibição de futebol. Até hoje não houve nenhuma igual. Pior para o CRB que jogava para comemorar mais um aniversário de sua história.

Garrincha jogou no CSA

O fenomenal Garrincha pertenceu ao Centro Sportivo Alagoano. Foi somente noventa minutos, mas foi. No dia 19 de setembro de 1973, num amistoso contra o ASA de Arapiraca, no Trapichão. Garrincha e Dida jogaram juntos com a camisa azulina. Dias depois ele jogou outra partida por um clube alagoano, o ASA de Arapiraca.

Seu Mané estava se despedindo da torcida brasileira. Seu futebol estava chegando ao fim. Suas pernas tortas já não corriam como antes. Seus dribles já não eram tão eficientes. Mesmo assim, Garrincha jogou e a torcida alagoana entendeu seu drama. Nunca uma torcida aplaudiu um craque como naquela noite de despedida.

Sua história é cheia de capítulos de rara beleza. Moço simples, criatura maravilhosa e companheiro sem igual, Garrincha foi um fenômeno que passou pelo futebol brasileiro. Seus últimos momentos diante da torcida alagoana foram cheios de jogadas sensacionais. Isso, se levarmos em consideração sua condição física, sua idade e os dramas que vinha sofrendo. Apesar de tudo, Garrincha fez coisas que muitos jovens não faziam. Foram momentos que ficarão para sempre na história do Centro Sportivo Alagoano.

Destaca-se na história do CSA, o vice-campeonato na Taça de Prata em 1980,1982 e 1983, vice-campeonato da Copa Conmebol em 1999, e a disputa da Segunda Divisão alagoana em 2004 e 2005.

Títulos

Campeonato Alagoano: campeão 37 vezes (1928, 1929, 1933, 1935, 1936, 1941, 1942, 1944, 1949, 1952, 1953, 1955, 1956, 1957, 1958, 1960, 1963, 1965, 1966, 1967, 1971, 1974, 1975, 1980, 1981, 1982, 1984, 1985, 1988, 1990, 1991, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999 e 2008)

Campeonato Alagoano - 2ª Divisão: campeão 1 vez (2005)

Estádio

Estádio Gustavo Paiva é um estádio de futebol de Maceió (Alagoas), que pertence ao CSA e é popularmente conhecido por Mutange. Sua capacidade é de 5 mil pessoas.

Inaugurado em 22 de novembro de 1922, o Mutange sediou o primeiro jogo internacional de Alagoas, CSA 1 x 1 Velez Sársfield (Argentina), em 1951. Atualmente, o clube proprietário do estádio disputa suas partidas no estádio Rei Pelé (propriedade do governo estadual), devido ao estado de abandono em que se encontra o Mutange, sendo utilizado apenas para treinamentos.

Primeira Partida : CSA 3 X 0 Perez-PE
Primeiro Gol: Odulfo-CSA
Hino

Pela pátria, na vida esportiva
É que vamos sempre conquistar
Nossa glória da luta deriva
É o campeão dos campeões CSA

Azulinos impávidos e fortes
Enfrentemos os nossos rivais
Nosso time não tem adversários
Não seremos vencidos jamais

Centro Sportivo Alagoano
No Mutange eterno vencedor
Se tremulas a tua bandeira
Alvi-celeste é com amor

Nesse anseio infinito de glória
Esse Centro Sportivo não tem
A vaidade que é sempre ilusória
E que nunca elevou à ninguém

Vamos todos em busca das vitórias
Com o coração na ponta das chuteiras
União e Força CSA
Azul e Branco a vida inteira
Centro Sportivo Alagoano
No Mutange eterno vencedor
Se tremulas a tua bandeira
Alvi-celeste é com amor



Mascote
Azulão










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