A ligação com o país europeu era tão grande que o primeiro escudo da agremiação foi a Cruz de Savóia, inspirada no uniforme do Pro Vercelli, que havia feito há pouco uma excursão pelo Brasil com sucesso, e utilizava este emblema. Nos primeiros momentos, o Palestra se ocupava apenas com amistosos e jogos varzeanos, trabalhando nos bastidores para entrar de vez no campeonato da Apea (Associação Paulista de Esportes Atléticos), o mais concorrido da época.
Em 1920, veio a principal aquisição do clube naquele momento. O Parque da Antarctica (que era propriedade da fábrica de cervejas) foi adquirido por 500 contos de réis, e passou a ser a casa italiana em São Paulo. Neste mesmo ano, o Palmeiras conquistou seu primeiro título paulista da história.
Uma nova conquista, porém, demoraria mais seis anos para chegar. Foi em 1926, quando o time, comandado pelo famoso atacante Heitor Marcelino, que marcou 18 gols e foi o artilheiro da disputa, sagrou-se campeão paulista de maneira invicta. No ano seguinte, repetiria o feito, alcançando o primeiro bi de sua história.
Apesar dos três títulos estaduais, o Palmeiras ainda não estava estabelecido como força paulista. Ainda ficava atrás de equipes como Paulistano, Germânia e até do Corinthians. Firmou-se apenas na década de 30, quando conseguiu nada menos do que quatro títulos estaduais (1932, 1933, 1934 e 1936), além de um Torneio Rio-São Paulo (1933).
No início dos anos 40, o Palmeiras participou da inauguração do estádio Pacaembu (venceu o Coritiba por 6 a 2) e, ainda por cima, faturou o Campeonato Paulista com um triunfo por 4 a 1 sobre o São Paulo na decisão. Aquela que parecia ser a melhor fase do Palestra Itália, porém, foi afetada por problemas políticos.
Em meio à Segunda Guerra Mundial, com o Brasil ao lado dos Aliados (conseqüentemente contra o Eixo, que a Itália apoiava), o clube se viu obrigado pelo governo Getúlio Vargas a mudar seu nome. Adotou, então, o Palmeiras, que permanece até hoje.
Era o começo de mais uma geração vitoriosa no Parque Antarctica, com Oberdan Cattani fechando o gol alviverde e Waldemar Fiúme como artífice da linha. Posteriormente, este último seria homenageado com um busto na frente da sede do clube, honraria concedida a poucos atletas.
Ele, ao lado de Jair da Rosa Pinto, foi o grande jogador da conquista mais valorizada pelos palmeirenses em todos os tempos. Em 1951, foi organizada a Taça Rio, torneio que contou com várias equipes de ponta do futebol mundial, como o Nacional, do Uruguai, o Austria Viena, da Áustria, Sporting, de Portugal e a Juventus, da Itália, além do Vasco, base da seleção brasileira da época.
A conquista serviu como prenúncio para o que estava por vir na década de 50. Com o aparecimento do Santos de Pelé, todas as outras equipes perderam força e não conseguiram mais brigar por títulos importantes. Na década de 1950, por exemplo, restou ao Palmeiras comemorar o troféu paulista de 1959, vencido de maneira heróica contra o time da Vila Belmiro, com show de Julinho e Romeiro.
As coisas começariam a melhorar na década de 60. Mesmo ainda abaixo do Santos, o Palmeiras se firmava como uma das poucas equipes que fazia frente ao esquadrão litorâneo. O grande regente daquela “Academia”, como ficou conhecida a equipe, foi Ademir da Guia, filho de Domingos da Guia e o maior jogador alviverde de todos os tempos, também homenageado com um busto na frente da sede.
Logo no ano de 1960, ele ajudou a trazer ao Parque Antarctica o primeiro troféu nacional da agremiação. A Taça Brasil daquele ano foi garantida após vitória larga sobre o Fortaleza, por 8 a 2. Três anos depois, a mesma geração conseguiu mais um Campeonato Paulista.
No ano seguinte, a Academia venceu de novo o Campeonato Paulista. Aquela geração ainda seria reconhecida internacionalmente. Em 1969, faturou o tradicional troféu Ramón de Carranza, na Espanha, em que equipes européias em pré-temporada disputam um torneio amistoso. Além disso, conquistou também o Roberto Gomes Pedrosa, que era equivalente a um Campeonato Brasileiro na época.
Apesar de não diminuir o ritmo das conquistas, o Palmeiras começava a demonstrar sinais de cansaço. Já mais maduros, os atletas não rendiam o esperado. Precisou ser feita uma renovação para que a qualidade dentro de campo não fosse alterada. Formou-se, então, a Segunda Academia de Futebol.
Os craques da companhia passaram a ser Ademir da Guia, Emerson Leão, Luís Pereira, Dudu e Leivinha, que levariam o clube ao bicampeonato brasileiro no começo da década de 70. O ano de 1972, aliás, é especial para o torcedor alviverde. Isso porque, naquela temporada, o Verdão venceu os cinco campeonatos que disputou (Campeonato Paulista, Taça Cidade de Zaragoza, Torneio de Mar del Plata, Torneio Laudo Natel e Campeonato Brasileiro).
Dois anos depois, mais um Campeonato Paulista. Esse, porém, é especial. Na final diante do arqui-rival Corinthians, o Palmeiras de Ademir da Guia deu show, comandou o triunfo por 1 a 0 e manteve o Timão na fila de títulos por mais um ano (já eram 21 à época). O revés culminou na saída de Rivellino do Parque São Jorge. Ademir também se despediria logo da torcida. Em 1976, conquistou seu último Paulista, com os palmeirenses batendo recorde de público no Parque Antarctica (40 mil).
Como acontece na maioria das vezes, a saída de um ídolo é seguida de um período de crise. De 1976 em diante, o Verdão ficou 16 anos à espera de uma conquista, que esteve perto em 1986. Na final do Paulista contra a surpreendente Inter de Limeira, o lateral Denys escreveu seu nome na história do clube, ao falhar no momento decisivo e deixar o ponta Tato garantir a conquista para a equipe interiorana.
Aredenção viria somente nos anos 1990, com o apoio indispensável da multinacional do ramo de laticínios Parmalat. A parceria garantia apoio financeiro ao Palmeiras, que passou a contratar grandes nomes e conseguiu, enfim, uma conquista. Foi em 1993, com Vanderlei Luxemburgo no comando e estrelas como Edmundo, Evair, Antonio Carlos e Roberto Carlos em campo.
Na decisão do Paulista, contra o Corinthians, o Verdão goleou por 4 a 0. Completaria a temporada de sucesso com o Brasileiro, garantido após final diante do Vitória-BA. No ano seguinte, novas taças no Parque Antarctica. Com reforços como Edílson e Rivaldo, o time faturou novamente o Estadual e o Nacional.
A “Era Parmalat” ainda estava apenas no começo, e Luxemburgo ainda daria mais um Paulista ao clube em 1996. Na ocasião, tinha Djalminha, Luizão e Müller como astros da equipe que sobrou no Estadual e marcou mais de cem gols na competição.
Era a hora, então, de partir em busca do continente. O sonho de conquistar a América ganhou fortes contornos com a chegada de Luiz Felipe Scolari, o Felipão, em 1997. Depois de um vice-brasileiro (1997) e uma Copa do Brasil (1998), o time foi à Libertadores e fez história. Em 1999, com Zinho, Evair, Paulo Nunes, Oséas, Alex, César Sampaio e Marcos, o time venceu o torneio após decisão emocionante nos pênaltis contra o Deportivo Cáli.
Na decisão do Mundial no fim daquele ano, no Japão, veio a decepção da derrota por 1 a 0 para os ingleses do Manchester United, com direito a falha do ídolo Marcos. No ano seguinte, nova tentativa na Libertadores, que, desta vez, terminou em trauma na final diante do Boca Juniors, da Argentina. Antes disso, porém, a alegria de eliminar nos pênaltis o Corinthians, o que voltaria a acontecer no ano seguinte, assim como a queda para o time da Bombonera.
Campeonato Paulista: (22) 1920, 1926, 1927, 1932, 1933, 1934, 1936, 1940, 1942, 1944, 1947, 1950, 1959, 1963, 1966, 1972, 1974, 1976, 1993, 1994, 1996, 2008.Taça Rio: (1) 1951.
Taça Libertadores da América: (1) 1999.
Copa Mercosul: (1) 1998.
Campeonato Brasileiro: (4) 1972, 1973, 1993 e 1994.
Copa do Brasil: (1) 1998.
Taça Brasil: (2) 1960 e 1967.
Copa dos Campeões: (1)2000.
Torneio Rio-São Paulo: (5) 1933, 1951, 1965, 1993 e 2000.
Estádio
O estádio Palestra Itália, com capacidade para 32 mil pessoas, foi inaugurado em 1902 e adquirido pelo Palmeiras, então Palestra Itália, em 1920, e é apelidado como Parque Antárctica. É o local onde o Palmeiras manda regularmente seus jogos e já foi palco de inúmeras decisões importantes de competições de destaque, como a Copa Libertadores da América, a Copa Mercosul, a Copa do Brasil e o Campeonato Paulista, entre outros.
Hino
Quando surge o alviverde imponente
No gramado em que a luta o aguarda
Sabe bem o que vem pela frente
Que a dureza do prélio não tarda
E o Palmeiras no ardor da partida
Transformando a lealdade em padrão
Sabe sempre levar de vencida
E mostrar que de fato é campeão
Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra
Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra
Por nosso alviverde inteiro
Que sabe ser brasileiro
Ostentando a sua fibra
De acordo com o site oficial, o periquito foi escolhido desde a fundação do time por causa da comum coloração verde e, também, por esse passarinho existir em abundância onde o clube está localizado, além de ser um pássaro de origem brasileira. Uma curiosidade: o periquito, apesar de alguns confundirem, nada tem a ver com o personagem da Disney Zé Carioca. Aliás, o palmeirense é bem mais antigo e foi desenhado em São Paulo.