Força incontestável na África, Gana nunca tinha ido a uma Copa do Mundo. A situação mudou em 2006, quando não só viajou para a Alemanha, como surpreendeu e se classificou para as oitavas, logo em sua estreia. A fome de conquistas das Estrelas Negras não parou por aí e, durante as Eliminatórias para o Mundial de 2010, a equipe foi logo a primeira a assegurar a vaga dentro do continente (com exceção da África do Sul, que, como sede, já tinha participação garantida).
Apesar da atenção recebida apenas recentemente, Gana ocupa a posição de nação africana mais bem sucedida depois da egípcia – que neste ano nem conseguiu a vaga para a Copa. O país já é reconhecido pelos rivais como uma equipe promissora, que tem evoluído muito rapidamente no futebol. Os ganenses são tetracampeões continentais, tendo levado a Copa das Nações Africanas em 1963, 65, 78 e 82, além de terem sido vice-campeões três vezes.
Ainda mais importante: conquistaram pela primeira vez em 2009 o Mundial Sub-20, derrotando o Brasil nos pênaltis na final. Assim, os “Satélites Negros” foram os primeiros africanos a conquistarem o troféu. Mais um para somar-se aos apelidos curiosos dos times do país, os integrantes do grupo olímpico são chamados de “Meteoros Negros”, e foram os primeiros africanos a levarem os Jogos, em 1992.
Vale ressaltar, no entanto, que os times africanos de base num geral sofrem grande desconfiança, pelos diversos casos de “gato” entre os integrantes das seleções: atletas mais velhos, com cadastros falsificados, para que possam disputar torneios com os mais novos.
A primeira disputa oficial das Estrelas Negras foi ainda antes disso, em 1950, contra a Nigéria, em que venceram por 1 a 0. No ano seguinte da independência, era fundada a Federação Ganesa de Futebol, que se filiou à Confederação Africana de Futebol (CAF), então autorizada a participar de partidas e competições internacionais.
Rapidamente, sagrou-se campeã continental, mostrando força: em 1963, levou o título da Copa das Nações Africanas pela primeira vez. Dois anos depois veio o segundo título e, em 1970, o time quase conseguiu a classificação para o Mundial, tendo sido eliminado pela Nigéria.
Oito anos depois, levava pela terceira vez o troféu continental pra casa, derrotando a seleção de Uganda por 2 a 0 na final, com dois gols de Opoku Afriyie, herói do time. Quatro anos depois, o quarto e último título veio, desta vez sobre a Nigéria.
A partir do tetra, porém, as Estrelas Negras não experimentaram mais nenhuma conquista continental, ficando ainda de fora do torneio africano em 86, 88 e 90. A redenção veio em 1992, quando foram campeões olímpicos, com uma famosa e talentosa geração: Anthony Yeboah, Anthony Baffoe, Nii Lamptey e, principalmente, Abedi Pelé, Bola de Ouro na África por três anos seguidos, em 91, 92 e 93.
Depois disso, a seleção amargou mais uma fase magra, ilustrada por uma derrota em 1996 para o Brasil por 8 a 2 – a pior da história do time. Após alguns anos se arrastando, Gana finalmente voltou a comemorar.
A geração que conseguiu a classificação em 2006 mostrou que veio para ficar e criar uma tradição ganesa no futebol. Michael Essien e Stephen Appiah foram os condutores mais destacado do time que viajou à Alemanha na Copa. Em sua estreia, perdeu por 2 a 0 para a Itália, que levaria o título do torneio, mas venceu a República Tcheca e os Estados Unidos, classificando para as oitavas, quando foi eliminada pelo Brasil, por 3 a 0.
O treinador atual é o sérvio Milovan Rajevac, já no comando das Estrelas Negras há mais de um ano e com contrato até o final da Copa. À sua disposição, o técnico tem bons nomes que se destacaram do título mundial sub-20, como Dominic Adiyiah, de 19 anos, que já foi convocado para o time nacional. O jogador, vencedor da Chuteira e da Bola de Ouro do torneio da categoria de base, assinou neste mês contrato com o Milan, e já foi testado por Rajevac para a partida de encerramento das Eliminatórias Africanas, ao lado de outros seis colegas.
Sonha com o título? Talvez fosse realmente exagero e precipitação para um time que ainda tem tanto a desenvolver. O que mais preocupa o elenco comandado pelo sérvio é o grupo sorteado para a fase inicial da Copa: Alemanha, Austrália e Sérvia. Talvez com exceção da seleção cabeça de chave, bem superior, a briga entre as outras três tem tudo para ser bastante disputada e imprevisível. Uma potência da confederação asiática, uma nascente potência africana, e uma considerável seleção europeia. Não há na chave adversário descartável logo de cara. O desafio foi lançado para as Estrelas Negras.
Fonte
http://www.trivela.com/Conteudo.aspx?secao=54&id=21449
Site
http://www.ghanafa.org/
Apesar da atenção recebida apenas recentemente, Gana ocupa a posição de nação africana mais bem sucedida depois da egípcia – que neste ano nem conseguiu a vaga para a Copa. O país já é reconhecido pelos rivais como uma equipe promissora, que tem evoluído muito rapidamente no futebol. Os ganenses são tetracampeões continentais, tendo levado a Copa das Nações Africanas em 1963, 65, 78 e 82, além de terem sido vice-campeões três vezes.
Títulos mundiais? Só na base
Apesar dos pesos dos títulos em seu solo, ainda falta muito jogo para que as Estrelas Negras consigam grande expressividade mundial no time principal. Um dos fortes do país são as categorias de base. A seleção sub-17, as “Pequenas Estrelas Negras”, levaram o Mundial da Fifa da categoria já duas vezes, em 1991 e 95, e foram vice outras duas vezes.Ainda mais importante: conquistaram pela primeira vez em 2009 o Mundial Sub-20, derrotando o Brasil nos pênaltis na final. Assim, os “Satélites Negros” foram os primeiros africanos a conquistarem o troféu. Mais um para somar-se aos apelidos curiosos dos times do país, os integrantes do grupo olímpico são chamados de “Meteoros Negros”, e foram os primeiros africanos a levarem os Jogos, em 1992.
Vale ressaltar, no entanto, que os times africanos de base num geral sofrem grande desconfiança, pelos diversos casos de “gato” entre os integrantes das seleções: atletas mais velhos, com cadastros falsificados, para que possam disputar torneios com os mais novos.
Da independência às Copas
Como diversas nações africanas, Gana teve uma independência bastante tardia. Em 1957, o país proclamou-se livre da influência britânica direta, e logo o futebol local passou a ser valorizado.A primeira disputa oficial das Estrelas Negras foi ainda antes disso, em 1950, contra a Nigéria, em que venceram por 1 a 0. No ano seguinte da independência, era fundada a Federação Ganesa de Futebol, que se filiou à Confederação Africana de Futebol (CAF), então autorizada a participar de partidas e competições internacionais.
Rapidamente, sagrou-se campeã continental, mostrando força: em 1963, levou o título da Copa das Nações Africanas pela primeira vez. Dois anos depois veio o segundo título e, em 1970, o time quase conseguiu a classificação para o Mundial, tendo sido eliminado pela Nigéria.
Oito anos depois, levava pela terceira vez o troféu continental pra casa, derrotando a seleção de Uganda por 2 a 0 na final, com dois gols de Opoku Afriyie, herói do time. Quatro anos depois, o quarto e último título veio, desta vez sobre a Nigéria.
A partir do tetra, porém, as Estrelas Negras não experimentaram mais nenhuma conquista continental, ficando ainda de fora do torneio africano em 86, 88 e 90. A redenção veio em 1992, quando foram campeões olímpicos, com uma famosa e talentosa geração: Anthony Yeboah, Anthony Baffoe, Nii Lamptey e, principalmente, Abedi Pelé, Bola de Ouro na África por três anos seguidos, em 91, 92 e 93.
Depois disso, a seleção amargou mais uma fase magra, ilustrada por uma derrota em 1996 para o Brasil por 8 a 2 – a pior da história do time. Após alguns anos se arrastando, Gana finalmente voltou a comemorar.
A geração que conseguiu a classificação em 2006 mostrou que veio para ficar e criar uma tradição ganesa no futebol. Michael Essien e Stephen Appiah foram os condutores mais destacado do time que viajou à Alemanha na Copa. Em sua estreia, perdeu por 2 a 0 para a Itália, que levaria o título do torneio, mas venceu a República Tcheca e os Estados Unidos, classificando para as oitavas, quando foi eliminada pelo Brasil, por 3 a 0.
Futuro das Estrelas
O que esperar da seleção de Gana? Muitas coisas positivas. O grupo que saltou para o mundo em 2005, tendo sido a nação que mais se desenvolveu no ranking da Fifa no ano, ainda sabe onde trabalhar para melhorar. E isso é essencial. Além de já contar com a força física natural do povo africano, aos poucos o esporte vai aprendendo a dominar as outras áreas necessárias para evoluir, como experiência tática e técnica.O treinador atual é o sérvio Milovan Rajevac, já no comando das Estrelas Negras há mais de um ano e com contrato até o final da Copa. À sua disposição, o técnico tem bons nomes que se destacaram do título mundial sub-20, como Dominic Adiyiah, de 19 anos, que já foi convocado para o time nacional. O jogador, vencedor da Chuteira e da Bola de Ouro do torneio da categoria de base, assinou neste mês contrato com o Milan, e já foi testado por Rajevac para a partida de encerramento das Eliminatórias Africanas, ao lado de outros seis colegas.
Sonha com o título? Talvez fosse realmente exagero e precipitação para um time que ainda tem tanto a desenvolver. O que mais preocupa o elenco comandado pelo sérvio é o grupo sorteado para a fase inicial da Copa: Alemanha, Austrália e Sérvia. Talvez com exceção da seleção cabeça de chave, bem superior, a briga entre as outras três tem tudo para ser bastante disputada e imprevisível. Uma potência da confederação asiática, uma nascente potência africana, e uma considerável seleção europeia. Não há na chave adversário descartável logo de cara. O desafio foi lançado para as Estrelas Negras.
Fonte
http://www.trivela.com/Conteudo.aspx?secao=54&id=21449
Site
http://www.ghanafa.org/