Para reverter essa situação, um grupo ligado ao Ideal F.C. convidou representantes dos outros dois times de Vila Tibério para discutirem a possibilidade de uma fusão, buscando o apoio de todos os moradores do bairro em torno de apenas um clube. Desse primeiro encontro participaram Francisco Oranges, membro da diretoria do Tiberense; Pedro, José e João Aguiar, dirigentes do União Paulistano; além de Júlio Pé de Ferro e Antônio Cardoso, jogadores do União Paulistano.
Depois de consumada a união entre os três times, faltava escolher o nome do novo clube. Diz a lenda que depois de muita discussão e confusão, sem que se chegasse a nenhuma conclusão, um dos diretores declarou que botaria fogo em todos os documentos e que a fusão das equipes seria desfeita. A ameaça incendiária do dirigente acabou ajudando na escolha do nome. Nas primeiras décadas do século, o Botafogo do Rio de Janeiro era um dos clubes mais famosos do Brasil e todos concordaram em homenagear o time carioca na hora de batizar a nova associação.
Na posse do primeiro presidente, Joaquim Gagliano, funcionário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, foi realizado o primeiro rateio para a compra de material esportivo para o Botafogo. Funcionários da Cervejaria Antarctica e da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro logo aderiram ao novo clube, como torcedores e colaboradores.
A primeira partida do Botafogo aconteceu em Franca, contra o Esporte Clube Fulgêncio. O time de Ribeirão Preto não se intimidou em estrear fora de casa e venceu por 1 a 0. A festa foi completa em Vila Tibério, onde os moradores tomaram as ruas para comemorar ao lado do presidente Gagliano e dos diretores do clube.
A primeira conquista veio em 1927, quando o Botafogo sagrou-se Campeão do Interior. Foi a única vez que um time de Ribeirão Preto levou esse título, glória que o maior rival dos botafoguenses, o Comercial, não possui em sua história.
O ano de 1956 foi um dos mais brilhantes na história do Botafogo. O clube foi o campeão do Centenário de Ribeirão Preto, ao vencer o Comercial por 4 a 2; foi premiado com a Taça dos Invictos, que pela primeira vez era oferecida a um clube do interior, depois de ficar 19 partidas sem ser derrotado; e conquistou o título da Segunda Divisão do Campeonato Paulista, garantindo o direito de jogar junto aos grandes times de São Paulo.
O título foi assegurado depois de três jogos contra o Paulista. No primeiro, em Ribeirão Preto, o Botafogo venceu por 1 a 0. A segunda partida foi realizada em Jundiaí, e dessa vez o Paulista saiu vitorioso: 3 a 1. Foi necessário marcar mais um jogo, só que agora em campo neutro. O gol de Dicão, no Parque Antártica, foi suficiente para levar o título para Ribeirão Preto. No dia seguinte à vitória foi decretado feriado na cidade para que todos pudessem receber os heróis que levaram o Pantera à Primeira Divisão do Campeonato Paulista.
Em 1977, 21 anos depois da conquista do título da Segunda Divisão, o Botafogo voltou a ser responsável por um inesperado dia de festa em Ribeirão Preto. O Tricolor foi o campeão do primeiro turno do Campeonato Paulista e ficou com a Taça Cidade de São Paulo. Um dos maiores jogadores revelados pelo Botafogo participou dessa conquista: Sócrates. O time principal do Botafogo no título da Taça Cidade de São Paulo era formado por: Aguillera, Wilson Campos, Nei, Manoel e Mineiro; Mario, Lorico e Sócrates; Zé Mario, Arlindo e João Carlos Motoca.
Somente na década de 90, o Botafogo voltou a figurar na elite do futebol brasileiro. O clube de Ribeirão Preto voltou a disputar a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 99, depois dos vices-campeonatos na Série C, em 96, e na Série B, em 98, quando perdeu o título para o Gama. O Primeiro Jogo A estréia do novo clube fundado em Vila Tibério, foi contra o E.C.Fulgencio, da cidade de Franca. O jogo foi realizado no campo do adversário, e a vitória coube ao Botafogo, pela contagem de 1x0. Nesse dia, os moradores de Vila Tibério saíram às ruas, para comemorar a vitória junto com os seus jogadores, fazendo com que a diretoria, comandada pôr Gagliano, composta pôr Domingos Borges, pela Família Trigo, pôr Francisco Oranges e pelos Irmãos Aguiar, encontrasse forças para realizar um trabalho cada vez maior, dando origem à grandeza que hoje é o Botafogo Futebol Clube. Nessa mesma época, Manoela Trigo fundou a torcida feminina do tricolor, e, segundo muitos, chegou a presidir o clube, em um momento de dificuldades, quando muitos acreditavam que a Agremiação fosse desaparecer. Nove anos mais tarde, o Botafogo conquistaria o seu primeiro grande título, em 1927, tornando-se Campeão do Interior, suplantando ao grande rival, o Comercial FC, que também tentava tal triunfo. Naquele ano, dividiram a presidência do Botafogo, Augusto Silva e Adriano dos Santos, sendo a equipe de futebol, capitaneada pôr Maximo Trujillo, conhecido como "Carrapato", que terminou seus dias como funcionário do clube, trabalhando de copeiro na sede administrativa do tricolor.
Primeira Grande Conquista
O ano de 1956 surge como um ano de grandes glórias para o Botafogo.
A conquista da primeira Taça dos Invictos para o interior paulista, troféu instituído pelo jornal “A Gazeta Esportiva”, já anunciava a condição da primeira grande conquista do tricolor que seria o acesso à principal divisão do futebol de São Paulo, título este perseguido desde 1947. Incluído na série A do torneio dos campeões, o Botafogo tornou-se um dos finalistas, juntamente com o Paulista da cidade de Jundiaí. As finais foram disputada em uma melhor de três jogos, sendo o primeiro em Ribeirão Preto, o segundo em Jundiaí, e o terceiro em São Paulo, no tradicional estádio do Parque Antarctica. As equipes chegaram à São Paulo na tarde de 10 de fevereiro, em igualdade de condições. O primeiro jogo em Ribeirão Preto apresentou o placar de 1x0 para o Botafogo, enquanto que a segunda partida em Jundiaí apresentou vitória do Paulista por 3x1. Com a necessidade da terceira partida o ambiente em Ribeirão era um misto de confiança e incerteza. Uma grande torcida botafoguense se fazia presente nas arquibancadas de Parque Antárctica, deslocando-se para a capital levada principalmente pelos trilhos da Mogiana. O bom estado foi um alívio para o tricolor, que logo nos primeiros minutos já demonstrava sua superioridade. Com sua tradicional marca de fibra e raça, o onze tricolor colocava o “o coração na ponta das chuteiras”, sob o comando o técnico José Agnelli, que escalara o atacante Ponce, um lutador que não dava sossego às defesas adversárias, Na meia esquerda entrava Neco, neutralizando as ofensivas de Alvair, e o marcador Mário seguia o craque Bene do Paulista por todo o campo. Nasce o lance do gol, através de uma cabeçada indefensável de Dicão. Em um ambiente dramático, segue a partida até o apito final do árbitro, iniciando uma maratona de comemorações pela capital paulista desde o estádio até o centro, culminando defronte a redação da “A Gazeta Esportiva”. Segunda feria, 11 de fevereiro, foi decretado ponto facultativo pela prefeitura e o comércio e a indústria paralisaram suas atividades a partir do meio dia, para que todos se dirigissem ao Aeroporto Leite Lopes, recepcionando os heróis do acesso. A cidade já reconhecia o tricolor como o orgulho de Ribeirão. Valdomiro da Silva, “o presidente da vitória, empunhando a Taça dos Invictos, acompanhado da delegação vitoriosa, são envolvidos pela multidão que os leva nos braços até o carro alegórico. Com um cortejo impressionante, inicia-se o “Carnaval da Vitória”. Quase três horas de desfile sob o aplauso de mais de trinta mil pessoas. O maior espetáculo popular já visto em Ribeirão Preto na consagração do Botafogo, que dera de presente à cidade o título da primeira divisão.
O Pantera das Américas
Motivado por suas constantes conquistas regionais, o tricolor de Ribeirão já era carinhosamente chamado de “PANTERA DA MOGIANA”, em alusão a adoção de seu mascote, uma Pantera, e a região da mogiana, onde se localiza geograficamente a cidade de Ribeirão Preto.
Porém em janeiro de 1962, o Botafogo partia para sua primeira excursão internacional em gramados sul americanos. A estréia se deu no dia 17 de janeiro de 1962, em partida realizada no estádio San Martim em Mar Del Plata, enfrentando o C.A Quilmes, com vitória deste adversário por 2X1. A recuperação aconteceria na partida seguinte em Olavarria, onde o Botafogo vence a equipe do Estudiantes pelo placar de 5x2, com grande atuação do ataque tricolor. A seqüência da excursão tornou-se um sucesso com seguidas vitórias em Baia Blanca, Tandil, Nacochéa e Rosário, empate em Santa Fé, nova vitória Córdoba, San Francisco e Rio Quarto, até o retorno a Buenos Aires, onde enfrentou o Boca Junior`s no estádio de La Bombonera, onde o Botafogo perdeu por 2x1, em partida memorável, com a presença de torcedores de Ribeirão que viajaram em avião fretado especialmente para acompanhar a partida, que teve ainda transmissão da rádio Bandeirantes de São Paulo,além de emissoras ribeirãopretanas. Duas partidas ainda foram realizadas, com empate em Junin e vitória contra o Quilmes em Cordoba. Em sua primeira excursão, o tricolor disputou 14 jogos, perdeu dois, empatou 3 e conquistou nove vitórias. Quando regressou ao Brasil, o jornal “A Gazeta Esportiva”, festejava sua campanha alterando o slogam da equipe de “Pantera da Mogiana” para “Pantera da Américas”, tendo sido calorosa a recepção da delegação botafoguense na chegada à Ribeirão Preto.
Hino
Botafogo, Botafogo Orgulho de Ribeirão Sua fibra, sua raça Mantém a nossa tradição A bravura, da sua gente Acende nossos corações Grandioso Botafogo Celeiro de campeões Foi a Vila, Vila Tibério O berço do tricolor Crescendo sempre, se consagrando Na glória da região Sem preconceito, tem branco e preto nela Vermelho representa o sangue do Pantera Nossa bandeira altaneira, varonil Vai tremulando pelo céu do meu Brasil O tricolor de Santa Cruz ninguém engole Porque a galera do Pantera não é mole
Títulos
Vice Campeão Brasileiro Série B 1998
Vice Campeão Brasileiro Série C 1996
Vice Campeão Paulista: 2001
Campeão Paulista do Interior: 1927
Campeão Paulista da Série A2: 1956
Campeão Paulista da Série A2: 2000
Vice-Campeonato Paulista A2: 1955
Campeão Paulista da Série A3: 2006
Estádio
O Estádio Santa Cruz é um estádio de futebol localizado na cidade de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo, Brasil, e pertencente ao Botafogo. O estádio tem capacidade para aproximadamente 32.000 espectadores. O mesmo recebeu duas vezes a final do Campeonato Paulista, em 1995 (Palmeiras x Corinthians) e 2001 (Botafogo FC x Corinthians).
O estádio foi inaugurado no dia 21 de Janeiro de 1968, quando o Botafogo de Ribeirão Preto goleou por 6 a 2 a Romênia, Sicupira, jogador do Botafogo, foi autor do primeiro gol do estádio. O nome Santa Cruz refere-se ao bairro onde o estádio foi construido, o Santa Cruz do José Jacques.
Em 17 de Março de 1993, cerca de 72.000 pessoas foram ao Santa Cruz ver a Seleção Brasileira empatar em 2 a 2 com a Polônia.
Mascote
A pantera tem como características principais a força e a flexibilidade no mundo animal. Dentro dos gramados, o Botafogo ganhou o apelido de “Pantera da Mogiana” pelas vitórias obtidas contra as equipes pertencentes a esta região do Estado de São Paulo. A conquista do título inédito de Campeão do Interior, em 1927, fez do Botafogo uma equipe temível, exatamente como uma pantera.
Site
http://www.botafogosp.com.br