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Caxias Futebol Clube

O Caxias Futebol Clube foi fundado em 12 de outubro de 1920, por vários simpatizantes de um esporte que então ainda dava seus primeiros passos na Manchester Catarinense. Vários clubes se iniciavam na nova arte, sendo o mais proeminente o América Futebol Clube, fundado seis anos antes.

Entre os pequenos de então se encontravam o Vampiro e o Teutônia. Seus adeptos resolveram juntar forças para fundar uma agremiação maior. As cores escolhidas foram o branco do Teutônia e o preto do Vampiro. Surgia assim um adversário à altura do alvi-rubro. Seu primeiro presidente foi Osvaldo Marquardt. O primeiro prélio registrado entre aqueles que se tornariam os maiores rivais do futebol joinvilense se deu no campo do América, então situado na Rua do Mercado (atual Av. Procópio Gomes), esquina com a atual Rua Padre Kolb, onde hoje está o SENAI. Foi disputado em 6 de março de 1921, como parte das festas pelo 70º aniversário da cidade. E o alvinegro ganhou por 2 a 1.

Em 1924 a Liga Santa Catarina de Desportos Terrestres (LSCDT) promoveu o primeiro campeonato de futebol no estado, contando somente com times da capital. Esta situação se manteve até 1928, quando times do interior foram convidados a participar. Os campeões locais jogavam entre si escolhendo o campeão do interior, que disputaria com o campeão da capital o título do Estado. Embora tenha sido disputado o campeonato de Joinville (o América foi o campeão), nenhuma equipe da cidade disputou a fase estadual.

Em 1929 o Caxias foi o campeão da fase citadina, vencendo o América por 1 a 0 no jogo final. Na fase seguinte derrotou o Lauro Müller de Itajaí por 3 a 0, credenciando-se para fazer a final do interior contra o Pery S.C. de Mafra. Nova vitória, desta vez por 2 a 1, e o alvinegro conquistou a vaga para disputar o título estadual contra o Adolfo Konder, campeão da capital. Em 13 de março de 1930, na inauguração do Campo da Liga, o Caxias se tornou o primeiro clube do interior a conquistar o Título Estadual ao vencer por esmagadores 7 a 3. Cilo (2), Raul Schmidlin (2), Reeck e Cirilo marcaram para o campeão. O time do jogo final teve: Benedito, Candinho, Chiquito, Marinheiro, José, Otto Senff, Meyer, Cirilo, Raul Schmidlin, Cilo e Reeck.

Em 1933 o Caxias inaugurava seu Estádio. Depois de ocupar o antigo campo do Vampiro (que ficava na atual Rua Orestes Guimarães, onde hoje se encontra a Fiação Joinvilense) e um terreno emprestado, na Rua Imaruhy (atual Henrique Meyer, onde hoje está o Hotel Tannenhoff), o Caxias resolveu investir na aquisição de uma área própria. O local escolhido foi o terreno onde até hoje está o seu estádio, na Rua Coronel Francisco Gomes. Pertencia a Ernesto Schlemm Sobrinho, que o vendeu em condições extremamente favoráveis. O pagamento foi concluído somente em 1947.

Na década de 30 o Caxias dominou amplamente a cena no futebol de Joinville, conquistando todos os títulos da cidade de 1935 a 1939. No Estadual, foi Vice-campeão em 1937 (perdeu a final para o Figueirense por 2 a 1) e terceiro colocado em 1938 e 1939.

Em 1941 perdeu a final para o Figueirense por 3 a 0. Em 1945 venceu o Avaí por 2 a 0 em Joinville. No jogo de volta a equipe azurra da capital venceu por 7 a 2 no tempo normal e por 2 a 0 na prorrogação.

No campeonato citadino, levantou os títulos de 1940, 1941, 1944,1945 e 1946.
Além de não ganhar o campeonato da cidade desde 1946, o Caxias assistiu o arqui-rival ganhar dois títulos estaduais na década anterior. Os anos 50s começaram mantendo o que se desenhara em 1947 e 1948: o América foi o Campeão Estadual de 1951 e 1952, depois de ter ganhado os títulos citadinos.

Para 1954 o Caxias juntou um elenco que acabou se transformando naquele que muitos consideram o melhor time do futebol catarinense de todos os tempos. Foi campeão invicto da cidade, com uma campanha incrível: 13 jogos (12 vitórias e 1 empate), marcando 39 gols e sofrendo apenas 8.

Dois fatos extra-campo ocorridos em 1954 viriam a marcar a história do Caxias. O primeiro deles: em um dia de clássico, um torcedor trouxe para o Estádio um pingüim com o qual havia se deparado na praia. A ave de terras geladas foi “pé quente”: o Caxias ganhou o jogo e um novo mascote.

O outro fato foi a comparação feita entre o time e um cavalo. Da mesma forma que o Gaulicho, um cavalo de corridas, o Caxias ganhava tudo. A coincidência de cores (o cavalo era todo preto com uma mancha branca na cara) fez com que surgisse o apelido, até hoje utilizado carinhosamente para designar o clube.

Em 1955 o Caxias repetiria a façanha: campeão invicto no Citadino e no Estadual. No campeonato da cidade foram dez jogos sem derrota e uma goleada histórica sobre o América: 6 a 0, fechando o campeonato.

O Caxias foi ainda Vice-campeão Estadual em 1959. O Campeão daquele ano foi o Paula Ramos, que recuperava a hegemonia do futebol catarinense para a capital depois de 14 anos.

O Caxias começou os anos 60 da mesma forma que havia terminado os 50: como vice-campeão estadual. Juntamente com o Marcílio Dias de Itajaí, secundou o Metropol de Criciúma, que surgiu como a grande força do futebol catarinense. O clube da Cidade do Carvão introduziu o futebol realmente profissional no estado e levantou 5 títulos estaduais até 1969.

Já no primeiro campeonato da década brilhava uma estrela de primeira grandeza revelada pelo Caxias: Norberto Hoppe foi o artilheiro do campeonato com 9 gols. Ele viria a repetir a proeza em 1966, marcando 33 gols, marca até hoje não igualada no futebol do estado. Foi o maior artilheiro do Brasil naquele ano, superando inclusive o Rei Pelé. Em 1967 transferiu-se para o Bangu do Rio de Janeiro, onde foi vice-campeão carioca.

Em 1968 o Caxias mais uma vez chegou muito perto do título estadual. Em um campeonato em que o Tribunal de Justiça Desportiva teve intervenção decisiva, o Alvinegro da Zona Sul decidiu o título com o Comerciário, atual Criciúma Esporte Clube. A equipe azul do sul do estado já havia comemorado o título, mas o Caxias acabou ganhando no STJD os pontos de uma partida contra o Guarani de Lages, igualando-se ao pretenso campeão.

A Federação então marcou os jogos finais do campeonato, em que o time criciumense levou a melhor: empates de 0 a 0 em Joinville, 1 a 1 em Criciúma e vitória do Comerciário por 2 a 0 em Florianópolis.

Fantasmas desse campeonato se instalaram na família caxiense e até hoje assombram os torcedores do Gualicho. As teorias conspiratórias vão desde arbitragens suspeitas (a anulação de um gol de Mickey em Criciúma) até o resultado do julgamento no TJD da FCF (revertido no tapetão do Rio de Janeiro). O fato é que o Caxias, com um time muito superior, ficou em segundo. A história registra: o Campeão Catarinense de 1968 foi o Comerciário.

Tempos difíceis se avizinhavam. A despeito de ter conseguido montar grandes times na década de 60, o Caxias começava a década seguinte passando por dificuldades. A construção de novas arquibancadas e vestiários drenava os recursos do clube, que passou a ter cada vez menos recursos para investir no futebol.

O Galo da Zona Norte pagou um alto preço pelo título. Depois daquela campanha o clube conheceu grandes problemas financeiros, da mesma forma que acontecia com o Caxias. No final de 1975 este fez uma proposta a um grande empresário de Joinville, caxiense histórico, para a recuperação do clube. Recebeu como resposta uma negativa e uma quase imposição: o empresário só financiaria a empreitada se houvesse um único clube que unisse a cidade inteira sob um novo projeto.

Aos dois tradicionais rivais não restou alternativa: deram-se as mãos, encerraram as atividades profissionais de futebol e entregaram suas respectivas vagas no Campeonato Catarinense a uma nova agremiação: o Joinville Esporte Clube. Que já nasceu vencedor. Herdeiro das tradições criadas e cultivadas pelos velhos adversários e também da torcida de toda a cidade, o JEC foi campeão logo no primeiro campeonato estadual que disputou. Com o elenco formado por jogadores de Caxias e América do campeonato anterior, desbancou a dupla da capital, que vinha dominando a cena desde 1972, alternando-se Figueirense e Avaí como campeões.

O novo clube, empurrado por Americanos e Caxienses que o adotaram desde o primeiro dia, foi disputar o Campeonato Brasileiro de 1977. Era preciso então de um estádio que pudesse abrigar a paixão dessa imensa torcida. O Caxias então cedeu o velho Ernesto Schlemm Sobrinho para servir de palco a vôos mais altos do estreante. Sem fazer qualquer restrição, o clube contentou-se apenas com duas salas nas dependências do Estádio ampliado, agora apelidado de Ernestão, para que pudesse fazer as reuniões da sua diretoria e manter o material histórico angariado durante seus 55 anos de gloriosa existência.

Encerrava-se assim mais um capítulo da história do futebol de Joinville. Novos capítulos passariam a ser escritos tendo como cenário o renovado Estádio, que já vira passar mais de 40 anos de glórias.

Foram dez anos de ausência quase absoluta de futebol. Não fossem alguns jogos de veteranos, ninguém teria entrado em campo com o glorioso manto alvinegro. Enquanto isso, velhos caxienses, e outros nem tão velhos assim, mantinham a chama acesa em reuniões e bate-papos. O clube se resumia às duas salas no Ernestão e à paixão de nomes como Otávio Moreira, goleiro do time nas décadas de 30 e 40, Rolf Wiest, que foi presidente do clube por diversas vezes, o craque Fontan e alguns outros abnegados.

Mas o Caxias não estava morto. Afinal de contas não se acaba com mais de cinco décadas de uma hora para outra. As glórias do passado e a paixão que não se apagou no coração dos caxienses eram chamas que ainda voltariam a brilhar.

Depois de tanto tempo sem futebol, o presidente Norberto Gottschalk resolveu encarar um desafio que para muitos soava como uma loucura: fazer o Caxias retornar aos campos. Uma camisa estampando o orgulhoso pingüim fez tanto sucesso na cidade que a idéia foi ganhando corpo e em 1996 o time voltou a disputar uma competição oficial: o campeonato da Primeira Divisão de Amadores de Joinville.

O rival América havia votado ao futebol na "Primeirona" alguns anos antes, e já havia ganhado quatro títulos. Era o tri-campeão do torneio e ostentava o título estadual de amadores. O desafio era grande para o Gualicho. E nada melhor do que desbancar o tradicional adversário para recomeçar. E o Caxias foi campeão ganhando do América por 3 a 2 em pleno Estádio Olímpico da Zona Norte. Estava reacesa a chama. O retorno, ao mesmo tempo singelo e glorioso, dava aos caxienses a dimensão da paixão: vinte anos depois, a torcida não havia esquecido o Gualicho.

O retorno em 1996 inoculou novamente o "vírus preto e branco" na pequena mas fanática e, principalmente, fiel torcida. Por mais alguns anos o clube seguiu disputando o campeonato amador de Joinville até que em 2001 - ano em que terminaria a cessão do estádio para o JEC - resolveu dar o grande passo, retornando ao futebol profissional. Assim, no dia 14/07/2001 jogando no Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho contra o Clube Atlético Camboriu pelo Campeonato Catarinense da Segunda Divisão, o Caxias Futebol Clube voltava, depois de 26 anos e 22 dias, às atividade de futebol profissional. Naquele ano o vice-campeonato não deu ao Caxias o direito de chegar à elite do futebol barriga-verde. Foi em 2002, com o título estadual da segunda divisão, que o Gualicho readquiriu o direito de participar entre os grandes de Santa Catarina.

De volta à elite depois de 28 anos, o Caxias re-estreou em grande estilo. Com a melhor campanha entre todos os times, foi o vice-campeão, derrotado pelo regulamento escrito para favorecer os grandes clubes do estado. Repetindo o que já havia acontecido em 1968, o clube viu fugir por entre os dedos um título que lhe era mais do que merecido. Invicto até o jogo final, foi novamente vítima de uma arbitragem covarde e tendenciosa, para dizer o mínimo.

Em 2003 o Caxias ganhou ainda o torneio seletivo da FCF que indicou o representante catarinense na série C do brasileiro, em que foi o campeão da sua chave na primeira fase, caindo na segunda diante do Pelotas, do Rio Grande do Sul.

O vice-campeonato estadual de 2003 deu ao Caxias vaga para a Copa do Brasil de 2004. No jogo que proporcionou o maior público da história do alvinegro, perdeu para o Fluminense do Rio de Janeiro por 3 a 1, despedindo-se aí da competição.

A campanha do Caxias no campeonato catarinense de 2004 começou lembrando a do ano anterior. Invicto, foi o melhor do primeiro turno. A receita desandou completamente no segundo turno, e o time acabou fora da fase final. Na série A-2 daquele ano, premido por imensas dificuldades financeiras, não conseguiu ficar entre os classificados para a série A-1 do Estadual. Em 2005, com muita dificuldade e quase sem apoio, disputou a série A-2, com o objetivo de se classificar novamente entre os melhores do estado. Com um elenco reduzido mas brioso, atingiu a meta: foi o quinto melhor entre os doze clubes, classificando-se para as finais do returno. Em 2006, parou com o futebol profissional novamente.

Estádio
Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho

Foi adquirido definitivamente em 1947, por 40 caxienses, que durante cinco anos pagaram a dívida do próprio bolso.
A inauguração se deu em 16 de abril de 1933, num jogo contra o Coritiba (clube que aniversaria no mesmo dia do Caxias), com vitória alvinegra por 3 a 1.

Tem capacidade para abrigar 4.000 pessoas sentadas na arquibancada totalmente coberta.
Capacidade total: 18000
Clique para ampliar

Está localizado a rua Cel. Francisco Gomes, bairro Bucarein, numa área privilegiada, de 21.000 m².

Títulos

Campeão Catarinense 1929, 1954/55 e da Segunda Divisão Estadual 2002

Hino

Gua gua gua gua gualicho
Eeta grande campeão
Gua gua gua gua gualicho
É o maior e não é sopa, não.

Gualicho apareceu
E o povo já gritou
Ta chegando a o cometa
Gualicho já ganhou.


Mascote












Site
http://www.caxiasfutebolclube.com.br

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