Nos primórdios da sua história, o município de Nova Lima chamava-se Villa Nova de Lima e os fundadores resolveram homenagear o antigo topônimo e mantiveram, inclusive, a grafia de Villa com dois "l". Logo no início da sua bela trajetória, o Villa Nova consolidou-se como um dos mais tradicionais e aguerridos times de Minas Gerais e os títulos não demoraram a ser conquistados.
Na década de 1930, época que marcou o fim do amadorismo e o início do profissionalismo, o Leão do Bonfim começou a rugir alto e em 1932 a equipe ganhou o Campeonato Mineiro promovido pela Associação Mineira de Esportes Geraes (AMEG) e fez o artilheiro do certame, Canhoto, com 12 gols. Havia uma cisão no futebol mineiro e dois torneios foram organizados por duas entidades distintas, sendo que a Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT) também promoveu uma disputa. Em 1933, aconteceu a unificação do futebol em Minas e, sob o manto do profissionalismo, o Villa Nova (foto) arrancou para a conquista do seu tricampeonato.
Supercampeão em 1951
Os títulos de 1933/34/35 se inscreveram como um marco histórico, pois foi o primeiro tricampeonato da era profissional conquistado por um time mineiro. O Villa Nova voltaria a ser campeão em 1951 (foto), numa célebre Final disputada contra o Atlético em três emocionantes jogos. Os dois primeiros terminaram empatados e no terceiro o Villa venceu por 1 x 0, no Estádio Independência, gol marcado por Vaduca, tornando-se Supercampeão Mineiro. Além de ser o quinto Campeonato Mineiro do time, a conquista de 1951, cuja partida final aconteceu em janeiro de 1952, impediu que o Atlético se sagrasse tricampeão mineiro, sequência que o alvinegro perseguia desde a sua fundação.
A conquista do Brasil
Depois de muitas decisões no âmbito de Minas Gerais, além dos títulos de 1932, 33, 34, 35 e 51, o Villa Nova foi vice-campeão mineiro em 1937, 45, 46, 47, 53 e 97, o time partiu para conquistas regionais e nacionais. Em 1968, o Leão foi campeão da Zona Centro do Torneio Centro-Sul promovido pela Confederação Brasileira de futebol, CBD. Em 1974, sagrou-se campeão da Copa Centro, torneio da Federação Mineira de Futebol.
Mas, a maior proeza do Villa Nova foi ter sido o primeiro campeão do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão em 1971, competição que equivale hoje à Série B. Note-se que o futebol mineiro venceu as duas primeiras edições do Campeonato Brasileiro com o Villa Nova levando a Primeira Divisão (Série B) e o Atlético ficando com a Divisão Extra (Série A).
O Leão do Bonfim enfrentou na Final o Remo de Belém do Pará. Perdeu a primeira partida na capital do Pará e venceu os dois jogos (3 x 0 e 2 x 1) realizados no Estádio Independência, em Belo Horizonte, já que o Estádio Castor Cifuentes não havia sido reformado e não foi liberado pela antiga CBD para a realização de jogos da competição. O detalhe curioso é que na última partida os dois gols do Villa foram marcados pelo lateral esquerdo Mário Lourenço em cobranças de pênaltis. Em outras etapas do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, o Villa Nova eliminou equipes tradicionais do futebol brasileiro como a Ponte Preta, por exemplo. Anos depois da conquista do Campeonato Brasileiro, o Leão acrescentou duas estrelas sobre o distintivo para simbolizar os seus feitos. As estrelas, uma verde e outra amarela, têm as cores da bandeira do Brasil e simbolizam o Campeonato Brasileiro e o tricampeonato mineiro nos anos 1930, respectivamente.
Novas conquistas em Minas Gerais
Em 1976 e 1987, o Villa Nova conquistou o Torneio Incentivo, promovido pela Federação Mineira de Futebol, FMF. Em 1977, numa decisão memorável contra o América, o Leão do Bonfim ganhou a Taça Minas Gerais jogando no Mineirão e vencendo por 1x0, com o gol marcado por Jurandi, na prorrogação. Em 2006, voltou a repetir a façanha e ganhou a Taça Minas Gerais novamente, vencendo o Uberaba por 3x1 na decisão em Nova Lima.O Villa Nova voltou a brilhar na década de 1990 e sagrou-se Tetracampeão Mineiro do Interior em 1996, 1997, 1998 e 1999. Antes, havia conquistado o Campeonato Mineiro do Módulo II em 1995 (foto). No jogo derradeiro desse certame, o Villa Nova goleou o Araxá em Nova Lima por 4 x 0, partida que marcou a despedida do zagueiro Luizinho dos gramados. Ele foi o autor do quarto gol do Villa nessa partida, cobrando penalidade máxima. Em 1997 e 1998, o Villa foi bicampeão mineiro de juniores.
Depois de eliminar o Atlético nas Quartas-de-Final e o Social de Cel. Fabriciano nas Semifinais, o Villa Nova decidiu o Campeonato Mineiro de 1997 contra o Cruzeiro. Venceu em Nova Lima por 2x1 e perdeu no Mineirão por 1x0, tornando-se Vice-Campeão. Nesse jogo, o Mineirão registrou o maior público da sua história: 135 mil espectadores foram ver o Leão do Bonfim brilhar e resgatar sua tradição e glória gestadas em 28 de junho de 1908.
Títulos
1932 - Campeão da Liga Mineira de Futebol
1933/1934/1935 - Tricampeão Mineiro
1937/1945/1946/1947/1953/1997 - Vice-campeão Mineiro
1951 - Supercampeão Mineiro
1968 - Copa Centro Sul do Brasil
1971 - Campeão Brasileiro da Segunda Divisão
1974 - Campeão da Copa Centro de Minas Gerais
1976 - Campeão do Torneio de Incentivo/Federação Mineira de Futebol
1977/2006 - Bicampeão da Taça Minas Gerais
1987 - Campeão do Torneio de Incentivo
1996/1997/1998/1999 - Tetracampeão Mineiro do Interior
Hino Oficial
Autor: Prof. Luiz Lacerda (1916)
A equipe gloriosa O nome do campeão Estribilho Eis o farol da glória Estribilho Saudamos aos torcedores | Se o passado, a lembrança Os louros já conquistados Estribilho Se a pugna é destemida Em Minas quem poderá Eis o farol da glória |
Hino da Torcida
Aquele clube que existe em Nova Lima,
Amado por todos e por mim.
Villa Nova, Villa Nova,
Tú és o Leão do Bonfim.
Villa Nova tantas vezes campeão,
Tú vives dentro do meu coração.
Tua raça que te faz tão grande assim,
Villa Nova, Leão do Bonfim.
Villa Nova da Terra do Ouro,
Tú és de Nova Lima um tesouro.
Eu adoro este Leão do Bonfim.
Estádio
Estádio Castor Cifuentes, na Rua Major Felizardo. Aliás, o nome do Estádio é uma homenagem a um grande benfeitor villa-novense e ex-presidente da agremiação durante a conquista do tricampeonato em 33/34/35. Atualmente, o Estádio Castor Cifuentes tem capacidade para 10 mil torcedores, fruto das melhorias que foram implementadas no decorrer da história, embora o Ministério Público tenha limitado a carga total de ingressos a três mil em fevereiro de 2007.
Mascote
O epíteto de "Leão do Bonfim" foi incorporado à equipe na década de 40 pelo chargista Fernando Pierucetti, o Mangabeira, do extinto jornal Folha da Manhã, de Belo Horizonte. Ele gostava de associar bichos que simbolizassem a alma dos times mineiros e dessa forma nasceram o Galo, a Raposa e o Coelho para designar, respectivamente, o Atlético, o Cruzeiro, e América.
Ao Villa Nova, Mangabeira reservou um bravo Leão, símbolo da potência do time, da raça dos seus jogadores e do destemor dos torcedores alvirrubros. O animal escolhido serviu, também, para lembrar a ascendência que os ingleses da Mineradora tiveram sobre o clube nos seus primórdios. O símbolo da Inglaterra é um leão que, inclusive, serve como distintivo para a Seleção Inglesa. Já o "Bonfim"do apelido é uma referência ao Bairro de Nova Lima onde está sediado o lendário Estádio Castor Cifuentes
site: http://www.villanovamg.com.br