Este homem sonhava em abrir novos horizontes no cenário esportivo da cidade, em fundar um clube de amplas dimensões, com estádio próprio, sede social, filiado à Federação Paulista de Futebol e à antiga Confederação Brasileira de Desportos ( CBD ) e capaz de inflamar a torcida local.
Nesta época na cidade de São José do Rio Preto, o bicho-papão era o Bancários, time que possuia um ponta-direita chamado Wilson Caniza que exaltava os feitos de seu clube e desafiava a tudo e a todos.
Certo dia, Vitor Buongermino pegou o trem que partiu de Catanduva às 18 horas e encontrou Antonio Tavares Pereira Lima que vinha de Araraquara para Rio Preto. Ambos acabaram concordando com a necessidade de formar uma equipe para calar a boca de Caniza.
A partir disto, a idéia foi amadurecida nos pontos de encontro da época, tais como: Charutaria do Pilão, Alfaiataria Rosselli, Bar do Jeca, entre outros. Pereira Lima com seu entusiasmo, carisma e popularidade conseguiu multiplicar os contatos e foi ganhando várias adesões dos mais distintos setores da cidade.
Numa segunda-feira, dia 28 de janeiro de 1946, no salão de festas do Hotel São Paulo, no 3º andar do Edifício Curti, situado na Rua Bernardino de Campos 1576, a convite dos senhores Antonio Tavares Pereira Lima e Vitor Buongermino, reuniram-se 53 esportistas locais além de cronistas de "A Folha de Rio Preto" e "A Notícia". Os trabalhos foram iniciados por volta das 20:30 hrs com Antonio Tavares Pereira Lima presidindo a reunião.
Ficou decidido que a nova agremiação teria o vermelho e o branco como cores oficiais. Mas como se chamaria? Dínamo, Flamengo. Nenhum dos dois. O novo clube que nascia foi batizado com o nome de AMÉRICA FUTEBOL CLUBE.
O Conselho Deliberativo ficou contituído por 20 membros e sendo eleito como Presidente do mesmo, o Sr. Vitor Buongermino. A seguir, deu-se início às eleições para Presidente e Vice-Presidente da Diretoria. Antonio Tavares Pereira Lima foi eleito Presidente e a Vice-Presidência ficou a cargo do Sr. Mário Alves Mendonça.
Uma vez empossados, iniciaram os trabalhos para filiar o América na Federação Paulista de Futebol, inscrevendo-o no Campeonato do Interior. Só que o time, por enquanto, tinha apenas um jogador; o próprio presidente o qual jogava de centroavante. E lá se foi Mário Alves Mendonça para São Paulo cuidar dos registros e atrás de algum craque disponível para disputar o campeonato que começava dentro de 2 meses.
Em 02 de fevereiro de 1946 a agremiação era legalizada na Federação Paulista de Futebol e no dia 10 o primeiro contratado chegava, o goleiro Bob, que havia jogado no Palestra e no Rio Preto. Com 17 inscritos, o time foi inserido na primeira zona ( 6º região ) entre Pindorama, Uchoa, Palestra, Tanabi, Granadense e Rio Preto. Chegou também o técnico Zezinho Silva do Guarani de Catanduva, que comandou o primeiro treino da equipe no Palestra Esporte Clube.
Ninguém sabia dizer ao certo como foi possível montar uma equipe em 2 semanas e meia, mas no dia 17 de março de 1946 o América estreava contra Associação Atlética Ferroviária de Araraquara.
O primeiro jogo despertou um grande interesse. Antonio Pereira Lima conseguiu trens especiais que sairam lotados de torcedores que queriam ver ao vivo o novo time de São José do Rio Preto.
A partida foi apitada por José Nicolletti Sobrinho e aconteceu no Estádio Giocondo Zancaner de Mirassol, isto porque o Rio Preto não cedeu o seu estádio alegando que o América "roubara" muitos de seus torcedores e uma enchente inundara o campo do Palestra.
A partida terminou com a vitória do América por 3 x 1. Quirino abriu o placar marcando um gol de falta. Fordinho de cabeça fez 2 x 0, Sacarrolha descontou e no 2º tempo, Dema marcou o último gol, dando números finais ao jogo.
O América é o time do interior paulista que mais disputou de forma seguida o Campeonato Paulista, conseguindo alguns resultados expressivos como os terceiros lugares de 1975 e 1994. Teve também por três vezes o artilheiro do campeonato: Luiz Fernando em 1979 com 27 gols, Jales em 2002 e Finazzi em 2005 com 17 gols.
Pelo campeonato Brasileiro da Série A foram 2 participações, em 1978 (terminando na 38º colocação) e 1980 (terminando na 32º posição). O América participou ainda de diversos campeonatos estaduais, nacionais e internacionais. Em 2006, o time foi campeão da Copa São Paulo de Juniores. Em 2007, o time foi rebaixado para a Série A2 do campeonato paulista.
TítulosCampeão Paulista da 2º Divisão em 1957 ( equivalente a Série A-2 )
Campeão Paulista da 1º Divisão em 1963 ( equivalente a Série A-2 )
Campeão Paulista da Série A-2 em 1999
Estádio
O novo estádio do América nasceu de uma visita do presidente na época, Benedito Teixeira, ao gabinete do então prefeito municipal, o médico Wilson Romano Calil. Birigui tentava conseguir dinheiro para fazer uma arquibancada no Estádio Mário Alves Mendonça e surpreendendo a todos o prefeito disse: "O América é a maior propaganda de nossa cidade e nós precisamos que construir um novo estádio".
A prefeitura cedeu o terreno. Então, Birigui teve que se virar para iniciar as obras. Vendeu jogadores importantes do elenco e empregou todo o dinheiro das negociações no estádio. "Se eu tivesse a ajuda do poder público, poderia ter terminado antes". No início, a idealização deste sonho era considerada utopia, pois a cidade tinha na época 75.000 habitantes; hoje são cerca de 400.000 rio-pretenses.
Após 17 anos, sem ajuda pública e somente com doações e recursos levantados pelo próprio América, o estádio foi concluído com capacidade para 55.000 torcedores.
O Teixeirão teve sua inauguração no dia 10 de fevereiro de 1996 com o jogo América FC x São Paulo FC, válido pelo Campeonato Paulista de 1996.
Foram 17.585 pagantes que assistiram a partida apitada pelo uruguaio Julio Mattos. O São Paulo venceu pelo placar de 3 x 2. O atacante são-paulino Valdir, fez o 1º gol no estádio aos 42 minutos do 1º tempo.
Hino
LETRA: Walter Benfatti
MÚSICA: Roberto Farath
Do alto da cidade O América nasceu E crescendo a cidade O América cresceu No campo, lutando Espalhando emoções Dentro das linhas vibrando São onze corações Nas cores rubra e branca Está o seu valor No branco a paz serena ( bis ) No rubro seu ardor ( bis ) No vale dos esportes vai dobrar o seu valor
Mascote
Na reunião de fundação do clube a primeira decisão tomada foi a escolha de suas cores: vermelho e branco. Isso facilitou a definição do nome, que girava entre Dínamo, Flamengo e América.
Devidamente batizado, a nova agremiação utilizou muito da iconografia do América do Rio de Janeiro, como seu uniforme, escudo e mascote. Foi o caricaturista argentino, Molas, quem criou o “Diabo Rubro” do clube carioca, inspirado na sua paixão natal pela equipe do Independiente. Assim como seu irmão mais velho, o América de Rio Preto passou a ser conhecido como “Diabo” e com o tempo sua mascote foi ganhando os traços mais familiares do personagem de quadrinhos Brasinha, muito popular na década de 60, época em que o clube chegou à 1ª Divisão Paulista.
Site
http://www.america-sp.com.br