
Depois de alguns problemas burocráticos, no dia 21 de julho de 1902 o Fluminense Football Club foi fundado. Os primeiros dirigentes logo conseguiram um pedaço de terra no que hoje é o bairro de Laranjeiras, onde começaram a construção do estádio do clube. As cores da agremiação eram cinza e branco.
Em 1905, por iniciativa do Tricolor carioca, criou-se a Liga Metropolitana de Football, uma organização fundada com o objetivo de dirigir o primeiro Campeonato Carioca da história, disputado em 1906. O time das Laranjeiras não tomou conhecimento dos adversários e ganhou as quatro primeiras edições do torneio, em 1906, 1907, 1908 e 1909.
Mas nem tudo foram flores no início glorioso da história do Fluminense. Em 1911, o time foi campeão estadual invicto, a quinta taça conquistada em seis anos. Mas, devido a uma crise interna relacionada com o controle da escalação da equipe, nove titulares do esquadrão vencedor de 1911 deixaram o clube. Eles fundaram o departamento de futebol do Flamengo, criando uma forte rivalidade.
O primeiro Fla-Flu foi disputado no dia 7 de julho de 1912, nas Laranjeiras. O Flamengo, então, disputava o título ponto a ponto com o Paissandu, que acabou se sagrando campeão posteriormente. O Fluminense só tinha como motivação o orgulho ferido pela saída de nove de seus atletas mais importantes. E isso bastou. Os tricolores venceram por 3 a 2, dando início a um dos clássicos mais tradicionais da história do futebol brasileiro.
Apesar da vitória no Fla-Flu, a década de 1910 não estava indo tão bem para o Fluminense. Mas, quando a glória viesse, viria em dobro. Ou melhor, em triplo! O primeiro tricampeonato do Flu aconteceu nos anos de 1917, 1918 e 1919. Comandado pelo lendário goleiro Marcos Carneiro e pelo inglês Welfare, os tricolores voltavam a ser hegemonia no Rio.
No meio da década de 30, os dirigentes do Fluminense foram a São Paulo buscar os melhores jogadores brasileiros da época, Batatais, Romeu e Hércules. Os reforços formaram um dos times mais fantásticos a vestir a camisa tricolor. Em 1937, chegou o atacante Tim, mais uma peça importante. E assim veio o segundo tricampeonato: 1936, 1937 e 1938.
Em 1940 e 1941, o Fluminense foi bicampeão estadual. Depois, cinco anos de jejum até o próximo título, em 1946. Desde os anos 20, o clube enviava ao Comitê Olímpico Internacional sua candidatura para concorrer à Taça Olímpica, honraria dada à instituição, clube ou comitê que mais contribuísse para a prática esportiva em um determinado ano. Em 1949, o Tricolor foi agraciado com este troféu.
Próximo de seu cinqüentenário, o Flu continuava colecionando glórias. Em 1951, foi campeão estadual, ganhando classificação para a II Copa Rio Internacional, torneio semelhante ao Mundial de Clubes organizado pela Fifa em 2000. Com vitórias memoráveis, como o 3 a 0 sobre o Peñarol, base da seleção uruguaia campeã do mundo em 1950, os tricolores se sagraram campeões. A final foi disputada contra o Corinthians.
Naquela equipe, fazia parte o lendário goleiro Castilho, tido como o melhor da posição na história do clube. Além dele, o zagueiro Pinheiro e o ponta-direita Telê Santana se tornaram grandes ídolos da torcida tricolor.
Em 1957 e 1960, o clube conquistou o Torneio Rio-São Paulo. Em 1959, se sagrou campeão estadual depois de oito anos na fila. A década de 60 foi escassa de títulos para os tricolores. Apenas dois estaduais foram conquistados, em 1964 e 1969.
Um grande contraste com os anos que estavam por vir. Em 1970, o Fluminense desbancou adversários mais cotados, como o Cruzeiro de Tostão, e foi campeão da Taça de Prata, o principal campeonato nacional da época. Era tão semelhante ao Brasileirão que este surgiu no ano seguinte, em 1971.
No Campeonato Estadual, o Fluminense foi campeão de 1971 e 1973. Em 1975, o presidente recém-eleito, Francisco Horta, resolveu montar um time para encher os olhos do torcedor tricolor. Para começar, trouxe Rivelino para as Laranjeiras. Depois, ainda contratou Mário Sérgio, Paulo César Caju e Zé Mário. O esquadrão era tão formidável que a torcida pendurava faixas com as frases “Vencer ou vencer” e “Compre que a torcida garante”. Foi a época da Máquina Tricolor.
A Máquina foi desmontada em 1977. O Fluminense só voltou a ser campeão estadual em 1980, liderado pelo zagueiro Edinho, com uma vitória épica sobre o Vasco. Foi naquele campeonato que a torcida tricolor adotou o cântico “A benção João de Deus” como forma de motivar o time a superar momentos difíceis.
Em 1983, o Fluminense montou um time de desconhecidos. Para a surpresa dos adversários, os tricolores se sagraram campeões estaduais, com o histórico gol de Assis sobre o Flamengo no último minuto da partida final, quando os rubro-negros já comemoravam o título. Em 1984, repetiu o feito no Estadual, mais uma vez com Assis marcando sobre o maior rival. Por esses gols, o atacante recebeu o apelido de “Carrasco do Flamengo”.
Mas 1984 reservava glória ainda maior para o Fluminense: glória nacional. Comandado pelo craque paraguaio Romerito, contratado naquele ano, o time tricolor foi despachando seus adversários com um futebol compacto e eficiente. A equipe do técnico Carlos Alberto Parreira levantou o troféu depois de um empate por 0 a 0 com o Vasco, pois havia vencido o jogo de ida por 1 a 0, gol de Romerito.
Depois da conquista do Estadual de 1985, o último título desse time, o Fluminense viveu um jejum de nove anos. Foi Renato Gaúcho, em 1995, que tirou o clube da fila, em um dos mais sensacionais Fla-Flus de todos os tempos, vencido por 3 a 2 pelo Fluminense no ano do centenário do rival. O atacante marcou um gol de barriga aos 41 min do segundo tempo, dando o título para o clube.
Nos anos seguintes, a era mais negra da história tricolor. Em 1996, o clube foi rebaixado para a segunda divisão. Devido a um escândalo envolvendo compra de árbitros e manipulação de resultados, cujo pivô era o diretor da Comissão de Arbitragem na época, Ivens Mendes, o Fluminense foi reconduzido à Série A.
Mas a lição não foi aprendida e os mesmos erros continuaram a ser cometidos. O clube sofreu sua segunda queda seguida. Desta vez, caiu mesmo. Em 1998, o momento mais humilhante da história do Fluminense. O time foi rebaixado para a terceira divisão.
Em 1999, o presidente David Fischel investiu na recuperação do clube e trouxe de volta o técnico Carlos Alberto Parreira. Com o treinador, veio grande parte da comissão técnica campeã do mundo em 1994.
O investimento deu certo e, depois de campanhas fracas no Estadual, Rio-São Paulo e Copa do Brasil, o Fluminense foi campeão da Série C. O destaque daquele ano foi a torcida tricolor, que teve uma das dez maiores médias de público do Brasil disputando a terceira divisão nacional.
Os anos 2000 seriam bem melhores para o clube. O time se preparava para a disputa da Série B, mas a confusão do caso Sandro Hiroshi, protagonizado por Botafogo, São Paulo e Gama, acabou levando à criação da Copa João Havelange, organizada pelo Clube dos Treze. Assim, o Fluminense pulou uma etapa e voltou à elite do futebol nacional.
Os tricolores surpreenderam o Brasil e fizeram grande campanha, terminando em terceiro na fase de classificação. Apesar disso, um gol de falta marcado por Adhemar, do São Caetano, diante de 60 mil torcedores no Maracanã, deu fim ao sonho do Fluminense de conquistar o título.
Em 2001, o Flu chegou às semifinais do Campeonato Brasileiro, mas foi eliminado pelo Atlético-PR, que seria o campeão. No ano seguinte, quando foi comemorado o centenário do clube, os tricolores foram campeões estaduais depois de sete anos. Além disso, chegaram mais uma vez às semifinais do Brasileiro, mas perderam para o Corinthians.
Em 2005, voltou a conquistar o Campeonato Estadual e chegou à final da Copa do Brasil, mas perdeu para o Paulista. Em 2006, mais uma fuga do rebaixamento. O susto levou os dirigentes do Fluminense a investirem na modernização do clube, em uma gestão mais profissional. E foi nestes moldes que a equipe conquistou seu primeiro título nacional em 23 anos.
Apesar de começar desacreditado, o time comandado pelo agora técnico Renato Gaúcho se superou e foi campeão do torneio com uma vitória por 1 a 0 sobre o Figueirense, em Florianópolis, com gol do zagueiro Roger. No Campeonato Brasileiro, fez sua melhor campanha desde a instituição dos pontos corridos, terminando em quarto lugar. Em 2008, o Fluminense disputará a Copa Libertadores pela primeira vez desde 1985.
TítulosCopa Rio Internacional 1952
Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Taça de Prata) 1970
Campeonato Brasileiro 1984
Copa do Brasil 2007
Torneio Rio-São Paulo1957 e 1960
Campeonato Estadual do Rio de Janeiro 1906, 1907, 1908, 1909, 1911, 1917, 1918, 1919, 1924, 1936, 1937, 1938, 1940, 1941, 1946, 1951, 1959, 1964, 1969, 1971, 1973, 1975, 1976, 1980, 1983, 1984, 1985, 1995, 2002 e 2005
Campeonato Brasileiro da Série C 1999
Estádio
Laranjeiras
Hino
Sou tricolor de coração
Sou do clube tantas vezes campeão
Fascina pela sua disciplina
O Fluminense me domina
Eu tenho amor ao tricolor
Salve o querido pavilhão
Das três cores que traduzem tradição
A paz, a esperança e o vigor
Unido e forte pelo esporte
Eu sou é tricolor
Vence o Fluminense
Com o verde da esperança
Pois quem espera sempre alcança
Clube que orgulha o Brasil
Retumbante de glórias e vitórias mil
Vence o Fluminense
Com o sangue do encarnado
Com calor e com vigor
Faz a torcida querida
Vibrar de emoção o tricampeão
Sou tricolor de coração... (refrão)
Vence o Fluminense Usando a fidalguia Branco é paz e harmonia Brilha com o sol da manhã Com a luz de um refletor Salve o tricolorMascote A mascote do Fluminense é o Cartola, símbolo da aristocracia do clube. Ele foi idealizado pelo caricaturista argentino Mollas devido à característica peculiar do clube de possuir torcedores ilustres e famosos.
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