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Esporte Clube Novo Hamburgo

A história do Esporte Clube Novo Hamburgo é uma das mais belas páginas do futebol gaúcho e brasileiro, sempre escrita por pioneiros e abnegados. Esta trajetória inicia no dia 1º de maio de 1911, quando um grupo de funcionários da extinta fábrica de calçados Adams fundou a agremiação. Sempre no Dia do Trabalhador havia um churrasco de confraternização entre funcionários e diretoria no qual, ao final, o futebol encerrava as comemorações. Naquela época, o esporte começava a se preparar para virar preferência nacional e dezenas de clubes se formaram em todo o Brasil. Na mesma noite daquele ano, o grupo, tendo à frente Manoel Lopes Mattos, José Scherer, Aloys Auschild, Manoel Outeiro, João Tamujo e Adão Steigleder decidiu-se pela criação do Anilado, como também é conhecido o ECNH em virtude de suas cores - o azul anil e o branco.

Por muito pouco o clube não se chamou Adams Futebol Clube, mas a corrente vencedora sempre buscou levar o nome da cidade em sua camiseta. Era fundado, então, o Sport Club Novo Hamburgo, que depois viria a ser Esporte Clube Novo Hamburgo. Sua primeira sede ficava na Avenida Pedro Adams Filho, no bairro Pátria Nova, onde hoje se encontra uma madeireira. Este período foi muito curto, segundo os conselheiros mais antigos. Logo depois o alvianil se mudou para o Estádio dos Taquarais, no Centro da cidade, na Rua Major Bender, permanecendo lá até 1953. Lá, em amistosos ou em jogos oficiais, eram as rivalidades que falavam mais alto, suplantando a técnica ou qualquer esquema de jogo, sobretudo quando o confronto era com o Esperança, quando a rivalidade era, não raro, extra-campo.

Em 1942, o Sport Club Novo Hamburgo tinha uma dimensão relevante, a ponto de ter se tornado o vice-campeão do estado do Rio Grande do Sul. Contudo, a pressão exercida pelo Estado Novo naquele período de intensa repressão a representações que remetessem à nação alemã fez-se sentir.Durante a guerra, quem falava alemão não era bem visto pelas autoridades, que impuseram a mudança do nome dos clubes e escolas, além da proibição do uso e do ensino da língua alemã em todas as atividades públicas e, mesmo, privadas.Essa onda de mudança e de aportuguesamento dos nomes chegou mesmo a ameaçar a cidade, que quase mudou de nome para Marechal Floriano Peixoto, em uma homenagem forçada ao Marechal Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro, o segundo Presidente da República do Brasil e um militar de linha dura. O time de futebol, porém, não resistiu à pressão política e houve a transformação do Sport Club Novo Hamburgo em Floriano.

Essa pressão pela mudança de nome pode ser compreendida como uma das manifestações da influência das idéias fascistas no Brasil, especialmente no que se refere a sua perspectiva de uniformização da cultura nacional. Esse nome permaneceria no clube até o final da década de 60, quando o clube retornou às origens, aportuguesando seu nome para o atual Esporte Clube Novo Hamburgo – ECNH.

Em 1947, o Novo Hamburgo conseguiu chegar até a final do Campeonato Gaúcho, quando foi derrotado pelo Internacional. Alguns afirmam que a arbitragem favoreceu a equipe mais tradicional, já que no primeiro jogo o Inter venceu por 1 a 0, com gol de pênalti. Torcedores do time do interior reclamam que a marcação do árbitro foi equivocada, mas isto não impediu o Novo Hamburgo de perder o campeonato. Depois de uma vitória por 2 a 1 no jogo de volta, foi derrotado na prorrogação.

Daqueles anos dourados, restou a lembrança de times recheados de craques, muitos pretendidos pela dupla Gre-Nal e equipes do centro do país. O melhor time deste período - para muitos o melhor time da história - foi montado em 1952 e realizou inesquecíveis apresentações. Neste ano, para se ter idéia, o Renner, de Porto Alegre, foi Campeão Gaúcho, quebrando a hegemonia de Grêmio e Internacional no cenário esportivo do Rio Grande do Sul, mas o Novo Hamburgo, como Floriano, figurou entre as primeiras posições. Após a decisão do título, em um quadrangular histórico, formado por Grêmio, Inter, Pelotas e o Anilado, o ECNH acabou na primeira colocação, um feito fantástico relembrado até hoje pelos saudosistas. O time base de 52 contava com Paulinho; Zulfe, Mirão, Heitor e Crespo; Casquinha, Pitia e Soligo; Niquinho, Martins e Raul Klein. O técnico era Carlos Froner. Em casa ou atuando como visitante, não era tarefa fácil dobrar a equipe formada por craques reconhecidos po r seus adversários. Entre eles, destacava-se Raul Klein, ponteiro-esquerdo habilidoso que fez história pelo país afora depois de vestir a camisa anilada e encantar torcidas de todo o país. Raul chegou à Seleção Brasileira, tendo disputado, juntamente com o goleiro Paulinho, o Panamericano de 1956. O Brasil foi campeão com uma equipe formada, em sua base, por atletas gaúchos, entre eles, nossos craques. Raul disputou várias partidas. Já Paulinho não teve a mesma sorte: foi reserva durante toda a competição. Outros jogadores que por aqui estiveram também vestiram a camisa canarinho, como Josimar, lateral direito polêmico por sua vida desregrada, titular durante a Copa de 1986, no México, com o técnico Telê Santana. Na década de 50, quando a sede dos Taquarais foi vendida, uma área de terra localizada na Vila Rosa foi adquirida. A nova sede, logo batizada de Estádio Santa Rosa, foi inaugurada em 1953 e abrigaria o Novo Hamburgo até os dias de hoje.

O Novo Hamburgo nunca ganhou um Campeonato Gaúcho, mas chegou a vencer algumas competições estaduais disputadas apenas por clubes do interior, sem a presença dos poderosos Grêmio e Internacional. Em 1972, a equipe ganhou o Título do Interior. Nove anos depois, conseguiu chegar perto da principal taça estadual, mas mais uma vez não superou o Inter.

Em 1989, o Novo Hamburgo foi campeão da segunda divisão do Campeonato Gaúcho. Mas sua permanência na elite estadual não durou muito. Foi apenas em 2000, depois de quase uma década sem disputar a primeira divisão gaúcha, que o time venceu mais uma vez a Divisão de Acesso e voltou ao escalão principal. Apenas para cair novamente no ano seguinte.

Finalmente, o Novo Hamburgo foi vice da Divisão de Acesso em 2003 e retornou à elite gaúcha. Desta vez, não voltou a cair, pelo contrário: fez boas campanhas e conseguiu classificação para a Série C do Campeonato Brasileiro, voltando a uma competição nacional depois de 19 anos. E ainda fez bonito neste campeonato, conseguindo chegar no quadrangular final, mas sem subir para a segunda divisão.

Em 2005, o time disputou a Copa do Brasil pela primeira vez, conseguindo classificação por meio da posição final no Campeonato Gaúcho do ano anterior. Na mesma temporada, venceu a Copa Emídio Peroni, considerada uma extensão do Estadual, o que deu uma vaga para o time na Copa do Brasil de 2006.

Nos últimos anos, o Novo Hamburgo segue com boas campanhas do Campeonato Gaúcho. A equipe também está prestes a abandonar seu antigo estádio e se mudar para uma nova casa, acompanhando o processo de modernização instituído pela diretoria da agremiação.

Títulos

Campeão Gaúcho - 2ª Divisão: 2 vezes (1996 e 2000).
Copa FGF: 2005.
Copa Emídio Perondi: 2005.
Campeão Gaúcho do Interior: 1961,1965 e 1972

Hino

Música: Pedro Araújo
Letra: Juracy Araújo

Entoando o hino de glória e amor
Do Esporte Clube Novo Hamburgo
A voz febril da mocidade
Enaltece o seu nome glorioso
Na maior fraternidade

Nos jogos os teus times
Quantas vitóri
as conquistaram
Entre aplausos retumbantes,

Rei dos campos te aclamaram
À luz do sol, vitorioso e radiante

Nos campos do nosso Estado,
Aos beijos rubros da glória,
Sobre as asas da vitória

O nosso clube, nossa terra elevou
E muitas glórias conquistou.

Sobre os fortes defensores,
Que lutam com bravura e todo afinco,
Estenda-se o
céu mais azul,

Mas claro o sol, resplandeça,
Brilhe o Cruzeiro do Sul.


Lutar! Lutar! É o teu lema,
Sempre para a glória.
Jogar! Jogar! E conquistar os louros da vitória.
Vencer! Vencer! É o teu lema
Tão sublime.
E proclamar nosso pendão, é alvi-azul
E sempre há de brilhar, flutuar, viril
Pra grandeza e glória do Brasil.

Estádio

O Estádio Santa Rosa está localizado no Bairro Vila Rosa, em Novo Hamburgo, na Rua Avaí, 119. Os acessos principais são pela BR-116, para quem vem de Porto Alegre, dobrando-se à direita na Rua 11 de Junho, ou para quem está no município, pela Avenida Nações Unidas. Tem capacidade para 17 mil torcedores, dispõe de pavilhão social coberto, campos de futebol sete e de areia, sala de musculação, pista atlética e espaço para departamentos amadores e veteranos. As dimensões do gramado são de 110m x 75m. Dispõe, ainda, de concentração com 10 cômodos para o grupo de jogadores, vestiários (totalmente reformulados), espaço para oito cabines de rádio e dois camarotes.

Em junho de 2001, para evitar que o Santa Rosa fosse à leilão para pagar dívidas trabalhistas recebendo um valor muito abaixo de seu valor de mercado, a atual direção precisou tomar uma medida corajosa: buscou um comprador para o estádio. Essa medida dura, porém necessária para salvar o clube, precisou ser tomada e enfrentada por aqueles que têm no ECNH uma de suas maiores paixões. Demonstrando compromisso com a comunidade, a Aspeur, entidade mantenedora do Centro Universitário Feevale, adquiriu a área por um valor expressivo, garantindo assim a continuidade do clube e de uma história de mais de 90 anos.

Pelos termos do contrato, até 2006 o clube pode utilizar o estádio para treinos e jogos. A partir dessa data e até 2011, o Novo Hamburgo poderá utilizá-lo em partidas oficiais, podendo, se precisar, conforme já expressado pela Aspeur, utilizá-lo por mais um período. O compromisso de encontrar uma nova área e iniciar a construção de nossa nova casa não foi esquecido pela diretoria, que já definiu e adquiriu o local para o novo estádio moderno e funcional que o Nóia terá. O terreno de 5 hectares fica no bairro Liberdade, situado entre as ruas Santa Tereza e Simões Lopes, e será, em breve, a nova casa anilada, tendo já recebido inclusive os primeiros trabalhos de terraplanagem. Para organizar e conduzir esta importante empreitada anilada, uma comissão de empresários e dirigentes foi formada, e conduz todo o planejamento a fim de tornar o projeto viável e sólido para receber toda a ajuda possível da comunidade.

Mascote
Nóia


Site

http://www.ecnh.com.br

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