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Esporte Clube Metropol

Fundado em 15 de novembro de 1945, com o objetivo de abafar uma greve de mineiros e aproximar empregados e patrões através do esporte, o Metropol foi, na década de 60, o time mais vitorioso da cidade e do Estado. Com o patrocínio do mais bem sucedido (Carbonífera Metropolitana) empresário da época, o senhor Dite Freitas, o Metropol manteve a hegemonia do futebol catarinense durante toda a década e conseguiu importantes títulos para a cidade e para o estado de Santa Catarina.

A cidade de Criciúma aparecia nos jornais graças ao futebol, e a cidade era feliz por isso. Até um padre agradecia nos sermões de domingo pela benção chamada "Esporte Clube Metropol".

O Metropol até 1959 era apenas mais um time criado para dar um pouco de alegria aos trabalhadores do carvão nos torneios da LARM. Mas foi no final da década de 50 que o time entrou pra a história. Durante uma das greves de mineiros da época, o filho do empresário Diomício Freitas, José Francione, o Dite Freitas, então com 30 anos, e um dos administradores da Carbonífera Metropolitana, deu sua cartada. Decidiu reforçar de vez o time de futebol, aumentar seu poder de competição e esfriar por quase dez anos os movimentos grevistas. Vem desta estratégia o mascote da equipe: o carneiro. A torcida adversária, inconformada e obrigada a digerir as derrotas, afirmava que os mineiros-jogadores não passavam de um bando de carneirada.


A polêmica de 1968
Um episódio marcante da história do Metropol foi a forma como o clube foi desclassificado da extinta Taça Brasil. Em 1968, o Metropol enfrentou o Botafogo no Maracanã, pelas quartas-de-final, e perdeu por 6x1. O segundo jogo foi em Florianópolis no Estádio Adolfo Konder, pois o Estádio Euvaldo Lod em Criciúma não tinha condições de abrigar esta partida. Neste jogo, a vitória foi do Metropol por 1x0. Com isso teria de haver um terceiro jogo no Rio de Janeiro. O time viajou para fazer a terceira partida na Guanabara, mas chovia muito e, a partida que estava empatada por um gol foi suspensa aos 10 minutos do segundo tempo. A CBD mandou o Metropol pra casa e avisaria o dia do próximo jogo (ou continuação da partida), e avisaram, só que na véspera do jogo, não tendo como o Metropol comparecer (não daria tempo). O Botafogo ficou com a vaga e disputou a semifinal com o Cruzeiro passando a final e vencendo o Fortaleza, ficando com o título.

Os jogos na Europa
Começou com a viagem no dia 27 de abril de 1962, e retornou no dia 30 de julho, numa das mais extensas apresentações do futebol brasileiro no velho continente. Segundo dados do jornalista da delegação, o senhor Hilario de Freitas, o Metropol viajou 63,5 horas de avião, 78 horas de trem, 13 horas de navio, e 126 horas de ônibus.

Foram 23 partidas em cinco países, com 13 vitórias, seis empates e quatro derrotas. Marcou 53 gols e sofreu 35, com um saldo positivo de 18 gols. Elario foi o artilheiro da excursão, com 17 gols, seguido de Nilzo, com 8 gols, Helio, 7 gols, Marcio, Pedrinho, Arpino e Valdir marcaram 4 vezes cada, Parana fez 3 gols e Sabia 2 gols.


01/05 Metropol 2 x 2 Dep. La Coruña/ESP La Coruña/ESP
06/05 Metropol 0 x 5 Elche/ESP Elche/ESP
13/05 Metropol 1 x 1 Grasshopper/SUI Zurique/SUI
16/05 Metropol 2 x 0 Dubbendorf/SUI Zurique/SUI
20/05 Metropol 4 x 2 Dubbendorf/SUI Zurique/SUI
25/05 Metropol 1 x 1 Bayern Hoff/ALE Hoff/ALE
28/05 Metropol 2 x 1 Hertha Berlin/ALE --/ALE
05/06 Metropol 3 x 1 Nikobing/DIN Nikobing/DIN
08/06 Metropol 6 x 4 Aalborg/DIN Aalborg/DIN
11/06 Metropol 2 x 2 Aarhus/DIN Aarhus/DIN
14/06 Metropol 3 x 1 Odense/DIN Odense/DIN
17/06 Metropol 5 x 0 Flemburg/ALE Flemburg/ALE
28/06 Metropol 0 x 3 Stiinta/ROM Cluj/ROM
01/07 Metropol 2 x 0 Bistritza/ROM Bistritiza/ROM
04/07 Metropol 3 x 2 CSO Crisana/ROM Oradea/ROM
07/07 Metropol 0 x 0 Tergo Murer Tergo Murer/ROM
10/07 Metropol 1 x 3 Petrolul/ROM Plaesti/ROM
13/07 Metropol 4 x 2 Hunedoara/ROM Hunedoara/ROM
16/07 Metropol 1 x 1 Ind. Sermei/ROM Simpia Turzii/ROM
19/07 Metropol 1 x 0 ASM Dinamo/ROM Satu Mare/ROM
22/07 Metropol 1 x 3 CSO Baia Mare Baia Mare/ROM
25/07 Metropol 6 x 1 CSM Sibiu/ROM Sibiu/ROM
28/07 Metropol 3 x 0 Craiova/ROM Craiova/ROM
No ano de 2000 recebeu o Diploma Carta Azul (Condecoração dada pela CBD, pela vitoriosa campanha na Europa.)

Atletas que fizeram história
Nos nove anos, dois meses e seis dias como profissional o EC Metropol foi administrado pela sociedade Freitas - Guglielmi. Neste período 176 atletas vestiram a camisa do time dos mineiros da Carbonifera Metropolitana. Dos 466 jogos que o clube realizou, quem mais atuou foi o goleiro Rubens, com 271 partidas, seguido do lateral Tenente, com 202 jogos, e pelo zagueiro Hamilton 183 partidas. O Tanque (apelido) Idésio é disparadamente o maior artilheiro da historia, com 140 gols, em 166 jogos. Seguido por Nilso com 83, Madureira com 62 e Valdir com 52 gols.

Estatisticas Gerais do Metropol
Os jogos do periodo profissional abrange 466 partidas disputadas em sua fase profissional de 1960 a 69. Ao todo são 265 vitórias, 113 empates e 88 derrotas. Os registros do Metropol são realizados até hoje pelo Torcedor Divino Antonio da Silva. Os jogos amadores e de aspirantes, do periodo de 1945 a 1960, infelizmente nao foram documentados.

Em 2009, completam-se 40 anos do encerramento das atividades no Esporte Clube Metropol. Apesar da distância no tempo, a mais lendária equipe do nosso futebol mantém seu fascínio sobre os aficionados do futebol. Às vezes, algum curioso vem me perguntar: "se o time era tão bom, por que acabou?"

De fato, o Metropol saiu de cena ainda por cima, logo após conquistar o estadual de 1969. Mas seu destino já estava traçado, devido a dois fatores. Um deles era o fim da sociedade Freitas-Guglielmi, que mantinha o time. O outro era a nebulosa eliminação para o Botafogo, na Taça Brasil. O episódio desiludiu Dite Freitas, patrono do Metropol, mas também impôs uma maldição de vinte anos sobre o time da Estrela Solitária.


Títulos

Taça Brasil (Sul): 1968
Campeonato Catarinense: 1960, 1961, 1962, 1967 e 1969
Torneio da LARM (*): 1960, 1961 e 1963
Torneio Inicio da LARM 1962 e 1963

Estádio Euvaldo Lodi

O Estádio Euvaldo Lodi mudou o nome para Estádio João Estêvão de Souza, em 1975, atualmente serve apenas para treinamentos e jogos de clubes amadores. O Euvaldo Lodi foi, durante anos, o palco de conquistas do Metropol, o time dos Carneiros (apelidado por seus adversários pois diziam que os jogadores eram "puxa-sacos" dos patrões).

Hino

Metropol, tua fama na historia
Vai deixando o seu rastro de porfia
Espalhando na sua trajetória
Uma grande excelsa maestria

Metropol cujo nome respeitado
Se reflete viril no espaço azul
É um hino de gloria consagrado
Nos recantos do solo Norte a Sul

O seu time é audaz é valoroso
E o lema é lutar pela vitória
Todo o prêmio leal e animoso
Ficará para sempre na memória

No momento aprazado chuta a bola
Nossa gente consagra o campeão
Panorama de luz se desenrola
Que abrasa todo o nosso coração.

Fonte das informações: Historias que o tempo esqueceu - A trajetória do EC Metropol, de José da Silva Júnior (1997); pesquisas realizadas por Carlos Eduardo e Arquivo Campeões do Futebol.

Mascote

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