Na semana seguinte o clima já não era o mesmo, principalmente para Almir Vasconcelos, também conhecido como “Almir Lapinha”, pai de uma extensa prole que morava na Rua do Passeio, separada da São Pantaleão apenas pela Rua do Norte.
Almir – contam alguns mais antigos, que ouviram falar do problema através dos pais -, resolveu deixar o Sampaio Corrêa e, juntamente com outros dissidentes e “antipatizantes” da “bolívia” realizaram algumas reuniões em dias seguidos. No dia 24 de setembro, de 1932, uma plêiade de jovens fundava o Maranhão Atlético Clube.
A história não registra com clareza os nomes desses jovens. Alguns, fazendo as vezes de historiadores, costumam acrescentar nomes que era impossível que estivessem reunidos na noite da fundação do Maranhão. Outros estavam presentes, mas não tiveram seus nomes lembrados pelos “historiadores”.
Pois, entre Almir Lapinha, Carlos Fernandes Dias (Napá), Jayme, Nestor e tantos outros – esses mesmos que a história não registra – foi tomando corpo a idéia da formação de uma diretoria para dirigir os destinos do clube recém-fundado.
É também controversa (ou mal contada por quem não estava presente) a ligação do Maranhão Atlético Clube com o animal “BODE”. E, não pretendemos esclarecê-la aqui, agora, porque também não a conhecemos.
Alguns querem juntar o bode com a Maçonaria, em virtude da ligação de alguns ex-atleticanos com a secular filosofia de vida e procedimento. Outros, aparentemente de forma equivocada, afirmam que, onde alguns jogadores costumavam fazer as refeições antes dos jogos (Bar do Gregório), o proprietário, de nome Gregório, criava um bode.
Outros ainda asseguram que Gregório nem atleticano era. Mas tinha amigos entre os dirigentes do quadricolor e, num dia, incentivado, resolveu levar o bode para o estádio, quando o M.A.C. jogava. O quadricolor saiu de campo vitorioso e alguns resolveram afirmar que o bode dera sorte. O bode do Gregório. Daí, para Bode Gregório foi um salto muito curto e rápido.
O primeiro campeonato conquistado pelo Maranhão foi cinco anos após sua criação. Em 1937, o MAC faturou o torneio, algo que sucedeu-se em 1939, 1941 e 1943, começando a chamar a atenção no cenário futebolístico no estado.
Nos anos 50, o Bode Gregório ganhou apenas um título estadual, fazendo com que sua reputação decaísse. Uma nova campanha vitoriosa só aconteceu em 1963, doze anos depois da última conquista, que foi em 1951.
Porém, o grande apogeu do time maranhense foi em 1979, quando participou do Campeonato Brasileiro. Com oito vitórias, três empates e cinco derrotas, o MAC terminou no 26º lugar, uma posição digna para um clube recém-promovido. O Maranhão ficou à frente de clubes grandes, como Fluminense, Bahia e Botafogo.
Contudo, a boa campanha do time no campeonato não se repetiu no ano seguinte. A última posição, não vencendo nenhum jogo fez com que o time caísse para a segunda divisão, tomando 14 gols em apenas nove jogos. O desempenho do ataque foi pífio, com só três gols nos mesmo nove jogos. O clube nunca mais participaria da elite do futebol brasileiro novamente.
A década de 80 para o MAC foi muito ruim. Além de ser rebaixado no Campeonato Brasileiro, o Bode Gregório não conquistou nenhum título estadual. Porém nos anos 90 o Maranhão foi superior aos demais concorrentes, principalmente Sampaio Corrêa e Moto Clube. Pela primeira vez o clube ganhou um tricampeonato, 1993, 1994 e 1995, além do torneio de 1999.
Em 2000, o Maranhão voltou a figurar com destaque no cenário nacional. Naquele ano houve a Copa Norte, torneio que dava direito a disputar a Copa dos Campeões. Esta competição, por sua vez, garantia ao vencedor um lugar na Copa Libertadores. Após bela campanha, o MAC chegou à final para enfrentar o São Raimundo. No primeiro jogo, o Bode Gregório derrotou o rival de Amazonas por 3 a 2. Mas, no jogo de volta, em Manaus, o Maranhão perdeu por 2 a 0 e ficou com o vice-campeonato.
Mesmo sem títulos durante oito anos, o Maranhão, que ganhou o campeonato Maranhense de 2007, continua sendo um dos times mais populares do estado e goza de grande prestígio e torcida.
Títulos
Campeonato Maranhense: 13 vezes (1937, 1941, 1943, 1951, 1963, 1969, 1970, 1979, 1993, 1994, 1995 , 1999 e 2007).
Hino
Maranhão Atlético Clube
O teu nome é virtude, é luta é grandeza é emoção.
Maranhão bandeira do norte, do nosso esporte és uma consagração.
Maranhão a tua história, em nossa memória sempre há de existir.
Demolidor de cartazes, com os seus onze azes é um astro a aluzir.
Pelas taças que já conquistaste, as contendas que ganhaste, o seu nome cresceu.
És Maranhão esquadrão de quatro cores, reunindo a luz
E a graça de Deus
Estádio
Estádio Governador João Castelo
O estádio é de propriedade do Governo Estadual do Maranhão, e é o principal estádio dos jogos do Sampaio Corrêa e do Moto. Seu nome é em homenagem a João Castelo Ribeiro Gonçalves, governador do Maranhão de 1979 a 1982.
Inauguração:05/02/1982 (Brasil 3 x 1 Portugal) - 05/02/1982
Primeiro gol: Júnior (Brasil)
Maior público: Sampaio Corrêa 1 x 5 Santos - 24/09/1998 - 100.250 (97.720 pagantes)
Capacidade 70000
Estádio Municipal Nhozinho Santos
O estádio é de propriedade da Prefeitura Municipal de São Luís do Maranhão. Seu nome é em homenagem a Joaquim Moreira Alves dos Santos, pelas mãos do qual ocorreu o nascimento das atividades esportivas em Maranhão.
Inauguração : 01/10/1950 (Sampaio Corrêa 2 x 1 Paysandu)
Primeiro gol: Hélio (Paysandu)
Maior público: Maranhão 0 x 0 Vasco da Gama - 26/03/1980 - 24.865 pessoas
Capacidade 22000
Mascote
A mascote do Maranhão Atlético Clube é o Bode Gregório. Diferentes histórias explicam a origem da mascote da equipe, mas a principal delas é a de que um bode chamado Gregório era criado na sede da agremiação e que possuía grande habilidade com a bola nas patas.