A primeira diretoria do tricolor do Planalto Médio tinha Eloi Selésio Taschetto na presidência e, como vices, Nélson Lanza e Daniel Winick. A fusão, contudo, infelizmente viria a se desconcretizar logo depois, com o anúncio do retorno do Gaúcho ao futebol.
1986: O PRIMEIRO ANO, O PRIMEIRO TÍTULO
O jogo inaugural da história do Passo Fundo aconteceu em fevereiro de 1986, na cidade de Soledade, com a equipe passofundense, ainda em formação, enfrentando um combinado local. Ao final do amistoso, vitória pelo placar de 4 x 2. Era o início do trabalho do técnico Paulo Sérgio Poletto rumo à disputa da Série B do Campeonato Gaúcho.
Em sua primeira partida oficial, o tricolor acabou derrotado pelo Ypiranga, em Erechim. Apesar do revés, começava ali a triunfante trajetória de Poletto e seus comandados. A primeira vitória veio algumas rodadas depois: 4 x 1 sobre o Botafogo, de Três de Maio, no estádio Wolmar Salton. A classificação à fase seguinte da competição viria após um triunfo de 3 x 0 diante do Santo Ângelo.
A referência do time era o meia Cláudio Freitas. E foi com ele em excelente momento que o Passo Fundo estreou na segunda fase vingando-se do Ypiranga, novamente em Erechim. Ao final, classificação para o octogonal decisivo (melhor campanha) e, a partir de então, uma ferrenha disputa com mais sete clubes por uma das duas vagas na primeira divisão do Gauchão do ano seguinte.
Na fase derradeira, os bons resultados iam se acumulando, e o clube começava a despontar como um dos favoritos para o acesso. A consolidação da vaga viria a duas rodadas do fim – vitória por 3 x 1 sobre o Ypiranga –, e a confirmação do título no jogo seguinte – empate com o São José, em Porto Alegre. Engatinhando, o Esporte Clube Passo Fundo ganhava o direito de disputar a Série A em 1987.
1987: A ESTRÉIA NA ELITE
Após conquistar a Segunda Divisão no ano seguinte, o Passo Fundo faria sua estréia na elite contra o Internacional. Atuando fora de casa, no Beira-Rio a equipe perdeu por 2 x 0. Na primeira partida disputada no estádio Vermelhão da Serra – o clube deixara de mandar seus jogos no Wolmar Salton –, empate sem gols com o Juventude. O primeiro gol na Série A seria marcado na rodada seguinte, através do zagueiro Neurilene (derrota por 2 x 1 para o Santa Cruz). Já a primeira vitória aconteceria diante do Novo Hamburgo, num sofrido 1 x 0 (gol de Toninho).
O tricolor terminou o campeonato com uma campanha apenas razoável, sem conseguir classificação para as fases decisivas, trajetória que se repetiria em 1988. Por outro lado, o bom trabalho realizado pelo Departamento Amador, comandado por Hilário Andretti, culminou no surgimento de valorosos pratas da casa. Naquele ano, a equipe de juniores chegou às finais do estadual da categoria.
1989: A MELHOR CAMPANHA DA HISTÓRIA
Em 1989, o Passo Fundo mostrou sua força logo na estréia. Vitória em Santa Maria, sobre o Inter local, pelo placar de 2 a 1 (gols de Bira e Cláudio Freitas). Recheado de nomes importantes como Édson Mineiro, Tim e Cabrinha, o time comandado por Geraldo Duarte obteve classificação para o hexagonal decisivo do Gauchão. A quinta colocação geral é, até hoje, a melhor da história do clube.
A temporada ficou marcada por duelos memoráveis no Vermelhão da Serra contra a dupla Gre-Nal. As partidas que terminavam empatadas eram decididas nas penalidades máximas, nas quais quem vencesse ganhava um ponto de bonificação. Diante do Grêmio, depois de um 0 x 0 no tempo normal, os passofundenses venceram por 4 x 2 nos pênaltis. Contra o Internacional, que contou com uma tarde inspirada do goleiro Taffarel, a equipe não teve a mesma sorte após outro empate sem gols.
Todavia, o destaque do ano foi a torcida do clube, que lotou o estádio em várias oportunidades. Outra novidade foi a presença feminina no Departamento Médico, com a inclusão de uma fisioterapeuta.
1994: O REBAIXAMENTO; 98: A REDENÇÃO
De campanhas modestas no início da década, o Passo Fundo apostou em nomes experientes em 1994. Atletas impactantes como Élton, China (campeão mundial pelo Grêmio em 83), Kita e Cláudio Freitas (sempre ele) faziam parte do plantel comandado pelo técnico Juarez Vilela. A equipe, entretanto, não conseguiu se encaixar dentro de campo e terminou rebaixada à Série B.
Após três anos de sofrimento na Segundona, o clube voltou à elite do futebol gaúcho em 1998. Comandado por Eugênio Silva, o tricolor decidiu a vaga num jogo extra contra o São José, em Cachoeira do Sul. Numa tarde dramática e com o estádio adversário lotado, Serjão, Jéferson, Coracini, Rogério e companhia seguraram o 1 x 1 no tempo normal. Nos pênaltis, brilhou a estrela do goleiro Júnior. Era o retorno do “clube de todos nós” para o lugar de onde nunca deveria ter saído.
2000: O ANO DE FELIPE
Presidido por Ivanir Rodighiero e sob comando de Juarez Vilela, o Passo Fundo fez de 2000 um ano inesquecível. Naquele ano, o clube chegou ao octogonal final do Campeonato Gaúcho e revelou um artilheiro que ainda daria muito o que falar: o atacante Felipe, na época com 21 anos.
A vaga entre os oito melhores do estado foi conquistada de forma épica. A equipe, além de torcer por resultados paralelos, precisava vencer os três últimos jogos da primeira fase e, após superar Santa Cruz e Santo Ângelo, receberia o Guarani de Venâncio Aires na rodada decisiva. De virada e com um gol de Felipe aos 41 minutos do segundo tempo, o tricolor saiu vitorioso. Cerca de dez mil pessoas acompanharam a partida no Vermelhão da Serra, que, dias depois, lotaria nos confrontos contra o Internacional (3 x 3) e o Grêmio de Ronaldinho Gaúcho (1 x 2 com 18.350 pagantes)
Na abertura do segundo turno do octogonal, o tricolor bateu o Caxias treinado por Tite – que viria a ser o campeão daquele ano – por 1 x 0, gol de Felipe. O atacante, ídolo da torcida e goleador do certame com 13 gols, foi vendido para o Vitória, da Bahia, ainda em meio à competição.
2001: PASSO FUNDO EM NÍVEL NACIONAL
Calejado após fraco desempenho no Gauchão 2001, o Passo Fundo investiu novamente na base e montou uma forte equipe de juniores. Jogadores como Ezequiel, Emanuel e Beto entre outros, foram revelados. Com esses garotos, somados aos experientes Rodrigo Caetano e Leco, o clube participou da Série C do Campeonato Brasileiro, a primeira competição nacional de sua história.
Em 2003, mais uma novidade: a implantação de treinamento individualizado, através de uma parceria com um grupo de personal trainers, virou notícia em todo o Brasil. Repleto de jovens, o time contou com o retorno de Felipe na segunda metade do campeonato. Em 10 jogos, ele marcou 15 gols.
2004: UM BREVE ADEUS AO VERDE
Uma reunião do Conselho Deliberativo, no início de 2004, decidiu pela abolição do verde no uniforme oficial do Esporte Clube Passo Fundo. Com isso, o tricolor passou a ser o colorado do Planalto Médio, resgatando o vermelho e branco quatorziano. Na primeira partida do ano, a equipe comandada por Leocir Dallastra venceu o Gaúcho por 2 a 1, no Vermelhão da Serra. Era o retorno dos clássicos.
No Campeonato Gaúcho, uma seqüência de tropeços culminou na demissão de Leocir. O preparador físico Ricardo Attolini assumiu e, com quatro vitórias em cinco jogos, levou o time da 11ª para a sexta colocação. Felipe, novamente com 15 gols, e Dudu, revelação do campeonato, foram os principais destaques. No segundo semestre, após a participação na Copa RS, o clube trocou de diretoria. O empresário Elvoni Piaia, então vice-presidente de futebol, assumiu a presidência.
2006: UMA NOVA QUEDA
Depois de realizar uma campanha modesta na primeira fase do Gauchão, e escapar da degola na última rodada da Copa Emídio Perondi em 2005, o Passo Fundo iniciou 2006 objetivando melhores rumos. Contudo, nada mudou. Mesmo com uma equipe qualificada, liderada por Ferreira e Felipe, o colorado esbanjou irregularidade e, a exemplo de 94, acabou sendo “premiado” com o rebaixamento.
Dificuldades financeiras fizeram com que o clube fechasse o Departamento de Futebol Profissional no segundo semestre. O foco no Vermelhão da Serra voltou a ser as categorias de base, com a participação nos estaduais juvenil e júnior. Atletas como Sérgio, hoje no Santos, foram revelados.
2008: O RETORNO DO PROFISSIONAL
Novamente tricolor (o verde foi reintroduzido no escudo e no uniforme), e com Elói Selésio Taschetto na presidência, o Passo Fundo faz de 2008 o ano de sua volta ao futebol profissional. Apostando na base, que ganhou ainda mais força com a reabertura das escolinhas, o clube disputará a Série B do Campeonato Gaúcho repleto de garotos, e almeja, desde já, o retorno à elite. Sonhar não custa nada!
Títulos
Campeonato Gaúcho - 2ª Divisão: 1986.
Estádio
Estádio Vermelhão da SerraCapacidade 20000
Considerado um dos cinco maiores – e melhores – estádios do interior do Rio Grande do Sul, o Vermelhão da Serra começou a ser construído em 1964, sob a tutela do Grêmio Recreativo e Esportivo 14 de Julho. A inauguração veio cinco anos mais tarde, com a partida entre 14 e Aimoré de São Leopoldo, válida pelo Campeonato Gaúcho de 69.
Com a fusão entre 14 e Gaúcho, em 1986, o recém-criado Esporte Clube Passo Fundo passou a mandar seus jogos no estádio. Em 2000, foi registrado o maior público da história do Vermelhão: 18.350 pessoas no duelo Passo Fundo 1 x 2 Grêmio, também válido pelo Gauchão. Atualmente, conta com gramado impecável e novos alojamentos.
Hino
Salve a bandeira rubro-alvi-verde
Passo Fundo ouve nossa voz
Entra em campo e bola na rede
Esse clube é todos nós
Gigante campeão do planalto
Tua bandeira só tremula vitória
Passo Fundo cantemos bem alto
Tuas virtudes e tuas glórias
Passo Fundo ouve nossa voz
Passo Fundo, Passo Fundo
É o clube de todos nós Te amo
Passo Fundo grandioso
É majestoso teu estádio vermelhão
Passado e presente vitorioso
Passo Fundo já nasceu campeão
Tremula essa bandeira tricolor
Sempre com amor no coração
Em campo faz feliz o torcedor
Fazendo gol, fazendo gol
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