Em sua primeira temporada, a equipe, montada exclusivamente com jogadores da região, treinava a noite, e apenas três vezes por semana. Talvez por isso, a campanha na primeira competição profissional não foi nada convincente. Porém, mesmo sem conseguir bons resultados dentro de campo, o tricolor já nasceu sendo notícia em todo o Brasil. Foi a primeira equipe profissional a contratar uma mulher para o cargo de treinadora. Zilda Dalmolin foi escolhida e foi matéria em jornais de todo o país.
Se 2003 não trouxe a Camboriuense resultados dignos de ficarem marcados na história, 2004 veio para começar a solidificar o nome do clube no estado. Já em fevereiro, uma parceria fez com que a equipe fosse disputar uma competição internacional, em Viareggio, na Itália. No torneio, a “Cambura” foi derrotada pelo italiano Livorno por 2x1, venceu o Galatasaray da Turquia pelo mesmo placar, e dificultou a vida da poderosa Roma, permitindo a virada dos italianos nos últimos minutos, perdendo por 3x2.
Voltando ao Brasil, na segunda divisão catarinense, o time profissional obteve uma invencibilidade de 14 partidas, mas não chegou as finais da competição. Já a equipe de juniores – formada basicamente pelos profissionais – caminhava a passos largos rumo ao primeiro título tricolor. E foi num sábado, 27/11/2004, em tarde ensolarada no Robertão, que um belo gol de Tiago Montroni decretou o empate com o Juventus/SC, e tornou a Camboriuense Campeã Catarinense de Juniores 2ª Divisão 2004.
Começando a ser conhecida em Santa Catarina, a equipe voltou a ser montada em 2005 para a disputa da segundona catarinense. Repetindo os altos e baixos do ano anterior, o time profissional não chegou as finais da competição. No entanto, se a categoria profissional não obtinha resultados de expressão, a equipe de juniores novamente derrubou os adversários um a um, e com certa tranqüilidade chegou ao bi-campeonato catarinense sub-20 da segunda divisão.
Assim como em 2003 e 2004, 2005 e 2006 foram anos completamente distintos. Se a terceira temporada não trouxe bons resultados na categoria profissional, o ano agora prometia ser marcante. Foi o que se viu logo nas primeiras rodadas da Segunda Divisão, quando, apresentando um futebol bastante convincente, a “Cambura” classificou as quartas de finais do primeiro turno. Logo no início da competição, o jovem Roberson, dono da camisa 10, se destacou e trocou o tricolor da baixada por um tricolor mais conhecido, o Grêmio Porto Alegrense.
Na fase seguinte, um fato marcante: ao passar pelo Maravilha e chegar as semi finais, a equipe venceu o primeiro “mata-mata” de sua história na categoria profissional. Na semifinal, dois jogos emocionantes contra o Concórdia levaram a Camboriuense a sua primeira decisão nos profissionais. No entanto, o título do primeiro turno acabou escapando e não veio para o Robertão. No returno, uma campanha impecável. Quatro vitórias em quatro jogos na primeira fase garantiram a equipe no quadrangular final da competição por índice técnico.
Na fase final, quatro vitórias e um empate garantiram Camboriuense o primeiro acesso de sua história. A classificação para a final da competição deu ao clube a vaga na Divisão Especial de 2007. Mas isso não diminuiu a vontade do grupo, que em dois jogos eletrizantes bateu o Videira e fez com que a taça de Campeão Catarinense da Divisão de Acesso 2006 ficasse em Camboriú.
Não bastasse a festa pelo primeiro título profissional, 2006 ainda trouxe, pela terceira vez seguida, o título nos juniores. Na categoria, para muitos, a “Cambura” se estabeleceu como quinta força do futebol estadual, estando atrás apenas dos quatro chamados grandes em Santa Catarina.
A expectativa tomou conta de todos os envolvidos com o tricolor em 2007. Era a maior chance do clube chegar a elite do futebol catarinense. Para isso, teria que ser campeão de um quadrangular que contava ainda com Videira EC, EC Próspera e o favorito Joinville EC. Esse quadrangular ganhou o nome de Divisão Especial - intermediária entre a Principal e a de Acesso – e a Camboriuense mostrou a que veio logo na primeira rodada. Dentro do Robertão, bateu o Videira por 3x0. Nas rodadas seguintes, altos e baixos deram ao tricolor o vice-campeonato da competição, com 12 pontos, um a menos do que o campeão, JEC.
Porém, uma partida da Divisão Especial não será esquecida tão facilmente pelos torcedores de Camboriuense e Joinville. Na tarde de 27 de maio de 2007, as duas equipes se enfrentaram na Arena Joinville. A equipe da casa era líder da competição e tinha 100% de aproveitamento até então. A “Cambura” tinha três pontos a menos e vinha de goleada sofrida para o Próspera, em Criciúma. Além disso, o mandante tinha a seu favor a torcida que marcou presença de forma maciça na Arena. Tudo levava a crer em uma vitória fácil do JEC.
Mas é por essas e outras que o futebol é apaixonante. Com uma atuação divina, talvez a melhor da história do clube, a Camboriuense aplicou inesquecíveis 5x0 no time da casa, que teve de ouvir sua torcida gritar OLÉ na troca de passes tricolor. Na segunda-feira, o placar da partida estampava as páginas esportivas de vários jornais do estado, e era matéria em muitos programas de TV locais.
Por uma série de fatos desagradáveis, a Camboriuense acabou não conquistando a vaga para a elite do futebol Catarinense. Porém o ano não poderia passar sem títulos, e a equipe de juniores tratou de conquistas pela quarta vez consecutiva o Catarinense de Acesso da categoria.
Agora em 2008, a torcida tricolor espera por uma boa campanha da equipe na Segunda Divisão do estado, para enfim conquistas a sonhada vaga entre os maiores de Santa Catarina.
Hino
Em 11 de abril
Nossa Cambura surgiu
Verde, laranja e branco
Tricolor é nosso manto
Muita garra e disciplina
Este time me fascina
Cada jogo é uma decisão
Cambura do meu coração
Tricolor é da virada
É o terror da baixada
Orgulho catarinense
Tricolor camboriuense
Não importa a distância
Temos fé e esperança
Em qualquer situação
Cambura do meu coração
Títulos
Estádio
Roberto Santos Garcia (Robertão)
Capacidade 1500
Mascote
Laranjinha
Site
http://www.camboriuense.com