A faixa de terra que abrange hoje os quartéis da Base Aérea de Campo Grande, inclusive o Aeroporto Internacional, pertencia, na década de 30, ao fazendeiro Sebastião Taveira. Tendo a propriedade indenizada, o fazendeiro loteou o resto de suas terras, surgindo daí um lindo bairro que, numa justa homenagem à família Taveira, foi batizado com o nome de Taveirópolis.Em 1938, os rapazes do bairro, em busca de lazer, limparam um terreno baldio, utilizando machado, foice e enxada, em frente onde hoje é oEstádio Elias Gadia e o transformou no primeiro campo de futebol do lugar.
Fonte: Futebol, Uma Fantástica Paixão. A História do Futebol Campo-grandense, de Reginaldo Alves de Araújo.
Foi assim que surgiu o Esporte Clube Taveirópolis, em 30 de julho de 1938. Os fundadores do clube foram Osmundo de Arruda (funcionário da EGL, órgão militar que fornecia gêneros alimentícios para a 9ª Região Militar), Tácito Garcia (taifeiro da Base Aérea), Israel Pinto da Silva (tenente do exército), Rubens Amarante (motorista da Base Aérea) e José Domingues, o Domingão, também taifeiro da Base Aérea. Todos jogavam no primeiro time formado.A primeira partida do Taveirópolis ocorreu em 1939, contra o Bandeirantes F.C., time de rapazes que moravam na Avenida Bandeirantes, onde hoje é a habitada Vila Jacy. Quem ganhasse a peleja levaria um enorme cacho de bananas (o troféu do jogo). No final, o placar apontou a vitória da equipe taveirense. Os ganhadores desfilaram com o famoso “troféu”, com os aplausos dos torcedores do bairro.
Da fundação até o ano de 1942, o time não tinha cores definidas. Com a chegada do militar Expedito Luciano da Silva, também jogador, o clube tomou novo impulso, passou a ter uma diretoria e logo se organizou para disputar e ser, anos depois, o melhor e mais popular quadro do campeonato de várzea de Campo Grande. Como a maioria dos jogadores era militar e advinda do interior paulista, mais precisamente de Piracicaba (SP), foram adotadas as cores do XV de Novembro daquela cidade, isto é, preto e branco, em listas largas verticais horizontais, calção e meios brancos.Expedito passou a ser a alma do time, como diretor, jogador, treinador e até roupeiro nas horas vagas. O futebol varzeano deve muito a esse pernambucano que chegou em Campo Grande em 1942.
Em 1944 seguiu como expedicionário para a Itália, quando os pracinhas campograndenses engrossaram as fileiras dos bravos soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra retornou para Campo Grande, jogando pelo Taveirópolis até o ano de 1956. Depois passou a ser técnico do clube da Vila Formosa, como era chamado o campinho do bairro Taveirópolis.A primeira diretoria oficial do Taveirópolis só foi organizada e eleita em 1956, com os seguintes membros: Sebastião Ribeiro de Oliveira (Presidente), Expedito Luciano da Silva (Tesoureiro), Antônio Paulo de Andrade (Secretário)e Mário Monteiro (Diretor de Esportes).O bairro inteiro torcia pelo time. A vitória era comemorada na Casa Taveirópolis, mercearia de propriedade do Sr. Inácio Taveira.
O E. C. Taveirópolis, desde a sua fundação até a chegada do profissionalismo, em 1972, no sul de Mato Grosso, nunca quis participar dos campeonatos organizados pela LEMC (Liga Esportiva Municipal de Campo Grande).Inúmeros títulos de campeão varzeano, troféus e medalhas foram acumulados através dos anos até a profissionalização da equipe, em 1979. A melhor campanha no Campeonato Estadual de Profissionais de Mato Grosso do Sul foi obtida no ano de 2003, quando ficou em terceiro lugar num certame para 14 clubes. Foram 12 jogos, 6 vitórias, 2 empates e 4 derrotas; 21 gols a favor e 14 contra.Ainda disputou o campeonato de 2004, quando chegou na quarta colocação. Em sua última participação na primeira divisão do campeonato matogrossense, no dia 3 de julho de 2004, empatou com o Operário, de Campo Grande, em 2 x 2.Logo depois, o clube licenciou-se, por falta de apoio e patrocínio.Voltou a disputar uma competição em 2006, quando foi terceiro colocado no campeonato da Segunda Divisão. Seu último jogo aconteceu em 18 de junho de 2006, com vitória de 4 x 2 sobre a Pontaporanense.Deste ano, até hoje, não mais participou de nenhuma competição oficial, encerrando suas atividades por tempo indeterminado. As únicas atividades que ocorrem no momento são Escolinhas de Futebol para crianças e adolescentes.
Estádio
Elias Gadia - Capacidade 2.500
Fonte: Futebol, Uma Fantástica Paixão. A História do Futebol Campo-grandense, de Reginaldo Alves de Araújo.