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Volta Redonda Futebol Clube

Na década de 70, Volta Redonda foi considerada Área de Segurança Nacional. Vivíamos em plena Ditadura Militar, tempo de muita repressão política e forte censura. Como fazer para oferecer um pouco de lazer aos milhares de operários da CSN, afastando a possibilidade de movimentos grevistas, por exemplo? O futebol sempre foi o esporte de maior apelo popular do país e na Cidade do Aço não seria diferente. Desde 1945, quando foi criada a Liga de Desportos de Volta Redonda, os campeonatos amadores na cidade eram organizados pela Companhia. No final da década de 40, o presidente da CSN, general Sylvio Raulino de Oliveira, resolveu financiar a construção de um estádio que abrigasse as partidas de futebol da cidade. Na obra que acabou batizada com o nome do seu idealizador, foi utilizado o aço da Siderúrgica para a estrutura das pequenas arquibancadas. No entanto, em 1959, a CSN resolveu delegar, em regime de comodato, a administração do estádio Raulino de Oliveira ao Guarani Futebol Clube, tradicional time amador da cidade.

Voltando ao campo político, em 1975, pouco depois de assumir a Presidência da República, o general Ernesto Geisel manifestou o interesse de unir os estados do Rio de Janeiro e da Guanabara. Desde 1960 a capital havia sido transferida para Brasília e o Rio deixado de ser Distrito Federal. A proposta foi aprovada no Congresso sem maiores problemas em 1º de julho de 1975, e tudo foi feito muito rapidamente. Hoje, trinta anos depois, ainda existem muitas dúvidas quanto a viabilidade política e econômica desta polêmica fusão.

No futebol do Rio de Janeiro e da Guanabara havia federações e campeonatos distintos. A Federação Fluminense de Desportos, fundada em 1925, organizava um torneio disputado por equipes do então Estado do Rio de Janeiro, cuja capital era Niterói. De 1951 até 1975, foi disputado o Campeonato Fluminense de Futebol com equipes como o Fonseca, de Niterói, o Central Sport Clube, de Barra do Piraí, além do Goytacaz, Americano e Rio Branco, de Campos, entre outros.

A Federação Carioca de Futebol, oriunda da Liga Metropolitana de Football, era bem mais antiga. O seu primeiro campeonato foi disputado em 1906 e teve o Fluminense Football Club como campeão. Neste certame só participavam equipes do atual município do Rio de Janeiro. A única exceção era o Canto do Rio, de Niterói, que disputou a competição entre 1941 e 1964.
Com a fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, era inevitável a unificação também das duas entidades. Já em meados de 1975, abriu-se a possibilidade da participação de três clubes do interior no Campeonato Carioca do ano seguinte. Assim, foi realizada uma verdadeira peregrinação nas ligas e nos clubes do estado para a escolha das equipes do interior que participariam do campeonato. Visitou-se Volta Redonda, Resende, Barra Mansa, Vassouras, Valença e, também, as cidades do Norte Fluminense como Campos e Itaperuna. Vale lembrar que o processo de união definitiva das duas entidades foi concluído somente em 1979.

O Dr. Guanayr de Souza Horste era presidente do Clube de Regatas Flamengo de Volta Redonda e tinha o sonho de ver seu time no Campeonato Carioca, representando a cidade. Ele era assessor do prefeito Nélson Gonçalves e muito amigo de Eduardo Vianna, ex-presidente da Federação Fluminense de Futebol. Mantendo ótimo relacionamento com o dirigente, Guanayr queria transformar seu sonho em realidade. Na época, o único clube com atividade de futebol profissional na cidade era o Flamenguinho, como era carinhosamente chamado, fundado em 1972. Outros clubes como o Guarani Esporte Clube e o Comercial Futebol Clube dedicavam-se apenas as atividades sociais. Dessa forma, tudo parecia caminhar para a indicação do rubro-negro local no certame.

Em outubro de 1975, o prefeito Nélson Gonçalves entrou em contato com Otávio Pinto Guimarães, presidente da futura Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, propondo a melhoria no estádio Raulino de Oliveira, onde o clube da cidade mandaria suas partidas. A praça de esportes, construída no final da década de 40, pertencia a CSN que a havia cedido, em comodato, ao Guarani Esporte Clube. Diante da sinalização positiva da federação e com o aval da estatal revogando a cessão do Raulino, em 5 de janeiro foram iniciadas as obras no estádio. Os operários trabalharam 24 horas por dia até a instalação de arquibancadas tubulares, aumentando a sua capacidade de 5 mil para 25 mil pessoas.

A sede social do Flamengo de Volta Redonda, na Vila Americana, conhecida como Castelinho, recebeu vários jogadores emprestados pelo Vasco da Gama, Flamengo, Fluminense e América que começaram a treinar sob o comando-técnico de Paulinho de Almeida e a supervisão de Flávio Costa. Porém, não faltaram pessoas influentes da cidade para indicar jogadores e as despesas começaram a aumentar.

Por outro lado, no campo político existiam dois partidos. De um lado a ARENA, situação, e do outro o MDB, oposição. Coincidentemente, o presidente da ARENA era o almirante Heleno de Barros Nunes, também presidente da Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF. Nos bastidores ficou acertada a participação do novo clube também no Campeonato Brasileiro. Todo parecia caminhar bem, mas por determinação do almirante Heleno Nunes deveria haver a troca do nome. “Já basta um Flamengo no mundo”, disse o dirigente, vascaíno confesso. Numa reunião na prefeitura municipal, Guanayr Host chegou a aceitar a mudança para Clube de Regatas Volta Redonda, desde que fossem mantidas as cores preta e vermelha. Pouco depois, novas exigências da CBD desfizeram todos os acordos anteriores.

O campeonato se aproximava, as obras no Raulino seguiam a todo vapor, mas um grande ponto de interrogação pairava no ar. No meio deste imbróglio surgiu um fato novo. Diante do impasse criado, foi aprovada na Câmara Municipal uma moção indicando o Comercial Futebol Clube como representante de Volta Redonda no campeonato estadual. Todos os jogadores, que treinavam há 15 dias na sede do Flamengo, foram para o Comercial. Junto com eles, as despesas de salários, alimentação, hospedagem e material esportivo. Com uma semana de treinamentos o conselho deliberativo do Comercial constatou que os gastos eram incompatíveis com a receita e o patrimônio do clube.

Diante da escolha, as duas equipes de Campos que participariam do Campeonato Carioca – Americano e Goytacaz – a FERJ não poderia esperar mais por Volta Redonda. No dia 9 de fevereiro de 1976, aconteceu uma reunião definitiva, na sede da Federação Carioca de Futebol, para definir esta situação. Estavam na Rua da Ajuda, a diretoria do Flamengo, do Comercial, o prefeito Nélson Gonçalves, além do próprio almirante Heleno Nunes e o presidente da Federação Otávio Pinto Guimarães. O encontro transcorreu em meio a muitas discussões e pouco entendimento. Foram horas de muita tensão e até ameaças de enquadramento de alguns dirigentes mais exaltados no AI-5. Quando tudo parecia caminhar para mais um impasse, prevaleceu o bom-senso e aconteceu o tão esperado acordo. Surgia o Volta Redonda Futebol Clube com as cores - preta, branca e amarela - e o distintivo inspirado no município. Enfim, a cidade teria o seu representante no Campeonato Carioca que começaria em pouco mais de um mês. Foi indicado o Conselho Diretor composto por dois representantes da prefeitura, dois do Flamengo e dois do Comercial. Ysnaldo dos Santos Gonçalves, irmão do prefeito, foi escolhido para ser o primeiro presidente. A primeira partida do Volta Redonda no estadual foi uma vitória épica de 3 a 2 sobre o Botafogo, no Raulino, seguida de uma grande festa na cidade.

Logo nas suas primeiras temporadas, o time participou do Campeonato Brasileiro da Série A em 1976, 1977 e 1978. Neste último conseguiu sua melhor colocação, 32° de 74 participantes. Em 1982, aplicou a segunda maior goleada da história da Série B do Brasileirão, com uma vitória por 8 a 0 sobre o Operário-MT. Em 1987, venceu o Campeonato Estadual da Segunda Divisão, feito que repetiu em 1990 e em 2004.

No ano de 1994, a equipe conquistou a Copa Rio, torneio no segundo semestre organizado pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro e que dava ao vencedor uma vaga na Copa do Brasil do ano seguinte. A decisão, em dezembro daquele ano, foi contra o Fluminense e o título veio após uma disputa de pênaltis nas Laranjeiras.

No ano seguinte, a equipe foi eliminada da Copa do Brasil pelo Bahia nos pênaltis. No entanto, o Volta Redonda chegou perto de vencer um título nacional, o Campeonato Brasileiro da Série C, mas não conseguiu, terminando com o vice-campeonato. Nos últimos anos têm se classificado para a disputa desta competição, sem obter sucesso.

Quando venceu o Campeonato Estadual da Série B, em 2004, ninguém esperava que o Volta Redonda fizesse campanha tão impressionante em sua volta à elite. O time venceu a Taça Guanabara e foi até a final da competição, quando enfrentou o Fluminense. Tudo isso impulsionado pelos gols do artilheiro Túlio.

Na decisão, o Volta Redonda saiu perdendo o jogo de ida por 2 a 0, mas conseguiu uma recuperação impressionante e virou para 4 a 2. Quase no fim da partida, o atacante Tuta, do Fluminense, conseguiu diminuir a diferença. O time do interior foi para a decisão com a vantagem do empate e podendo decidir nos pênaltis caso perdesse por um gol de diferença.

E tudo parecia dar certo para o Volta Redonda. No segundo jogo da decisão, com o Maracanã lotado, saiu vencendo, com gol de Fábio. O Fluminense tinha a obrigação de virar o jogo. A equipe do interior se descuidou e permitiu que, nos acréscimos do primeiro tempo, o Flu empatasse a partida.

O Volta Redonda resistiu quase o segundo tempo inteiro, mas não conseguiu segurar a pressão tricolor. Marcão fez 2 a 1 para o Fluminense. O artilheiro Túlio teve uma chance de ouro nas mãos quando saiu sozinho de frente para o goleiro adversário, mas desperdiçou a chance. O castigo veio nos acréscimos do segundo tempo, quando o zagueiro Antônio Carlos fez 3 a 1 e deu fim ao sonho.

Desde então, o Volta Redonda é presença constante nas semifinais da Taça Rio e da Taça Guanabara, mas não chegou a vencer um dos turnos novamente. Devido à decisão de 2005, os torcedores do clube têm uma rivalidade com o Fluminense. Em 2008, a equipe disputará o Estadual da primeira divisão e a Copa do Brasil. A classificação para a Série C do Brasileiro é decidida pela colocação na competição regional.

Títulos

1987 - Campeão Estadual da Segunda Divisão de Profissionais.

1990 - Campeão Estadual da Segunda Divisão de Profissionais.

1994 - Campeão do Interior (decidindo com o Americano, de Campos).

1994 - Campeão da Copa Rio (decidindo com o Fluminense, nas Laranjeiras).

1995 - Participou da Copa do Brasil, jogando contra o Bahia, sendo eliminado em Salvador, na disputa de pênaltis.

1995 - Campeão do Interior (decidindo com Barra de Teresópolis).

1995 - Vice-Campeão da Serie “C” (decidindo com o XV de Piracicaba -SP).

1995 - Campeão da Copa Rio (decidindo com Barra de Teresópolis).

1998 - Tri Campeão do Interior (decidindo com o Botafogo de Macaé, tendo o seguinte resultado: V.R.F.C. 2 X 1 Botafogo de Macaé).

1999 - Campeão da Copa Rio (decidindo com o Madureira dias 8 e 11/12/1999). 2004 - Campeão da Segunda Divisão Profissionais

2005 - Campeão da Copa Finta Internacional

2005 - Campeão da Taça Guanabara. (Vitória nos pênaltis sobre o Americano de Campos, no Maracanã).

2005 - Vice-Campeão Estadual da Primeira Divisão dos Profissionais (Decisão contra o Fluminense, no Maracanã) .

2007 - Campeão da Copa-Rio 2007. 1990 - Campeão Estadual da Segunda Divisão de Profissionais.

1994 - Campeão do Interior

1994 - Campeão da Copa Rio

1995 - Campeão do Interior
1995 - Vice-Campeão da Serie C

1996 - Campeão da Copa Rio

1998 - Tri Campeão do Interior

1999 - Campeão da Copa Rio 2004 - Campeão da Segunda Divisão Profissionais

2005 - Campeão da Copa Finta Internacional

2005 - Campeão da Taça Guanabara.

2005 - Vice-Campeão Estadual da Primeira Divisão dos Profissionais

2007 - Campeão da Copa Rio



Hino

Autor: Carlos Pacheco

Entra em campo o esquadrão de aço
Equipe do Voltaço
Fundado em 76
Seus atletas estão lutando pela vez.

Time de Volta Redonda
Terra de trabalho e paixão
Seus torcedores garantem
Manter sua tradição.

O município é seu braço
A indústria o coração
Além de recordista de aço
Quer ver o seu clube campeão.

Sua camisa, seu escudo, suas cores
Gritam gol
Sua bandeira colorida
Agitando a torcida
Tão vibrante aguerrida
Abre passagem com ideal
A meta perseguida é a conquista
De glória nacional.

Estádio Raulino de Oliveira

O novo Estádio Raulino de Oliveira tem formas arquitetônicas futuristas, conforto, beleza e segurança no seu interior. Com capacidade para 21 mil pessoas, possui arquibancada coberta e cadeiras em toda sua extensão. Esta grande arena não foi projetada apenas para ser palco dos grandes artistas da bola. O novo Raulino abriga projetos educacionais para adultos, a terceira idade e portadores de necessidades especiais, além de academia de ginástica e centro para recuperação de cardíacos.

Veja o que o novo Raulino possui em suas dependências e os serviços oferecidos:

Circuito de TV com câmeras para garantir a segurança dos torcedores;
Cabines para Rádio e TV com ar condicionado e modernos equipamentos;
Pista para todas as modalidades do atletismo;
Universidade à distância para cinco mil alunos;
Academia da vida para a terceira idade;
Escola para portadores de necessidades especiais.

Por tudo isso, o novo Raulino é considerado um dos estádios mais modernos do Brasil e conhecido como O ESTÁDIO DA CIDADANIA.

Mascote

A prefeitura de Volta Redonda fez um concurso para decidir quem seria a mascote do clube de futebol. O vencedor foi o Bolotaço, uma bola de futebol representada com as cores da equipe.


Mascote do Volta Redonda


site : http://www.voltaco.com.br







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