Em abril de 1993, a cidade de Tocantinópolis, teve início o I Campeonato Estadual profissional, com o jogo entre o TEC e o Miracema. O TEC venceu a equipe adversária por 4 x 1. Já no mês de outubro, a equipe do Tocantinópolis viajou para Goiás para disputar três partidas válidas pelo campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Os resultados foram: TEC 2 x 1 Atlético Goianense, TEC 1 x 1 Vila Nova (GO) e TEC 0 x 0 Goiatuba.
Por uma destas tristes coincidências da vida, a equipe do Tocantinópolis, da cidade do mesmo nome, que fica no extremo norte do Estado do Tocantins, a 602 quilômetros de Palmas, já na divisa com o Maranhão, viveu a pior experiência nos seus onze anos de existência. Nem mesmo a vitória de 1x0 sobre o Central na última sexta-feira 13 do século XX, conseguiu exorcizar o fantasma do seqüestro sofrido pela delegação no início da última semana.Durante mais de doze horas, o grupo foi mantido sob a mira das armas de uma quadrilha, que levou R$360 mil da agência local do Banco do Brasil. O drama do Tocantinópolis começou no início da noite da segunda-feira. Por volta das 18h30, o lateral Róbson, o volante Mesaque e o zagueiro Roberval, estavam descansando do jantar em frente à casa onde moram, ao lado da residência do subgerente da agência do BB em Tocantinópolis, quando foram surpreendidos por dois desconhecidos, que portavam armas.
Eles disseram que seriam obrigados a agir daquela maneira, para que não fosse atrapalhado o plano de seqüestro ao subgerente da agência, e que os jogadores seriam libertados apenas no final da manhã do dia seguinte, após o roubo à agência”, explicou o supervisor do clube, Anacleto Marques da Silva, 41, também conhecido por “Barata”. Ao mesmo tempo em que três jogadores caíam em poder da quadrilha, na sede do clube a delegação prosseguia cumprindo a programação elaborada para a viagem até Caruaru, onde enfrentariam o Central (o jogo estava previsto para quarta-feira e só foi realizado na sexta), que previa para as 23h uma viagem até Imperatriz/MA, cidade que fica a 100 quilômetros de Tocantinópolis, onde embarcariam às 4h da madrugada num vôo até Brasília/DF e de lá pegariam uma conexão para Recife. Após um rápido lanche às 22h30 e vendo que o grupo não estava completo, o supervisor resolveu ir buscar os atletas que faltavam. Desci do ônibus já reclamando do atraso dos jogadores e quando abri a porta da casa, os vi junto de outras pessoas sentados no chão, sob a mira das armas de cinco homens encapuzados”, lembrou Barata. Um dos assaltantes foi até o ônibus e ordenou que toda a delegação deixasse o veículo. A quadrilha explicou que não faria nada de mau ao time, mas que teria de manter a delegação ao lado dos outros reféns, até que o assalto à agência fosse concluído, na manhã do dia seguinte.Mesmo com a garantia de que não iriam mexer com os reféns, foi difícil para a delegação manter a tranqüilidade diante da quadrilha, fortemente armada com escopetas, revólveres e pistolas 765, que a todo instante repetiam “que não teriam nada a perder”. Além dos jogadores e comissão técnica, o time de reféns foi reforçado por familiares do gerente e subgerente da agência assaltada.
Para evitar qualquer desconfiança, a quadrilha obrigou que o supervisor do clube ligasse para o presidente do clube, no início da manhã, para dizer que a delegação estava em Brasília e que a viagem tinha sido um sucesso. Às 9h45, os reféns foram trancados em um dos quartos da casa. O sufoco acabou antes mesmo do final do tempo regulamentar estabelecido pela quadrilha, quando 40 minutos após os assaltantes deixarem a casa. Se no final a quadrilha ficou com toda a renda, o Tocantinópolis soube resistir à pressão psicológica exercida pelas armas dos adversários e saiu do seqüestro agradecendo não ter sofrido qualquer baixa. Quanto ao papagaio, símbolo do clube, terá mais uma estória para contar às futuras gerações de torcedores.
Títulos
Campeão Tocantinense 1993 e 2002
Estádio
Ribeirão
Capacidade: 10 mil lugares
Mascote
Papagaio
Site
http://www.mouranet.com.br/tec/
http://www.tocantinopolisesporteclube.com.br/ - fora do ar