A Comisión de Actividades Infantiles (CAI) tenta garantir seu lugar na elite do futebol argentino. A CAI disputa há três anos a B Nacional, segunda divisão do campeonato nacional, e sonha em um futuro breve estar ao lado de Boca Juniors, River Plate e Independiente. Os resultados pelo Clausura não indicam que o time estará na elite já no ano que vem, mas é grande a possibilidade de que a CAI desponte em breve no futebol argentino.
O caráter exótico da CAI não vem apenas do nome. Sua cidade também é inusitada: Comodoro Rivadavia, na gélida Patagônia. Em pesquisa realizada pelo site brasileiro Balípodo, a CAI foi apontada como o clube de futebol profissional mais setentrional do mundo – ou seja, o mais próximo do Pólo Sul. Falando mais precisamente, a cidade de Comodoro Rivadavia está localizada em latitude de 45º52’ sul e longitude 67º30’ oeste.
Porém, é até incorreto dizer que a CAI é apenas de Comodoro Rivadavia. Mais ainda: é errado falar que a CAI é exclusivamente argentina. O time tem 21 sub-sedes, uma delas no município de Coyhaique, no Chile.
Esse ‘espalhamento’ da CAI se deve à própria natureza do clube. Não falamos de um time comum. Na essência, a CAI é um formador de jogadores. Uma entidade que nasceu – e até hoje se mantém com essa missão – com o objetivo de ser um promotor do esporte na região. A Patagônia é muito distante de Buenos Aires, o que é um problema para as cidades argentinas. Estar longe da capital é fatal em aspectos políticos, econômicos sociais e, definitivamente, esportivos – na Argentina, são pouquíssimos os clubes que prosperam fora da província de Buenos Aires.
Essa necessidade da criação de uma entidade que estimulasse o esporte da Patagônia foi a motivação para a fundação da CAI, em 1984. Nascia então um clube que originariamente praticaria o futsal, modalidade que, por ser jogada em ambientes fechados, é menos suscetível ao clima extremamente frio da Patagônia. Vale lembrar que em Comodoro Rivadavia apenas cinco dias do ano, em média, registram temperaturas superiores a 32ºC.
A CAI permaneceria restrita ao futsal até 1989, quando decidiu desenvolver o futebol de campo. Até então, não estava nos planos do clube a entrada definitiva no circo do esporte profissional. Mas a coisa foi subindo meio como que fora de controle, e em 1994 a CAI se filiou à liga regional de Comodoro Rivadavia – seria o começo da escalada no clube nas divisões inferiores da Argentina.
O passo dado em 1994 seria irreversível. A partir daí, a CAI efetivamente estava inserida no contexto do futebol argentino. E por que não sonhar com o acesso à primeira divisão? Em 1998/9, o time participou pela primeira vez do Torneo Argentino “A” Interior, um equivalente à terceira divisão, mas válido apenas para os clubes de fora de Buenos Aires.
A campanha não foi nada animadora, com apenas uma vitória em 10 jogos. Nada de boas partidas também em 1999/0, com apenas três vitórias no mesmo torneio. Em 2000/1, a CAI passou mais perto de se classificar para a segunda fase do campeonato, mas obteve apenas o quinto lugar em um grupo em que os três primeiros avançavam. Apesar da falha na tentativa de conseguir o acesso, dava para perceber que a CAI avançava a cada temporada. Dias melhores eram esperados em Comodoro Rivadavia.
E eles de fato vieram na temporada de 2001/2. O time voou baixo na disputa do Torneo Argentino “A” Interior, conquistando o título do campeonato com facilidade. Somando primeira e segunda fases, foram só quatro derrotas em 16 jogos. Na segunda etapa, que definiu o campeão e os promovidos para a Segundona do ano seguinte, a CAI viu o título chegar a suas mãos com duas rodadas de antecedência. Era a hora de encarar a B Nacional, a popular segunda divisão argentina.
Em sua primeira temporada na B Nacional, a campanha da CAI não foi das melhores. Mas permanecer em 15º lugar no Apertura, com 10 pontos de vantagem para o último colocado, já foi um triunfo para a equipe de Comodoro Rivadavia. No Clausura desta mesma temporada, o 14º lugar também foi visto como bom negócio – de quebra, o time chegou até a virar notícia quando, pela 14ª rodada do campeonato, derrubou o Atlético Rafaela por 3 a 1 na casa do adversário. O Atlético Rafaela acabaria sendo o campeão do Clausura.
Na temporada seguinte, 2003/4, a CAI já não era mais novata. Não foi tão surpresa, então, quando beliscou o quinto lugar no Apertura – e fazendo o artilheiro do torneio, Bevacqua, com 13 gols. Mas veio o Clausura e parecia que a magia da CAI tinha acabado. O time fez péssima campanha, ficando em 16º lugar. Essa posição deu ao CAI o 14º lugar na tabela geral (somando Apertura e Clausura) e levou ao time aos famigerados playoffs de rebaixamento, típicos do futebol argentino. Mas o clube conseguiu superar o Atlético de Tucumán (nos critérios de desempate, é verdade) e afastou o perigo de retornar ao sombrio mundo das divisões regionais.
Agora, na temporada 2004/5, a CAI segue na luta para conseguir a tão sonhada vaga na primeira divisão do futebol argentino. Seria uma conquista quase inimaginável para uma entidade que nasceu há 21 anos, apenas com a pretensão de ser uma alternativa para o esporte na fria Patagônia.
Títulos
Torneo Argentino A: 2001/02
Estádio
Estadio Municipal de Comodoro Rivadavia
Capacidade 10000
Inaugurado em 1975
Site
http://www.caicr.com.ar/
O caráter exótico da CAI não vem apenas do nome. Sua cidade também é inusitada: Comodoro Rivadavia, na gélida Patagônia. Em pesquisa realizada pelo site brasileiro Balípodo, a CAI foi apontada como o clube de futebol profissional mais setentrional do mundo – ou seja, o mais próximo do Pólo Sul. Falando mais precisamente, a cidade de Comodoro Rivadavia está localizada em latitude de 45º52’ sul e longitude 67º30’ oeste.
Porém, é até incorreto dizer que a CAI é apenas de Comodoro Rivadavia. Mais ainda: é errado falar que a CAI é exclusivamente argentina. O time tem 21 sub-sedes, uma delas no município de Coyhaique, no Chile.
Esse ‘espalhamento’ da CAI se deve à própria natureza do clube. Não falamos de um time comum. Na essência, a CAI é um formador de jogadores. Uma entidade que nasceu – e até hoje se mantém com essa missão – com o objetivo de ser um promotor do esporte na região. A Patagônia é muito distante de Buenos Aires, o que é um problema para as cidades argentinas. Estar longe da capital é fatal em aspectos políticos, econômicos sociais e, definitivamente, esportivos – na Argentina, são pouquíssimos os clubes que prosperam fora da província de Buenos Aires.
Essa necessidade da criação de uma entidade que estimulasse o esporte da Patagônia foi a motivação para a fundação da CAI, em 1984. Nascia então um clube que originariamente praticaria o futsal, modalidade que, por ser jogada em ambientes fechados, é menos suscetível ao clima extremamente frio da Patagônia. Vale lembrar que em Comodoro Rivadavia apenas cinco dias do ano, em média, registram temperaturas superiores a 32ºC.
A CAI permaneceria restrita ao futsal até 1989, quando decidiu desenvolver o futebol de campo. Até então, não estava nos planos do clube a entrada definitiva no circo do esporte profissional. Mas a coisa foi subindo meio como que fora de controle, e em 1994 a CAI se filiou à liga regional de Comodoro Rivadavia – seria o começo da escalada no clube nas divisões inferiores da Argentina.
O passo dado em 1994 seria irreversível. A partir daí, a CAI efetivamente estava inserida no contexto do futebol argentino. E por que não sonhar com o acesso à primeira divisão? Em 1998/9, o time participou pela primeira vez do Torneo Argentino “A” Interior, um equivalente à terceira divisão, mas válido apenas para os clubes de fora de Buenos Aires.
A campanha não foi nada animadora, com apenas uma vitória em 10 jogos. Nada de boas partidas também em 1999/0, com apenas três vitórias no mesmo torneio. Em 2000/1, a CAI passou mais perto de se classificar para a segunda fase do campeonato, mas obteve apenas o quinto lugar em um grupo em que os três primeiros avançavam. Apesar da falha na tentativa de conseguir o acesso, dava para perceber que a CAI avançava a cada temporada. Dias melhores eram esperados em Comodoro Rivadavia.
E eles de fato vieram na temporada de 2001/2. O time voou baixo na disputa do Torneo Argentino “A” Interior, conquistando o título do campeonato com facilidade. Somando primeira e segunda fases, foram só quatro derrotas em 16 jogos. Na segunda etapa, que definiu o campeão e os promovidos para a Segundona do ano seguinte, a CAI viu o título chegar a suas mãos com duas rodadas de antecedência. Era a hora de encarar a B Nacional, a popular segunda divisão argentina.
Em sua primeira temporada na B Nacional, a campanha da CAI não foi das melhores. Mas permanecer em 15º lugar no Apertura, com 10 pontos de vantagem para o último colocado, já foi um triunfo para a equipe de Comodoro Rivadavia. No Clausura desta mesma temporada, o 14º lugar também foi visto como bom negócio – de quebra, o time chegou até a virar notícia quando, pela 14ª rodada do campeonato, derrubou o Atlético Rafaela por 3 a 1 na casa do adversário. O Atlético Rafaela acabaria sendo o campeão do Clausura.
Na temporada seguinte, 2003/4, a CAI já não era mais novata. Não foi tão surpresa, então, quando beliscou o quinto lugar no Apertura – e fazendo o artilheiro do torneio, Bevacqua, com 13 gols. Mas veio o Clausura e parecia que a magia da CAI tinha acabado. O time fez péssima campanha, ficando em 16º lugar. Essa posição deu ao CAI o 14º lugar na tabela geral (somando Apertura e Clausura) e levou ao time aos famigerados playoffs de rebaixamento, típicos do futebol argentino. Mas o clube conseguiu superar o Atlético de Tucumán (nos critérios de desempate, é verdade) e afastou o perigo de retornar ao sombrio mundo das divisões regionais.
Agora, na temporada 2004/5, a CAI segue na luta para conseguir a tão sonhada vaga na primeira divisão do futebol argentino. Seria uma conquista quase inimaginável para uma entidade que nasceu há 21 anos, apenas com a pretensão de ser uma alternativa para o esporte na fria Patagônia.
Títulos
Torneo Argentino A: 2001/02
Estádio
Estadio Municipal de Comodoro Rivadavia
Capacidade 10000
Inaugurado em 1975
Site
http://www.caicr.com.ar/